domingo, 5 de outubro de 2008

REVISÃO EM QUESTÃO - DESCONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO - UMA DOR SILENCIADA.



A Propósito da Revisão.


Busco uma revisão que não seja maquiadora.
Seja real, como sou. Como sinto no momento de produzir
Que mostre meu estado de espírito tal qual.
Quero uma revisão ortográfica, onde o meu vocabular
Seja explicito, cheios de incoerência, pobre, repetitivo
Chulo e vulgar.

Não desejo uma revisão Clássica, Erudita, pois não sou
E nem pretendo ser, uma vez que não penso assim, não
Mim sinto clássico nem erudito. Sou popular, regionalista
E periférico.

O meu falar é meu pensar. Uma filosofia prática e apressada
Vejo meu pensamento transmutar no espaço gigantesco de minha
Megalomania. Nada de estrutura sintática, proverbial e estas coisas
Todas de academias.

Quem mim ler, estará vendo e ouvindo Severo D’Acelino: Cheio de erros
Contradições, prolixidade e redundâncias.

Quero que sinta meu cheiro, minhas dúvidas, raivas e, sobretudo
Minhas criticas e carinhos, na maior arrogância e reticências.
Quero que meu pensamento materializado ganhe a vida que anima
A minha produção. tanto faz tu, quanto você, o jogo continua e o estilo vive.
Não posso aparecer envernizado com altos vocabulários e eximas concordâncias
Se as pessoas sabem que Eu, agrido a gramática e tenho pensamento estreito e
Limitado. Quero ser identificado e não um anônimo. Uma incógnita.

Revisão para mim é verificar se as palavras foram escritas corretamente, e não se seu emprego está correto ou se esta no tempo etc.

Meu estilo é ocasional, está direcionado ao meu emocional e o racional é puramente
Fictício, uma peça da perspectiva do meu olhar, que pode estar turvado, marejado ou simplismente fixado. É panfletário, denunciador, revisitador ou reducionista, isso depende do ponto de vista do meu momento que atende aos fluxos e refluxos de minhas lembranças e emoções. Não tenho escola, não sigo caminhos nem refrões. Sou um escriba da intuição e do dialogo que faço com meus personagens imaginários, que se tornam meus amigos e ou inimigos, mas estão comigo diuturnamente até o ponto final, só que depois se tornam fantasma a mim perturbar.

Não gosto e não quero revisões invasivas que desconstrói o meu pensamento e constrói uma parceria intrusa da minha coleta, transformando em anorexia o meu pensar, envernizando o conteúdo e lapidando meu linguajar.

Quero só que conserte as palavras que escrevi errado, sem tempo ou pluralidade, porque meu pensamento singularizou. Trata-se dos empregos dos s, z, me, mim,
etc. Tudo isso sem o tratamento sofisticado do vernacular e da prótese da erudição acadêmica. Numa assepsia estrutural.

A oralidade de minha escrita é núcleo do meu pensamento e, certamente não configura as regras gramaticais da língua portuguesa – não se enquadra no figurino ocidental, tem o ranço das senzalas e a filosofia africanizada, instintiva, intuitiva cheia de emoções e simbologias.

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