segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

CONSTRANGIMENTO NO TERREIRO - A INSEGURANÇA E DESPREPARO DO CHEFE




Muita insegurança, vaidade e arrogância é o que encontramos nos terreiros de candomblés onde os pais de santos, despreparados se utilizam de expedientes para mostrar suas superioridades, constrangendo e desrespeitando os que lá vão, espontaneamente e ou por convite dos freqüentadores e filhos de santos.
Esse comportamento é para esconder suas falhas ou as falhas que acham que os assistentes vão perceber. Isso é insegurança, pois, cada casa tem seu modo de agir, ninguém está errado, cada um faz como sabe e como quer. Nem a mãe e ou pai de santos pode intervir no fazer da pessoa, para isso é que existe o livre arbítrio.
Utilizar da força, do vilipendio, da violência e dos filhos de santos para agredir pessoas em seu terreiro é uma falta grave. Uma descortesia enorme além de ser contra a tradição do candomblé e das relações humanas.
A agressão a qualquer pessoa em sua casa, seu terreiro é terrível, há outros meios de resolver as questões e não utilizar o vilipendio, força bruta, constrangimentos, para desqualificar as pessoas que deveria proteger, pois estão em seus territórios, seus domínios, mesmo que as ações sejam públicas.
É covardia quando se utiliza de violência, física, moral e psicológica para encobrir suas faltas, seus desesperos, medos e inseguranças para justificar o injustificável e ou ficar bem na foto e marcar ponto com os seus subordinados, transformando uma mentira em verdade, pela violência.
Já presenciei diversas manifestações de agravos nos terreiros de candomblé, já intervir diversas vezes para o equilíbrio da situação e até com a força policial já interferir no sentido de não provocar problemas de continuidade nas ações do terreiro, mesmo sabendo que a parte denunciante estava certa. Já presenciei agressões físicas em pessoas embriagadas assistente de terreiro por graduado do tal terreiro e inclusive já fui agredido moral e tive minha autoridade contestada mas a violência da agressão que recentemente passei em um terreiro, nunca fui vítima em mais de 50 anos de andanças.
Perguntei ao pai de santos se tinha algum problema eu fotografar o evento. Ele respondeu que não! Pedir ao meu acompanhante a máquina e posicionei para fotografar a quilo que determinei como Mandala dos Orixás,( era uma saída onde um parente próximo se incluía e, por sua causa, ali eu estava, atendendo a seu convite e de sua esposa, sendo inclusive transportado para ali por suas expensas. Três anos antes igualmente compareci para prestigiar a sua saída e na obrigação de três anos, mesmo cansado e não querendo sair, atendi ao seu convite) e cliquei uma foto e aí levantei para conseguir uma melhor posição, onde o Orixá do menino se destacava.
Neste momento ouvir uns gritos, era o pai de santo que vociferava, acompanhado de uma menina e outras pessoas que se colocavam a frente impedindo a minha visão. Fiquei assustado, pensando que havia acontecido alguma desgraça e foi quando escutei ele aos gritos perguntando se eu estava tirando fotos.
Olhei para ele e disse! – Oh Meu Velho! Você não disse que não tinha problema nenhum, eu não lhe pedir?
Eles então respondeu que não tinha dado nenhuma autorização e que ali não se tirava fotos e que eu apagasse o que tinha tirado que ele tinha satisfações para com o seu povo etc.
Respondi já sentado e entregando a máquina para o menino que estava comigo, que iria apagar.
Ele que estava sentado próximo a mim, foi no centro do barracão e pegou a iaô que estava dançando manifestada e colocou no lugar dele e pegou um banco e foi sentar distante em outro lugar.
A minha situação foi constrangedora, minha autoridade, foi desrespeitada, fui chamado de mentiroso publicamente, vilipendiado, desqualificado. Mas estranhamente fiquei tranqüilo, e acompanhei o xirê até o final, não demonstrando nenhuma irritação ou sentimentos constrangedores. Terminado a função veio um emissário do pai de santo para apagar as imagens e na violência, disse com voz calma e pausada que gostaria que eu fizesse a gentileza de apagar a imagem fotografada, pois a nação dele não aceitava que fotografias etc.
Respondi perguntando se ele sabia excluir a imagem que eu havia capturado, lhe falei da conversa que tive com o pai de santo e a sua permissão mas ela disse que a resposta que havia sido dada era não. Ato continuo mandei o menino pegar a maquina e quando fui pegar a máquina foi arrancada das minhas mão e imediatamente ligada para excluir a foto, tentei puxar para lhe mostrar a foto mas não obtive êxito e ele foi apagando o que era de lá e mais outras fotos, pele simples motivo de se parecer com um terreiro. Eram as fotos do lançamento do livro Mariow.
Enquanto ele, gentilmente mim violentava e agredia, a platéia estava atenta, talvez pela minha reação, percebi a reação de vitória e satisfação de todos, quando ele por diversas vexes passava e repassava as fotos da máquina a procura de mais alguma coisa que eu pudesse ter fotografado no terreiro.
Depois dessa sessão de agravamento, levantou e entregou a máquina ao menino e saiu para dar as noticias ao pai de santo, foi acompanhado por um grupo.
Fiquei como se nada tivesse acontecido, não dei a mínima. Mesmo estando explodindo por dentro pela afronta recebida. Fiquei onde estava fui servido e aceitei a comida que estavam distribuindo e em seguida levantei e fui procurar o motorista para retornar e no encontro lhe perguntei pelo pai de santo se ele o havia visto pois gostaria de apresentar as despedidas ao qual prontamente o motorista foi a sua procura e voltou trazendo o convite do pai de santo para que eu comparece até o local onde ele estava.
Fui La mim despedir e falamos sobre o caso ele tomando sua cerveja ofereceu ao que declinei, falamos sobre assuntos diversos, ele justificou o ato e disse que quando lhe falei, pensou outra coisa etc...etc.
Despedimo-nos e retornei para casa e durante o trajeto não abordei nada do assunto, só falei que não retornaria para a cerimônia que se daria na outra semana, respondendo ao convite da parenta que nos acompanhava.
Olha. A fotografia é um registro permanente e não há nenhum terreiro que tenha tradição de impedir a fotografia em atos públicos. O acontecimento foi uma ação deliberada, talvez por insegurança pela minha presença, por ciúme ou vingança. Nós somos antigos conhecidos da Escola de Teatro da Bahia, da Escola Técnica Federal de Sergipe e dos palcos da vida, nunca fomos amigos, mas sempre nos respeitamos e convivemos pacificamente, mesmo a distância.
As maiores cabeças do Candomblé da Bahia consideram, conhecem e respeitam Severo D’Acelino, nunca em canto algum do Maranhão a Rio Grande do Sul, fui vítima de constrangimento e de qualquer tipo de violência nas Comunidades de Terreiro a que fui convidado, visitei ou freqüentei.
Eu sei que tenho Orixá, e se ele tem, não sabe ter. Este episódio só contribuiu para mim afastar mais ainda dos devotos da Fogueira da Vaidade e dos Marmoteiros que tem medo até da sombra. Sera importante que eles coloquem avisos informando aos que ali chegarem as suas proibições. Para não constrangerem as Pesôas e aproveitem os graduados da casa para promoverem uma Oficina de Preparação Psicologica, pois ninguem quer ser vítima de desrespeito ou cliliques. Mire-se na Diplomacia e Elegancia do Axé Opô Afonjá e na simpliscidade de Mãe Stela. Um Amôr de Pessôa e é por isso que tem autoridade e é Respeitada. Okê Arô!!!
Sarava Exu.
Shango Meu Pai – Obá Mió