domingo, 29 de junho de 2008

REPUDIO





REPÚDIO
Com a eleição de Albano Franco para o governo de Sergipe, houve uma mudança na TV - Sergipe. A troca de comando onde André, chegou a chefia. Daí o inicio da exclusão de Severo D’Acelino da mídia televisiva do Estado, iniciada na TV-Atalália sobre o comando de Batista, que impediu a nossa participação no Programa de Hilton Lopes, só por que ouvira de Augusto Franco que o único negro que ele respeitava aqui era o Severo D”Acelino, porque tinha provado que tinha respeito próprio e não se vendia, sua luta era o negro. Fiquei sem ter acesso ao programa e tive a solidariedade do Apresentador, que mandou eu mim aguardar.
Passado algum tempo, provoquei João de Barros sobre a situação e ele mandou que fosse em seu Programa, e fui e divulguei o manifesto do Dia Estadual de Luta da Consciência Negra, que já fazíamos desde que João Mulungu foi consagrado Herói de Aracaju e de Laranjeiras e só fora considerado Herói Negro de Sergipe em 1999.
Passou-se outros anos e fomos convidados por Márcio Lyncon para uma entrevista em seu Programa, na verdade nós nos convidamos e ele topou mesmo sabendo da questão, encarou e lá fomos nós falar das questões e condições do negro em Sergipe e do lançamento do meu livro Panáfrica África Iya N’La e pronto. Diversas tentativas tenho feito para falar do meu trabalho e também para denunciar o racismo em Sergipe e não sou atendido pela TV-_Atalaia, o João Neto se recusa até em atender aos meus telefonemas.
Desde o inicio da interdição pensamos que o ato fosse engendrado por políticos do staff do governador, para calar a minha voz, pois as mesmas dificuldades foram sentidas na mídia impressa, o Jornal da Cidade, antes receptivo, passou a censurar as minhas notas e denuncias, minimizando as problemáticas, o Jornal de João Alves e a Gazeta se mantiveram abertos e só restou a Gazeta até o final da gestão anterior, era o único Jornal que recebia as nossas denuncias, contra qualquer governo e foi nele que mais denunciamos o governo de João Alves,, no entanto a TV-Sergipe e TV_Atalália dos Usineiros, proprietário da mídia sergipana com rádios, jornais e tvs que antes eram abertos(quando a televisão Sergipe foi inaugurada, lá eu estava, cantando a missa no Coral São Judas Tadeu) e depois preenchendo lacunas nos programas diversos, dando entrevistas sobre o negro e suas culturas. Há por certo, se memória a televisão tiver, uma gama de imagens minha em todas elas, que agora relutam em viabilizar para o Memorial da Casa de Cultura Afro Sergipana.
Não acredito que seja ação de governadores o impedimento de Severo exercer sua cidadania, não acredito que o ato tenha partido de qualquer governador para que a mídia impressa,televisada e falada de Sergipe, violem meus direitos constitucionais e mim exclua da comunicação, prejudicando minhas ações funcionais e operacionais. Creio sim, no racismo idiota dos negros de alugueis que fazem a mídia, dos que expõem seus racismos nas retaliações particulares a Severo e a Casa de Cultura Afro Sergipana os que usam suas funções na mídia, para se vingar e retaliar os demais e praticar toda sorte de discriminação só porque se encontram no espaço de poder. Mais tudo acaba, só não acaba o racismo dos negros das Casas Grandes, os capachos dos Usineiros.
Neste momento em que a mídia sergipana se atrela a filosofia teocrática das igrejas evangélicas, em cujos espaços só há discriminações contra a cultura negra, ficamos sem espaços para o exercício reivindicatório e somos forçados a mugir como bois que vão para o matadouro ou são jogados as Piranhas da Ideologia Paternalistas dos Usineiros e Coronéis que fazem de Sergipe o seu Curral e Canavial, tendo a seus serviços os Borras Botas, Mata-Cachorros,, Capatazes, Capitães do Mato que cultuam os fundilhos de suas calças, beijando-lhes as mãos e pegando da foice para cortar os pescoços dos Negros que Pensam e dos que não se alinham a filosofia da Casa Grande, cristalizando a Ideologia do Recalque,m no século XXI, vivendo o XVII numa apologia a ideologia branqueadora e paternalista, onde o negro até hoje é visto pela visão JURIDICA e não FILOSOFICA, um juridicismo de visão estreita, julgando ter feito muito pelo pretos, ,quebrando suas correntes. Não tem a coragem de transformar o Antigo Escravo em Homem Livre com a emancipação, o que é Filosófico, a leitura e reflexão das problemáticas, a prática da Humanidade.
Ainda hoje, o branco não admite a Igualdade antes ao negro(principalmente o Preto), seu antigo escravo, pois sua mentalidade de senhor é mais forte e impede o ato através dos preconceitos, não aceita a autonomia e independência e consciência do negro, daí o racismo e as discriminações, que mostram o quanto baixo são seus instintos e o quanto medo tem da independência e autonomia do negro.
Para manter seus “ status “ e suas supostas superioridade, mata, aleija, alicia, violenta e mantem o negro com sua mentalidade escrava, através do paternalismo, evitando que ele pense e se insurja conta eles, daí fazem os negros se voltarem contra os seus, através dos diversos manifestos psicológicos, preconceituosos, afirmando a inferioridade e baixeza da cultura negra, da cor, da religião, das tradições e com isso arrastando os negros fracos e indecisos para os seus serviços, que se resumem em vilipendiar os outros negros, desqualificar e impingir estereótipos raciais, levando os negros a negar suas origens agregando-se no grupo branco e violentar os seus.
Hoje os negros sofrem de ambivalência cruel. O Pardo se distancia do Preto, por não querer participar de uma Raça que o rebaixaria e se associa ao Branco, que no seu pensar, o eleva. Já os Pretos atingidos pelo encantamento da Casa Grande e solidário dos Pardos, querendo ter visibilidades, fogem distanciando de outros Pretos, olha-os com nojo e participam do linchamento dos seus iguais, pois os Brancos para atingir os Pretos, se serve dos próprios Pretos e esses olham os demais Pretos com asco e nojo, principalmente os Pretos que se destacam na luta contra o Racismo, são vilipendiados pelos próprios Pretos. Enquanto Negros não gostam de Negros, os Pretos se Odeiam. Tudo em função dos Brancos, que se apropriam de tudo que é seu.
São esses os detratores da Casa de Cultura Afro Sergipana na mídia sergipana de propriedade dos usineiros dos pastores e padres, pois até a Rádio Cultura se posiciona contra a Palavra, o Verbo de Severo D’Acelino e nega espaço, o direito de Ser Negro Preto e afirmar seu natural.
Sergipe não é sem tempo o Estado mais Racista do Brasil, com uma população majoritariamente da Raça Negra, se Nega e rejeita sua cultura. Os Sergipanos só se vêem Negros quando vão para Salvador ou para Nova Iork. Aqui, clareou, é Branco. E a mídia não poderia ser diferente.
A TV-Sergipe desde quando André assumiu, e com o Usineiro Albano Franco como Governador do Estado, não deu mais espaços para a Casa de Cultura, saiu Albano voltou João Alves, a mesma coisa,participei de um filme em Penedo” Olhos D’Agua”, foi feita uma entrevista pela TV Alagoana comigo e com Fábio Assunção, em Alagoas a minha voz foi para o ar, saiu toda entrevista, aqui em Sergipe a TV-Sergipe colocou a entrevista, mas cortou as minhas falas, só o Fábio Assunção falou. Quando denunciei a TV - Globo por Crime de Racismo, ao Ministério Público Federal, já estava há muito tempo sem aparecer na TV - Sergipe, o caso foi levado em audiência e a rede globo ganhou com os votos do representante dos Direitos Humanos da UFSe, ávido pelas benesses globais. O Caso foi a primeira versão do SEM LIMITES, daí então entrei para listra negra da globo e fui vetado em diversos filmes: Deus é Brasileiro, Carandiru, Esses Môços e outros que desistiram de convidar quando souberam da Restrição da globo ao nome SEVERO D’ACELINO. Mas o dinheiro que ela ganhou com o filme Chico Rey, não repassou um centavos e o seriado Tereza Baptista Cansada de Guerra, passei mais de oito meses para receber uma merreca de cento e trinta reais, pagos pela TV_Sergipe e hoje somos duplamente discriminados: |pela globo e pelos Usineiros.
Ao levar um oficio que solicitaram afim de ver se liberariam umas imagens de minhas entrevistas para a comemoração dos 40 aniversários da Casa de Cultura Afro Sergipana e dos meus 6º anos, fui barrado na guarita da TV-Sergipe as 9 horas do dia 25 de setembro, mandaram avisar ao guarda que não poderiam me atender que todos estavam ocupados e que fosse outro dia.Isso depois da identificação: Severo D”Acelino – Casa de Cultura Afro Sergipana, o motorista esperou os outros carros manobrarem, deu marcha-ré e fomos embora enquanto os outros seis carros adentraram o recinto da empresa do Usineiro.
Se os Governadores Albano Franco: João Alves: Marcelo Deda não são responsáveis por esta violência, certamente os Prefeitos não são. E quem são!!!! Com as palavras os Usineiros.

Quem vai salvar a reputação de Sergipe é a Internet que mostrará ao mundo a cara dos Racistas.



SEVERO D’ACELINO

Setembro 2007.

JOÃO MULUNGU: DESAGRAVO.





João Mulungu: Herói Discriminado
Racismo institucional


“ A Liberdade,
não era uma condição fixa,
mas um alvo em constante movimento”
Bárbara Fields


No caso específico desta propositura, notamos
uma inversão de valores, ou seja, há a inversão
da heroicização de um negro rebelde, que, fora do seu contexto histórico,
servirá de modelo a contestação das condições sociais
em que se encontram os afro descendentes na atualidade,
ou ainda, e mais que isso, valendo-se da estratégica
ideológica dos agentes dominantes do passado,
ás avessas, convertendo os antigos “heróis”, no caso
os” senhores brancos civilizados”, em vilões.
Lourival Santana Santos

“ Qual a civilização que sustentada na força do trabalho escravo.
E no esmagamento do homem, pode-se dizer moralista, ainda
Mais quando aos negros, escravos ou não era vedada a instrução.”
Maria Thetis Nunes

Relator deveria como ‘acadêmico’ que é, buscar outras informações documentais para se pronunciar e nunca se basear por um único documento. Faltou o contraditório.
Severo D’Acelino.
Não há Direitos para o Negro e sim contra ele
Na prática o Direito ainda hoje é Racista.
Hélio Sabóia.

“ O crime não se apresenta
quando é praticado em auto defesa, e
a estatística se projeta tão somente para ressaltar
a criminalidade do negro escravo e omite
a violência que se pratica contra ele”
Maria Helena P.T. Machado


Peço a alguém da parte do Prefeito
explique o Projeto para não votar sem saber
procurei uma pessoa formada em História
e indaguei sobre João Mulungu.
Segundo essa pessoa, a história não diz nada sobre ele
e diz que foi uma invenção de outro negro meio doido
querendo aparecer que se chama Severo, pois
o mesmo inventou isso para para ganhar dinheiro,
e criou o Herói Negro João Mulungu.

Vereador Neemias de Almeida Ribeiro

39ªSessão Ordinária da Câmara Municipal de Laranjeiras
Em 06 de Agosto de 1990

7 de agosto de 2007 o Conselheiro Conselho Estadual de Cultura de Sergipe aprova o parecer do relator
Repudiando o Herói Negro Sergipano,cristalizando o Etnocidio, um tributo a Eugenia negativa

A NEGROFOBIA instalada no Conselho Estadual de Cultura, mais o corporativismo do Relator do processo, prof. José Paulino ex-Vice Reitor da UFS, prevaleceram na aprovação contrária ao reconhecimento de João Mulungu, aprovando as ações caluniosas denunciadas no processo e desqualificando o Legislativo Estadual e Municipal contrariando a máxima de que a Lei maior assinala o referencial.

Baseado num parecer fraudulento do professor Lourival Santana, do Departamento de História, inimigo confesso de João Mulungu, sem outro parecer que reforçasse ou atenuasse a sua posição, o Relator, seguiu a risca as recomendações do professor, sem contudo analisar o documento e ou apresentar a sua versão sobre a questão.

O documento apresentado pelo professor, carece de verdades, se constitui numa fraude, perversa e deliberada, principalmente quando se utiliza do nome e do prestigio de João José dos Reis, quando adultera a citação do seu texto, in “ Quilombos do Brasil, pg,33”, para reforçar sua tese criminosa e torna-la viável. Quando diz que;...o Prof. Dr. João José dos Reis, um dos maiores especialistas sobre escravidão, quando afirma que: “Dizer que os quilombolas foram heróis é pouco, pois diminui a riqueza de suas experiências. Que sejam celebrados como heróis da liberdade, mais o que celebramos (...) é a luta de homens e mulheres que para viverem a liberdade nem sempre puderam se comportar constantemente com as certezas e a coerência normalmente atribuídas ou exigidas dos heróis”(grifo nosso). Não dar referencia em nenhuma de suas citações ou nomeação, para como no dizer “acadêmico’ verificar as fontes, e no dizer popular: Matar a cobra e mostrar o pau”

O texto na íntegra, para conhecimento do Conselho e do relator. O douto historiador João José Jorge, citando a Historiadora americana Bárbara J. Fields autora de: SLAVERY AND FREEDON ON THE MIDDLE GROUND: MARYLAND DURING THE NINETEENTH CENTURY. Para afirmar que os quilombolas são heróis mais que heróis e que devem ser celebrados como Heróis da Liberdade. E não para negar as evidencia históricas.
“ Entre Palmares e os quilombos dos últimos anos da escravidão, os escravos brasileiros construíram uma empolgante história da liberdade. Mas uma história cheia de ciladas e surpresas, de avanços e recuos, de conflitos compromisso, sem um sentido linear, uma história que amplia e torna mais complexa a perspectiva que temos de nosso passado. “A liberdade”, escreveu a historiadora Bárbara Fields, ‘ não era uma condição fixa,mas um alvo em constante movimento’ – palavras escritas para um outro contexto, que tem um valor quase universal. Os quilombolas brasileiros ocuparam sertões e florestas, cercaram e penetraram em cidades, vilas , garimpos, engenhos e fazendas; foram atacados e usados por grupos escravistas, aos quais se também atacaram e usaram em causa própria; fugiram da escravidão e se comprometeram com a escravidão; combateram e se aliaram com outros negros, índios e brancos pobres; criaram economias próprias e muitas vezes prosperas; formaram grupos pequenos,ágeis, móveis e temporários, ou grupos maiores, sedentários, com gerações que se sucediam, politicamente estruturados; envolveram-se com movimentos, alguns abolicionistas; aproveitaram-se de conjunturas políticas conflitivas nacionais, regionais, até internacionais, para crescer, ampliar alianças, fazer avançar seus interesses imediatos e projetos de liberdade mais ambiciosos. Esses lances, e muitos outros, fazem parte da história contada neste livro. Dizer que os quilombolas foram heróis é pouco, pois diminui a riqueza de sua experiência. Que sejam celebrados como heróis da liberdade, mas que o celebramos neste volume é a luta de homens e mulheres que para viverem a liberdade nem sempre puderam se comportar com as certezas e a coerência normalmente atribuídas aos heróis.”

O Doutor relator, se baseou neste e mais outro trecho do documento emitido por Lourival Santana Santos, datado de 08 de março de 2004, protocolado no CEC em 15 de março sob o numero 015. O outro trecho adotado pelo relator. Assinala a opinião do historiador e dos seus pares.

“ Somos da opinião de que a construção da História não se processa pela relação vilão/herói, mas por uma complexa malha de interesses, (grifo nosso), sublinhando-se os particularismos e os regionalismos, considerando o fato de que onde há conflitos, há negociações. Assim, todo acontecimento é parte de um conjunto mais amplo de resistência e sobrevivência de um povo e não de um herói, ocorrendo de forma dinâmica, mudando no tempo e no espaço.”

Neste particular não deixa claro ‘quem somos’, se a instituição, o departamento ou ele e seu grupo hostil.

No parágrafo anterior, o Historiador após qualificar a propositura numa inversão de valores, um invenção de heroicização de um negro rebelde, que fora do contexto histórico servirá de modelo a contestação das condições sociais em que se encontram os afros descendentes na atualidade. Demonstra o medo de que o modelo possa ser utilizado para desconstruir os antigos heróis da cultura civilizada, alta e superior dos “senhores brancos civilizados” em vilões. Sentenciando sua desaprovação da heroicização de João Mulungu, pelo Conselho Estadual de Cultura e assinala Laureano e Odorico, como também, merecedores da homenagem, tendo em vista que desempenharam papeis importantes na crise do escravismo.

Neste sentido o douto professor, explicita a sua luta pelo aperfeiçoamento Eugênico do povo sergipano, na expectativa de fazer desaparecer a raça inferior e cristalizar a raça superior . “É o Francis Galton sergipano a quem Silvio Romero se curvaria se vivo estivesse, seu livro de cabeceira deve ser o “Ensaio sobre as desigualdades das raças humana” do Conde Gobineau e hoje deve está satisfeito com a manipulação do GENOMA” só assim pode assinalar suas partes Brancas e européias, provando sua matriz colonizadora.

O que dirá o douto professor, sabendo que Severo D’Acelino um preto, negro de marca e origens, assenta na cadeira do Conselho Estadual de Cultura, o primeiro preto na história deste órgão governamental, criado para acolher a burguesia intelectual, nomeadamente no domínio cultural, defensores do memorial da oligarquia, sem títulos, militante da periferia do movimento negro, com a mania reivindicatória de assinalar a importância do Negro na sociedade sergipana, com foco na educação e na revitalização do Arquivo Humano? Uma falha no controle social. Um preto quilombista no Conselho, a reivindicar ações para o reconhecimento e valorização dos negros. Como fica a elite da civilização branca, será também o primeiro a ser expulso do nobre colegiado, incomodado com sua presença.

Neste sentido, o douto professor e o douto relator, deixam clara a sua total falta de informação do conteúdo histórico recente a que nós vivemos e também do histórico anterior de nossa nação eurocêntrica, onde a casa grande e os usineiros dão as ordens e promovem seus heróis.Ele não contesta os heróis brancos, só o negro. Porque não contestar Caxias, está com medo do Exercito, e Tiradentes, está com medo da Policia, de Uchoa.

“Há na decisão de ambos uma relação incestuosa de domínio e submissão, o douto historiador, quando da graduação, em suas monografia, assinala entre outra que: Podemos considerar João Mulungu como o Zumbí Sergipano”, ora Zumbí é o Herói dos Negros das três América, o nosso Herói construído no inconsciente coletivo e adotado em todas as ações, antes mesmo de ter seu nome, registrado no Livro de Tombo Nacional pelo negro Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Sergipe é sem dúvidas o Estado mais racista do Brasil e sua pratica institucional, se cristaliza nas ações do Conselho Estadual de Cultura e da Universidade Federal, sempre que o assunto do negro esteja em questão. O Conselho relutou no projeto de Tombamento do Terreiro Filhos de Obá, colocou todas as dificuldades, documentos sumidos e só foi tombado graça a interferência do Governador e da data efemérica, a única que se voltou em favor do patrimonial do negro aqui em Sergipe e na Universidade, foi a saudosa professora Gracinha, que teria dito: - “Já chega de só se pensar no patrimônio da dominação, é hora de se voltar para o importante conjunto dos negros”. A Universidade Federal, como de resto a Educação, nunca teve compromisso com o negro, talvez , espera como diz o Lourival: “ Negociar”, pois no dizer da estrada, “ quem cria dificuldades, quer vender facilidades”. Talvez a indicação para o Conselho, Academia Sergipana de Letras ou cargo de Secretário, sonho de consumo também, da Historiadora

Será a cristalização do Paternalismo, para que o negro continue conformado e agradecido pela sua vitimização, sem direitos de reclamar das constantes Violações dos seus Direitos. É necessário praticar ações diferenciadas e afirmativas, para promover mudanças de atitudes e comportamentos e não reproduzir o manifesto discriminatório gravado sociedade contra o conteúdo negro e isso se chama desconstrução em direção do respeito a Diversidade olhos voltados para o processo democrático da Igualdade Racial

O douto professor Lourival,. Deixa clara a sua fragilidade, o seu descompromisso racial e a sua dependência e despreparo intelectual e psicológico, intelectual porque não tem força critica e pensamento reflexivo; dependente porque é auto sugestionado,mesmo sem ter argumentos, modifica constantemente sua afirmações, dependendo de quem lhe ordena, e neste sentido cristaliza os chavões da Nele, principalmente quando afirma que seja reducionismo, assinalar a importância de João Mulungu e cita os brancos deles como merecedores de heroicizações além de uma lista de comandados do João Mulungu, mas não apresentam os fatos nem os documentos e nisso os documentos de João Mulungu são roubados dos arquivos. A primeira desaparoubação se verificou a época da Fundação Cultural, gestão Lins

Há uma interrogação no ar. Porque os detratores de João Mulungu, não promovem um levantamento dos seus heróis e apresentam o projeto de reconhecimentos. Será que só se interessam pelo que estão construídos, para promoverem suas desqualificações. Autores fraudulentos e seus trabalhos acadêmicos frouxos, deveriam passar por uma banca examinadora. Infelizmente a classe de professores está isenta de perderem o direito de ensinar. Professores nós temos demais, o que nos falta são educadores, esses são muito pouco.

E que é Lourival, quem são os membros do seu grupo. Nego, distribalizados, aculturado, que não se reconhece como negro, e busca no grupo de poder, capachiar os usineiros na Casa Grande, investindo contra os negros quilombolas e os negros das Senzalas a quem ele despreza,” apesar da rede de espias que possuía em quase todas as localidades, o mais terrível dos quilombolas, João Mulungu, foi preso no dia 13 de janeiro de 1876” assinala ele, citando o Presidente da Província, em sua insólita monografia .

Não ganhamos nada com isso, Só serviu para demonstrar a radiografia das relações raciais em Sergipe, que continua do Rey e dos Usineiros e que aqui vivemos no século XVIII com toda sua estrutura da escravidão. Os negros são os braços e os pés dos Senhores de Engenho. Portugal meu avozinho, cadê Mãe África?

No afã de notoriedade, o douto professor, encarna SEBERINO, o traidor de João Mulungu, que por inveja, levou a tropa de policia, até os bananais do engenho Flor da Roda, onde João Mulungu descansava junto com seus outros companheiros. Certamente as trintas moedas não foram o bastante para lhe possibilitar a alforria. Há sempre um traidor entre nós. Zumbí pagou pela traição de Antonio Soares e teve seu corpo decapitado e empencado em estacas, como era o modus operandi dos “brancos civilizados do nobre professor de estória da Ufs,”Será que ele sabe quem foram Seberino e Antonio Soares ?

Nos autos ao reportar-se aos autores, o douto “acadêmico”não ofereceu as referências e suprimiu o enunciado distorcendo o conteúdo e seu significado, com o firme propósito deliberado de reforçar uma farsa, cristalizando sua ideologia recalcada e fraudulenta, tendo em vista que o texto de João José Reis, assinala o contrário, o que não interessava ao seu grupo de interesse, nem ao relator. Se o processo partisse de uma autoridade destacada no espaço de poder e branca, certamente que o destaque seria outro.

Em Sergipe, até agora, só os brancos, fizeram no espaço de poder, alguma coisa para o coletivo negro sergipano, a ver. Cleovansostenes Pereira de Aguiar, a Introdução da Cultura Negra na Grade do 1º e 2º graus em 1986. Antonio Carlos Valadares, O Tombamento do Terreiro Filhos de Obá, Antonio Carlos Leite Franco, o Reconhecimento de João Mulungu, como Herói Negro de Laranjeiras, Jorge Araújo e Wellington da Mota Paixão, o Reconhecimento de João Mulungu como Herói Negro de Aracaju e Conselho Municipal de Participação da Comunidade Negra., Albano Pimentel do Prado Franco. Reconhecimento de João Mulungu como Herói Negro de Sergipe,, Introdução da Cultura Afro Sergipana em concursos , e cursos bem como o primeiro e único Curso de Memória Cultural em Comunidade Remanescente de Antigos Quilombos de Sergipe e o Projeto Cultural de Educação João Mulungu vai ás Escolas.

Os Negros subservientes e conformados nos espaços de poder, só tem prejudicado a revitalização da nossas tradições e resgate de nossa memória cumpliciados por brancos sem pedigree, titulados sem conhecimentos e sem méritos que usam o Poder para poder praticar o etnocidio...

"Etnocídio - extermínio cultural de um povo. É deferente do genocídio (extermínio físico) porque visa não somente a destruição física, a matança, e sim o desaparecimento por inteiro dos traços culturais (língua, costumes, hábitos, tecnologia,mitos). Como diz Pierre Clastres, qualquer sociedade vê a si própria como "superior", encarando as outras com uma ótica etnocêntrica (isto é, com etnocentrismo, com o uso de seus próprios valores e padrões culturais como medida para avaliar os outros povos), mas apenas as sociedades com Estado, com dominantes e dominados, portanto, passam do etnocentrismo ao Etnocídio, ou seja, não toleram essas diferenças e buscam eliminá-las pela força"
José William Vesentini - doutor em Geografi

... contra a nossa comunidade e os que se atrevem a levantarem a cabeça, e como diria nossa saudosa Núbia Marques: Quando os Negro levantam as cabeças, vem outros e cortam-lhes os pescoços. Com a palavra: Professor Lourival Santana Santos, pois a sentença do nobre relator foi perversa e sem direito a contraditório alegando falta de documentos de “indiscutíveis existência histórica” de João Mulungu. Desconhece o memorial produzido pelos Legislativos Municipais e Estadual, evidencia a não existência nos autos do processo, documentos de relevância, reconhece a importância da Casa de Cultura como agente multiplicador e segue a decisão do Lourival e diz não ao reconhecimento de João Mulungu pelo Conselho Estadual de Cultura.

Presente, sem direito a voz e voto, por entender conflitos de interesse, engoli a seco a mais uma demonstração orquestrada e comemorada da intolerância a revisitação ancestral sergipana: nosso Arquivo Humano e a vitória perversa dos negros da Casa Grande. Pele Negra em Máscara Branca. O que se conclui de tudo isso é que foi um massacre, um etnocidio sem precedência na história recente do Brasil.
Parafraseando o Jackson da Silva Lima em História da Literatura Sergipana, numa analise racial. “ “Negro é aquele que se reconhece e é reconhecido como tal”, não importa ter a pele preta se a máscara é branca ou ter a pele branca se a máscara é preta, a importância de Ser não é Ter, mas saber que É.

“ Quando o Negro levanta a cabeça
Vêm outros “e corta-lhe o pescoço”
Núbia Nascimento Marques



"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
“José Régio”.




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Notas:
1-Processo, 108/1995 – Conselho Estadual de Cultura – 2008.
2-Notas sobre os Quilombos em Sergipe – mimeo - Lourival Santana Santos
3-Liberdade por um fio A História dos Quilombos no Brasil- José João Jorge
4-Herói da Resistência – mimeo - Severo D’Acelino- 1996
5-Memorial João Mulungu –mimeo – Severo D’Acelino. -1998
6-Resistência Negra em Sergipe D’El Rey - mimeo –Severo D’Acelino. 1998
7- Cântico negro. José Régio. www.releituras.com/jregio_cantico.asp

O NEGRO E A EDUCAÇÃO ( VII )





Estão batendo pesado contra mim, por entender que sou contra as KOTAS. Não. Sou contra o sistema Racista da Educação deste Pais. Minha Mulher se formou através das cotas, meus filhos se formaram através das cotas e minhas sobrinhas se formaram através das cotas, meus sobrinhos netos estão se formando através das cotas dos nossos sacrificios em financiar suas formações superiores. O dinheiro gasto não veio do governo e não tivemos regalias e passamos por nossos méritos, tanto na Federal, quanto nas particulares.

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Os Partidos e seus Militantes estão pegando pesado e prejudicando a nossa Entidade. Amanhã esses mesmo Partidos e militantes, vão estar discriminando os que se formaram através das KOTAS, dizendo que entraram na Universidade pela janela. O que eles estão fazendo para melhorar a Educação? Os salários dos Professores,
as melhorias dos instrumentos Pedagógicos. Estão fazendo campanha eleitoreiras e desqualificando SEVERO . São 42 anos de trajetória, no LIXO. Falta de respeito.

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Os Pais tem prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será dada a seus filhos. Qual o Pai ou Mãe que se atreve a exigir que as escolas deem tal genero de educação aos seus filhos? Quem se atreve a exigir da Secretaria de Educação esta ou aquela instrução aos seus filhos? Que diga quem ligou para nossa Entidade denunciando a Escola Particular onde seu fiçlho estuda. Nada de Cultura Negra, a escola não vai ensinar macumba para ninguem. Se quizer, tire seu filho daqui. A Rerligião do Brasil é a Católica. Que diria MiguelAngelo se ouvisse uma idiotisse dessa. Logo ele. O Grande contestador. Tenho certeza de que este não é o Pensamento de D. Palmeira Lessa, mas é da tal diretora proprietaria da tal scuola. É a Pedagogia do esmagamento racial em volga. Etnocídio.

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Sergipe tem 86% de Negros Carentes, não por Kotas nas Universidade, mas por Educação de Qualidade, onde os Conteúdos da Cultura Negra e Indigenas sejam associados aos conteúdos Europeus e que a nossa Educação deixe de ser Racista. Eurocentrica - Etnocentrica num Estado Negro, sem Cultura, metido a besta, metido a Branco. Vamos fazer valer o Dispositivo das Declarações Universal dos Direitos Humanos. Educação Já e de Qualidade. A inteligencia não está na cor da pele. Está na motivação. O Sistema de Kotas é reducionista e Racista, coloca por terra a Resistência Negra. Reproduz o 13 de Maio. Nós queremos é a Emancipação e não limpesa étnica. Queremos as Escolas equipadas com professores exclusiivos, qualificados e alunos bem servidos nas suas formações intelectuais e tecnológicas. Isso é Ação Afirmativa. Vamos Radicalizar a Democracia e discutir sempre, os nossos problemas e questões. PT Saudações.

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Até hoje, não conheci Nehum Negro, Professor, Ativista etc. que tenha se associado a luta pela inclusão de conteúdos da cultura negra nas grades disciplinares. Mas conheço muitos que querem as Kotas. Por que será que Professores e escolas não querem a cultura negra nas grades. É Possivel que a maioria dos professores sejam negros, mas praticam a Ideologia do Recalque. Até o Movimento Negro de Sergipe é evasivo, só pensa nas Kotas. Educação sem conteúdo, seria melhor que os politicos distribuissem Titulos de Dotores para todo NEGO. Assim, quem sabe os Conteúdos apareceriam e nós os Negros paravamos de Reproduzir em nós mesmos os esteriótipos que os brancos praticam contra nós. Aí eu deixaria de ser chamado de Cão, macaco, maconheiro( por causa dos meus olhos vermelhos), marginal, ladrão etc. E ninguem mais se benzeriam quando mim vissem. UTOPIA ? Eu Tenho um Sonho, só que é só um sonho que se sonha só. Se fosse junto, seria uma realidade. Na Abolição do Conhecimento ...

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As Kotas de Terras para os Imigrantes, foram altas e as melhores
As Kotas do BOI, para os filhos de pecuaristas e Usineiros
As Kotas da Mulheres nos Partidos
As Kotas de FINANCIAMENTOS dos Partidos
As demais Kotas. Quem pagam, quem sabem, quem desqualificam
AS kOTAS de Espaços das Televisões - Telecomunicações. Produtos etc. Todas elas inseridas e qualificadas.
PORQUER NÃO INSERIR E QUALIFICAR AS KOTAS DOS NEGROS NAS UNIVERSIDADES E NOS SERVIÇOS´PÚBLICOS.? Certamente teem mêdo do Negro mostar seu Valor e sua Potencialidade através de suas Idéias inovadoras e multiplicadoras. Daí as Kotas desqualificadas, para cristalizar os preconceitos e reduzir o Negro a coisa nenhuma.
É Preciso coragem para qualificar a Educação e mais ainda Democratiza-la. Deixa de Racismo - Chega de Apartheid e nós os Negros. Chega de balançar a Cabeça. CHEGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Não somos Escravos. Somos Cidadões. Donos desta Nação.Não estamos no século XVII. Basta. Cheeeeeeegaaaaaaaaa,

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O Governo quer justificar a baixa qualidade da Educação, com a introdução das Kotas. O Rico estuda nas melhores escolas particulares e Ocupam os melhores cursos nas Universidades Públicas. Isso é Igualdade. O Negro é quem paga as contas e leva a culpa.

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Em Sweto na Áfria do Sul, as Crtianças foram assasinadas pela politica do Apartheid, porque queriam ser Educadas, pelos seus valores culturais, sua LINGUA, História etc. Aqui após sermos Proibidos de frequentar as Escolas . Agora pela cristalização do paternalismo se Festeja a Liberação de Negros na Universidade e não reivindicamos a OInclusão de nossa Cultura, com mêdo e por termos a Mentalidade Escrava. Os nossos Ancestrais lutaram por Emancipação e só veio a Abolição. Lutaram por Igualdade e vem aí as Kotas, para cristalizar que não temos Potencial e que nossas Cultura é Baixa e Inferior. E nós Aplaudimos os Senhores, os Coroneis, os Usineiros e as Sinhazinhas..Quem está gemendo: È Negro ou Carro de Boi.



Dizia Rebouças em século passado que...
" Para que Ninguem seja Perseguido e tenha seus Direitos Violados
É Necessártio que o PODER detenha o Próprio PODER"
Ele foi Secretário de um dos Prtesidentes de nossa Proviuncia . Era Negro e Baiano. O Pai de André Rebouças" Salve os Baianos e a Bahia, lá os Negros aprendem a ser Negros tambem nas Escolas.

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..." E assim se fortalece a Politica do RACISMO INSTITUCIONAL que os Ministérios Públicos, poderiam acabar. Mas é público e notório a sua formação e interesse. Será que vivemos niuma Democracia. Será que temos Tr|ês Poderes ? Será que estes Poderes são Autonomos e Independentes? "

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A Universidade Federal de Sergipe, vai aprovar as "Kotas", sem dar a mínima para a inclusão de conteudos da Cultura Negra e Indigena na Grade do Vestibular, o que forçaria as demais Escolas, Públicas e Particulares e inclusivel a própria Universidade, em dar dignidade a educação e praticar uma ação afirmativa, corrigindo a injustiça de séculos de exclusão do negro no processo de Educação e Formação Intelectual. Cristaliza portanto a Educação Racista, pela sua ideologia Etnocentrica.

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A Universidade Federal de Sergipe, poderia promover de fato a referencia de Iigualdade Racial e Desenvolvimento de uma Educação Democrática e de Qualidade. Basta colocar na Grade do Vestibular 40% de conteúdo da Cultura Negra e 20 % da Cultura Indigena. Garanto que as escolas públicas e as particulares colocariam em prática o Decreto Federal, que a mais de 5 anos descumprem. Ta aí o significado das Kotas. e a Responsabilidade Social da Universidade Federal lde Sergipe., que deixaria de ser etnocentrica para ser multiculturalista

O NEGRO E A EDUCAÇÃO (VI)



1968 - inicio da nossa luta para Inclusão da Cultura Negra na grade das Disciplinas, comecei a sua Difusão nas Escolas. Era chamado de Comunista. Terrorista etc.
1970 - Promovemos o Projeto Cultural de Educação João Mulungu vai ás Escolas e iniciamos a difusão através de Palestras e Seminários nas Escolas Particulares.
1986 - nosso projeto é aprovado no Conselho Estadual de Educação
1999 - o governo sanciona nosso projeto aprovado no legislativo estadual - Incluindo a Cultura Negra nas Grades dos Cursos e Concursos ´
2003- o governo federal aprova alteração na LDB e inclui a Cultura Negra nas Grades a nivel nacional.
2001- O Projeto Cultural de Educação é aceito no governo e passamos a difundir a Cultura Negra e Indigena nas Escolas Públicas do Estado.
O Projeto Cultural de Educação João Mulungu vai ás Escolas é perseguido por técnicos da SEED e pelo Movimento Negro. Sofre problemas de continuidade e é excluído no governo do PT. O Projeto é chutado de Ladeira abaixo

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Ouvi indignado de um certo intelectual sergipano, de que não conhecia aqui um negro que tivesse o conhecimento de sua raça e de sua história, mais do que ele. E disse: - Se o negro quer conhecimento que estude. Faça como eu fiz. E aí vem as "Kotas". Pensei que este intelectual fosse multiculturalista, mais é etnocentrista e Racista. Perdir muito tempo com ele. Mas aprendi a conhecer-lo e sua ideologia eugenista.

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A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, EM VEZ DE PROMOVER A EMANCIPAÇÃO DO NEGRO SERGIPANO PROMOVENDO A INCLUSÃO DE NOSSA CULTURA NAS GRADES DOS SEUS CURSOS E PRINCIPALMENTE DO VESTIBULAR. CRISTALIZA A ABOLIÇÃO DE NOSSO CONTEUDO CULTURAL COM A INCLUSÃO DE 'KOTAS' PARA NEGROS. NOS DESQUALIFICANDO E DESMORALIZANDO AS NOSSAS LUTAS. É O APARETHEID ESCANCARADO. Onde esta a Elite Negra de Sergipe ? E a Resistência Negra!!!
Estamos fadados ao Eurocentrismo da Educação Racista de Sergipe. Do Maternal a universidade

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A Universidade Federal de Sergipe, vai estar apropvando ás KOTAS para negros e se recusa em incluir o Conteúdo da Cultura Negra na Grade do Vestibular. Com isso dar um Tiro de Misericórdia nas pretenções de quem quer uma Educação Democrática e AFIRMATIVA. 40% de Cultura Negra e 20%da Cultura Indigena, essa a nossa proposta desde 1986 e reiteirada sistematicamente. Agora nenhuma Escola irá obdecer a Lei de Inclusão, a já desautorizada 10.639 ? Em Sergipe há uma anterior a federal. fluendo crescis ?

O NEGRO E A EDUCAÇÃO (V)



Ao povo do PT, dos espaços de Poderes, do sim. Sou um Negro preto, de marca e origem. sergipano do Brasil e não nego meu natural. Na minha cabeça o Orixá da Comunidade :Justiça :Epdemia. Sou contra as Kotas de Negros na Universidade, porque entendo que haja tempo de plantar e de colher. Vamos implementar mudanças no projeto de educação com a inclusão de nossas Culturas, Linguas, Histórias, Literaturas, Artes, Filosofia, Arquivo Humano, Diversidades, Religiões, etc. Resgatar a nossa Identidade e oportunizar formação intelectual e tecnologica, rompendo com as barreiras do silencio etnocida e produzir compensações funcionais e operacionais para o Povo Negro numa Isônomia Politica, Cultural e Econômica. Enquanto as nossas Culturas e Tradições não fizer parte das Grades Curriculares de Cursos, Concursos , Capacitações .Estarei sempre... contra as Kotas nas Universidades. Nós os Negros temos vergonha. Méritos e Potencialidade. Respeito as Kotas e desprezo o Paternalismo e o Sistema de Educação .
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"Senhores Politicos Sergipano o Caderno de Educação " Metodologia Pedagógica da Educação Inclusiva" Produção do Projeto Cultural de Educaçã JOÃO MULUNGU VAI AS ESCOLAS . Proojeto Bem Sucedido da Casa de Cultura Afro Sergipana ,que consegra as Leis 4.192 Estadual e 10.639 Federal. Está mofando em Brasilia na SEPIR há quase dois anos. Deem uma força. Esse material é inédito no País e consagra as três culturas na formação intelectual e identidade racial dos estudantes. Tem mais de 6 mil textos e vai do Fundamental ao terceiro graus. É para disponibilizar para alunpos a professores. METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Decidam pela Educação o Voto é certo e consciente.

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"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto
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A verdadeira igualdade consiste em aquinhoar desigualmente seres desiguais." [ Rui Barbosa ]

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Minha decepção é ter sido educado para servir ao Estado e vejo que tenho que servir aos Prefeitos e Governadores. Resisto e sou excluído. Vilipendiado. Perseguido. Desqualificado. Ai esta solidão estes caminhos de incertezas e esta apologia aos personalismo. Esta apologia a traição mim faz lembrar o famoso pensamento do sábio Rui Barbosa " De t...) Estou perdido e desesperado. Minha prioridade é o Estado . Radicalizo com a Democracia e a Igualdade Racial


O NEGRO E A EDUCAÇÃOI (IV)



Informo aos afoitos pelas "KOTAS" que milhares de negros da periferia concludentes do segundo grau, não fizeram vestibular porque não tiveram o dinheiro da taxa e se recusaram a irem nas Delegacias pedir Atestado de Pobreza, para isenção das taxas. E agora. Como fica as "KOTAS", alternativas para os alunos das redes particulares se declararem NEGOS. As "KOTAS" nas universidades é pra quem tem ddinheiro. PRECISAMOS É DE UMA REFORMA NA EDUCAÇÃO E INCLUSÃO DAS CULTURAS NEGRA E INDIGENAS EM TODAS AS DISCIPLINAS e que o Governo do Estado baixe um Decreto Lei, criando "CERTIFICAÇÕES INCLUSIVAS"na Educação, para todas as Escolas Públicas possam emitir aos seus alunos concludentes do segundo graus, a fim de que possam ser isentos em todos os Concursos Públicos em Sergipe.de posse deste CERTIFICADO, o aluno poderá fazer o Concurso que quiser. Fazer Vestibular ou um Curso Técnico ou outros Concursos, o importante é que não será constrangido em nenhum nivel. Com as "Kotas politicas" o Negro é transformado em Bode Expiatório da Péssima Educação de Sergipe - "Liberta Que Sera Tamem".
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Qual Terreiro ou Entidade Negra que vai em defesa do outro. Qual Pai de Santo ou Chefe que sai em defesa do outro? Qual filho de santo que ajuda o outro? Com a palavra os que tiveram suas casas violadas. Os que tiveram seus filhos de santos, levados por outros pais de santos. Esta é a realidade a guerra . racismo e discriminações no interior do Camdomblé e do movimento negro sergipano. Farinha pouca. Meu pirão primeiro. É a palavra de ordem. O resto é carnaval. É festa, comidas, bebidas e baquilodeme. A fogueira das Vaidades que enoja Exú. Mas que alegra os pastores evangélico

O NEGRO E A EDUCAÇÃO (III)



DECRETO LEI n 4.192 de 23 de Dezembro de 1.999
Recomenda a Inclusão de Conteudos da Cultura Negra em Concurso Público, Curso de Formação e Aperfeiçoamento do Servidos Público Civil e Militar, e institui o Dia 19 de Janeiro como DIA ESTADUAL DE LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
Porque não foi cumprido até agora.
Com a palavra o MUDO.
Isto É Sergipe.
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Kotas de Negros na Universidade Federal de Sergipe
Mudanças Estruturais da Educação Sergipana
Negros sem Culturas nas Escolas
Oficialização da Ideologia do Recalque
na Secretaria de Educação. Apendice da UFSe.
Negras Mulheres.... que horror a nossa Realidade." Geografia da Fome"

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A Carta de Alforria do Negro Sergipano na Educação sem conteúdo , está sendo preparada
com as "Kotas". A Excelencia do Paternalismo da Casa Grande. Cristalização da Cultura alta e superior dos Colonizadores e Usineiros. Abolição sem direitos a EMANCIPAÇÃO do lixo eurocentrico. Samba Nego. - Quem geme ? É Negro ou Carro de Boi. Revitalização do Pelourinho. Cultura de negro não entra nas Escolas. É Baixa e Inferior.

O NEGRO E A EDUCAÇÃO (II)


Cadê a Cultura Negra e Indigena na Educação de Sergipe.
Onde esta a nossa: História, Geografia, Culturas, Psicologia, Tradições; Arquivo Humano : Religião: Sociologia: Tecnicologia: Linguas e tudo mais. Como educar sem respeitar as Diferenças, sem valorizar a Diversidade. Porque a nossa Educação é Etnocentrica. Porque vivemos silenciosos neste Apartheid Socio-cultural. Porque ás "KOTAS" para a Universidade se não temos Educação e formação Intelectual? Vamos lutar pela Reforma na Educação e economizar o nosso dinheiro, quem vai pagar para ricos estudarem nas Kotas, somos nós Negros pobres que terminamos o segundo grau e não fazemos Vestibular porque não temos o dinheiro das taxas, e vergonha de ir numa Delegacia pedir um Atestado de Pobreza. Basta de Racismo - Chega de Aparthei . Lembremos das Crianças de Soweto. Vamos deixar de Ser Bode Expiatório da desqualificada Educação

O NERGRO E A EDUCAÇÃO (I)


Se a Secretaria de Educação de Sergipe, não estivesse entregue nas mãos de personalistas e conservadores, certamente já estaria fazendo as minis reformas. Uma delas seria a entrega de Certificações aos alunos para Inscrições no Vestibular. Isso motivaria a sua inclusão e evitaria que tantos ficassem de fora, por causa do dinheiro das taxas. Neste processo cada colégio emitiria a certificação que automaticamente já isentaria de qualquer taxas em qualquer tipo de concurso. Isso é Inclusão. Isso é respeito. Isso é Pedagogia de Ação Afirmativa e não o Constrangimento da Declaração de Pobreza nas Delegacias. Mas os Conservadores não querem. A não ser que os usineiros decidam. Triste Educação. Enquanto a Secretaria de Educação for um Apêndice da Universidade, haja conservadores e personalistas. São uns manipuladores."KOTISTAS"

INTOLERÂNCIA (III)




QUESTÕES DO MOVIMENTO NEGRO

O Movimento negro sergipano data da introdução do negro como escravo na Província. As primeiras ações foram as insubordinações isoladas, contra as violências com que eram tratados, daí as seqüências de acontecimentos com as famosas fugas individuais, os atentados nas casas grandes, o infanticídio, as manifestações diversas contra os genocídios, mutilações, estupros, castigos e todo tipo de violências a que eram imposto aos escravos atingindo a todos: Crianças, Idosos, Homens e Mulheres indistintamente.

As reproduções das fugas foram ampliando a todos, crianças, mulheres, homens que se espalhando nas matas, reinventaram os quilombos e os instrumentos de lutas e, aos pouco se organizando através do silencio e da solidariedade, juntando todo tipo de negros: os da casas grandes, senzalas e demais funções, na segurança dos grupos que se formavam e se manifestavam na luta coletiva contra os senhores, feitores, capitães do mato e forças policiais.

Os quilombos e quilombolas estavam sempre perto de algum engenho, pois era ali onde recebiam mantimentos, informações, mantimentos e planejavam fugas e outras ações.

A esses manifestos em reação as condições cruéis e desumanas a que eram tratados, caracterizou-se a Resistência Negra, uma rede anônima e solidária contra o julgo dominante. Os quilombos foram se ampliando em todo território, as relações com os demais, se cristalizando e como conseqüência as mudanças de comportamentos e atitudes. O Primeiro quilombo agrícola que foi instalado na província, foi o Itapicurú de Palmares, hoje esse local pertence a Bahia, mas foi com o consorcio dos índios e os negros da Bahia que este quilombo foi construído e depois de sua destruição, os quilombos predatórios, os chamados de Estradas, foram multiplicados e efetivado como instrumento mais mobilizador para a luta.

Diversas ações e manifestos históricos foram se sucedendo com as reações da Resistência Negra e sua participação forçada, como a guerra do Paraguai, guardas - costas dos senhores de engenhos dentre outras e nas seqüências, os manifestos pontuais de levantes por qualquer mudanças na política, interpretada imediatamente como o fim da escravidão e o inicio da emancipação.

Todos os anos, era manifestado uma Calenda de Natal com o propósito de matar todos os senhores e suas famílias como reação as violências sofridas.
Muito se destacaram na luta e poucos foram citados pelos historiadores dominantes que sempre buscaram reduzir a importância da Resistência Escrava, o quantitativo dos seus quilombos, suas lideranças e feitos na derrubada do regime senhorial escravista.

Paralelo a luta dos escravos, se associavam os brancos pobres e perseguidos, os índios, os ciganos os filhos dos senhores de engenhos, alguns políticos, intelectuais, assombrados pela saga e resistência dos escravos em luta por liberdades.

Foram surgindo isolados grupos ditos “abolicionistas”, leis foi traduzindo o signo das lutas em direção do afrouxamento das violências impostas aos escravos em direção ao modismo europeu que consignava o humanismo como forma de expressão e o Abolicionismo como filosofia, foi signo de luta pelo fim da escravidão sem, contudo assinalar a emancipação, mesmo com o exemplo americano, se preocupava mais com o exemplo do Haiti.

A abolição festiva veio em nome da revolução industrial inglesa, emanada pelo seu parlamento que impôs a realeza portuguesa a intimação e através de diversas leis produzidas para inglês vê e o sentimento ante- lusitano existente, bem como o reduzido conjunto de escravos existente, tendo em vista as ações legais, envolvendo o Ventre livre, Sexagenário, Proibição do Tráfico, o Fundo de Emancipação dos Escravos etc.

Para o constrangimento não ser maior, o mandatário inventou uma viagem e deixou para sua filha Izabel, a tarefa de assinar a fatídica “Lei Áurea”, manipuladora e reducionista, impedindo a emancipação dos ex-escravos e impondo uma nova escravidão, jogando-os as valas comuns da discriminações, racismo, desemprego, analfabetismo, fome. Uma cidadania de quinta.

Essa cidadania que veio consolidar com a República, encontrou o negro algemado ao servilismo patriarcal, ungido do paternalismo das casas grandes, condenado a dependência e com esta situação condicionada, o negro se despiu da furou resistência e domesticado, sozinho, pois as organizações “humanitárias” após a” abolição” sumiram, sem siquer, prestar contas das verbas arrecadadas para as alforrias e emancipações dos escravos.

Sem teto e sem rumo, muito dos negros voltaram para casa dos seus antigos senhores, não como empregados, mas como agregados, lá eles não passavam fome, pois tinham um prato de comida e os seus trabalhos eram por conta disso. A segurança e status que o senhor lhe dava.

O Negro no mercado de trabalho foi o primeiro embate, pois lhes recusavam serviços em função da tal desqualificação. Nas escolas, eram tratados com a parcimônia de inferioridade, da burrice, da falta de talento, inteligência, condições de mando. Enfim, marginalizaram o negro e lhe tiraram a possibilidade de ser educado com os conteúdos de suas culturas e negando a possibilidade de participar das decisões. Sua cultura foi explicitada como baixa e inferior, para justificar a exclusão e convencer aos seus descendentes da incivilização de sua matriz cultural e racial.

O negro manipulado foi aderindo o mundo branco, seu fieis seguidores, apologistas da civilização superior e sem perceber foi fugindo de suas matrizes e abraçando a cultura eugênica branca, superior e reproduzindo em seus iguais os estereótipos, comportamentos e atitudes dos brancos, cristalizando a cultura etnocêntrica dos dominadores e assumindo a sua psicologia, rejeitando os negros e se reconhecendo brancos.

Os dominadores conseguiram mais uma vez, reconstruir seus domínios e dividir definitivamente os negros, provocando o conflito intestinal, interracial, levando o ódio para dentro das famílias que se separam pela cor da pele e das aparências. Sergipe se transforma efetivamente no Inverno para os Pretos, Purgatório para os Pardos e Paraíso para os Mulatos que almejam o branqueamento e o fenótipo ideário dos brancos. É a epidemia da Ideologia do Recalque a apologia branqueadora.

São esses negros que se tornam os Feitores e Capitães do Mato, contra os Negros insurgentes, que buscam na luta a resistência dos Ancestrais, darem o sentido objetivo de Igualdade na busca de Liberdades e Emancipação, defesa dos Direitos e se batendo contra as violações e todos os tipos de violências em defesa dos Direitos Humanos.

Logo com a República, a luta e os espaços passaram para o Candomblé, ponto de Resistência e Irradiação da Cultura Negra e por isso muito combatido, outras vezes tolerados e seguidamente vilipendiado, massacrado, desqualificado e perseguido pelo Estado como fora pela Igreja e pela Santa Inquisição, por outra paternalizados pelos usineiros e coronéis que reproduzindo os antigos senhores, tipifica de folclore e de “brincadeiras” os ritus religiosos dos negros, se tornam tolerantes.

Os espaços religiosos dos negros, sempre foram controlados por dentro e por fora, pelas autoridades que vêem nele o instrumento agregador e político da comunidade e, neste sentido tem a mais diversa relação. Os intelectuais e Políticos de Esquerdas sempre buscaram manter uma boa relação com os Sacerdotes e seus Terreiros, visitando, participando, contribuindo, estudando suas diversas expressões e sistemas hierárquicos, organizacionais, intercâmbios, interpretações etc.

Sempre que os conflitos políticos recrudescem, os espaços são revisitados por todos e seus sacerdotes postos em estreita vigilância pelo regime repressor. Na colônia eram deportados, na República eram presos e seus Terreiros saqueados. Foi assim em diversos regimes. De Macumbeiros a Comunistas, foi um momento da história recente de Sergipe no âmbito da repressão e intolerância política e religiosa com inspiração racista.

Por inspiração política partidária os Terreiros se organizaram em torno de uma federação que em vez de proteger, foi mais um instrumento controlador, transformado em curral eleitoral, numa tentativa de socializar a prática religiosa e respeitar o dispositivo Constitucional, o grupo saiu das Delegacias e do controle das “autoridades policiais” e se concentrou no controle da” Federação” e é através dos mais variados interesse que a organização passa a ser alvo fácil de disputas político partidário que consegue impor rupturas e são formadas Confederações, Sociedades e mais Federações.

Com as rupturas marca o cisma dos Terreiros e os mais importantes Sacerdotes se afastam e voltam a suas manifestações isoladas, mantendo relações pessoais com os políticos e autoridades a quem se reportam e trocam favores.

Com a instalação dos Militares no Poder, Sergipe sofre algumas mudanças, no seu quadro político gestor, mas as ações não se concentram como na intervenção Mainart do governo Vargas. As ações aqui foram de mero expectador e executor das ordens expressas, emanadas pelo poder militar em Brasília, quem mais eram visíveis aqui eram o exercito e a policia federal que evidentemente tinham as cooperações dos X9, os dedos duros, a apontar, denunciar os outros em busca de citações e espaços no poder.

É nesta efervescência, neste quadro difuso e nesta maré de mudanças que o Movimento Negro é instalado em Sergipe e como referenda-lo nesta conflituosa situação, foi denominado de GRFACACA e, por nominar Castro Alves, como Patrono, sofreu as devidas averiguações e acirrada vigilância pela relação com escolas, intelectuais, políticos e ideologia racial não explicita e tendência esquerdista. Nos diversos locais, principalmente nas escolas, que nos rejeitavam, éramos chamados que: comunistas, guerrilheiros, bagunceiros, maconheiros, fazedores de casos, subversivos, terroristas, traficantes, trambiqueiros etc.

Todo trabalho que fazíamos no âmbito do Teatro e da Dança era devidamente submetido a Censura Federal, os signos e expressões culturais eram sabatinados até convencer aos censores que não eram subversivos. Os textos produzidos eram sistematicamente vetados, pois na falta de entendimentos, ou melhor, interpretações, eram vetados.

A nossa relação com intelectuais e políticos de esquerda nos deu muitas idas e vindas na Policia Federal. Quando instalamos o Comitê Sergipano Anti-Apartheid, fomos visitados por simpatizantes (agentes disfarçados) que se mostravam interessados por adoções de medidas contra a África do Sul para a libertação de Mandela, conversa vai e vem, leu todo memorial da instalação e não nos demos conta que o Livro Ata e de Assinaturas estavam a vistas e certamente, ficaram sabendo de todas as personalidades que se fizeram presente. Além de Estudantes, Professores e Lideranças Populares e Sindicais, os participantes do PC do B -. PC – PMDB – MR-8, até da ARENA se fizeram presente. Como eu já estava e andava psicologicamente sedado, não dei nenhuma importância aos visitantes.

Com a Nova República, o Movimento Negro em Sergipe, cresceu e sofreu um baque, uma baixa de qualidade e de bom senso, uma perda de identidade, uma banalização dos objetivos, uma falta de respeito com o coletivo, uma inversão de valores.

Foi uma inversão de idéias, agora só de repetia as palavras de ordens do PT, o Movimento Negro partidarizou, seguindo o modelo baiano que identificou as entidades negras através dos partidos PC; PB do B: PT. e o surgimento de diversos grupos em Sergipe, enfraqueceu as ações da Casa de Cultura Afro Sergipana, que após a instalação do Comitê Sergipano Anti-Apartheid, instalou também, o ISPCPN Instituto Sergipano de Pesquisas da Cultura Popular e Negra, numa tentativa de burlar a Policia Federal e se identificar publicamente como Entidade Negra, explicitando seus objetivos o que só foi possível com a instalação da Nova República com o governo Sarney.

Com o enfraquecimento da Casa de Cultura Afro Sergipana, os lideres, chefes e donos de grupos, baixaram o cacete em Severo, desqualificando em todos os locais e agredindo-o moral, física e psicologicamente. Este comportamento se estendeu os todos os participantes de grupos do movimento negro sergipano. A ordem era desqualificar Severo e isso era até usado como batismo de fogo dos novos militantes. As ações da Casa de Cultura começaram a serem bombardeadas e postas em dúvidas, dentro e fora dos espaços de poderes, porque a Entidade não se alinhava às novas diretrizes surgidas do grupo que se instalava no poder partidário.

As novas “lideranças” colocavam publicamente que o movimento negro de Sergipe, não era fruto de Severo, foram eles que construíram, só esqueciam de falar que eles eram egressos da Casa de Cultura e que Severo foi o seus iniciador. Isso era praticado dentro e fora das fronteiras do Estado. Muitas das vezes, recebia telefonema de companheiros de outros Estados, informando o desrespeito a minha pessoa e as suas intervenções.

A partidarização acabou com a expressão do movimento Negro sergipano, instado a promover mudanças de Atitudes e Comportamentos, dar visibilidade ao negro e culturas, numa sistematização revitalizadora da identidade étnico-racial com foco na educação e nos Direitos Humanos, passou a reproduzir os chavões partidários, onde o foco não é o coletivo, mas o partido, o objetivo se tornou em redirecionar o curral eleitoral com a comunidade negra, como gado e os donos de entidades como cabos eleitorais dos políticos das diversas facções dos partidos.

As entidades negras se tornaram meras reprodutoras das ideologias dos partidos em prejuízo das aspirações do coletivo negro. Quem se insurgisse contra, tinha o pescoço cortado, era sumariamente deletado e perseguido diuturnamente. Os antigos companheiros, agora são os algozes decapitando as cabeças pensantes por insurgirem contra os manifestos equivocados dos governos, partidos e militantes cooptados e vendidos por um cargo.

Os adesistas partidários chefes, donos, proprietários de entidades negras, vãs para outros locais. Fora do estado e fazem um bocé, um bori de água fria,e voltam dizendo que são iniciados, sem saberem nada, mais que, demarcam suas posições para auferir lucros com projetos voltados parta a religião negra. Daí eles dão as ordens e determinam seus territórios, derrubando todos os trabalhos feitos anteriormente por pessoas qualificadas e signatárias do ritu, mas que infelizmente, honestas e não gozam do respeito e consideração dos que nos espaços de poder, determinam o ritmo da dança e da corrupção legalizada, porque a religiosidade negra, dar dinheiro polpudo dos cofres dos governos para projetos picaretas a fim de manter o negro como objeto de estudos e não como agentes do saber.

Agora os parasitas do movimento negro aqui em Sergipe, são também, graduados do candomblé, os sacerdotes, a quem os Pais de Santos devem bater cabeças, porque são homens e mulheres do poder, do partido, da facção, dos cargos, os que mandam. Podem até não saberem nada, mais isso é o de menos, quaisquer idiotas aprendem fazer o que não presta. Fazem ebós, para derrubar seus oponentes, os que têm visibilidade e reconhecimentos no movimento negro e na comunidade, mas não sabem fazer os seus políticos permanecerem no poder, ou promover ações para o coletivo.

Uma parede é fácil derrubar, como disse: qualquer idiota faz. Quero ver é construir. Essas borras botas do movimento negro partidário são uns traidores e incompetentes. Para dizer a verdade. Uns X9. 171, basta que a Policia Federal comece a vasculhar suas ações, para seus partidos e políticos lhes descartarem. Só eles que não sabem disso. É por isso que são idiotas. Bois de Piranhas

Engenheiros das obras prontas. Com o governo Fernando Henrique, o Movimento Negro em Sergipe decolou. Foram diversas as Entidades, grupos e facções que se instalaram. Houve conflitos, mas houve avanços significativos com participações em diversos manifestos dentro e fora do Estado. Sergipe era governado por Albano Franco.

No retorno ao governo João Alves, a pior referencia negra do Estado, promove o acirramento, banimento e extinção de diversos grupos, associações etc. O Presidente Lula, privilegiou os seus companheiros e partiu para o modismo das ONGs, todas petistas e dos seus aliados que se digladiaram em facções. As ações de Fernando Henrique que se encontravam em discussões, foram aprovadas intempestivamente, as Ações Afirmativas e Cotas, contempladas sem o aval do coletivo, foram aprovadas politicamente, assim como as referenciais das Áreas Remanescentes de Antigos Quilombos,

Encolhem e reduzem drasticamente as entidades negras em Sergipe e no Brasil, enfraquecidas e ou banidas, por conta das restrições do PT e seus aliados e mais uma vez, o coletivo é vítima do Racismo e discriminações Institucionais e sofrem com o acirramento e cristalização das políticas paternalistas, agora institucionalizadas, levando os indivíduos ao ócio e a marginalidade, ampliando o cerco político/jurídico/policial.

Hoje os detratores da comunidade, antigos militantes do movimento, são os propagandistas do governo e prontos a massacrar e calar as vozes dissidentes, impedindo que o próprio governo conheça a expressão do povo e fique com os olhos vendados, pensando que está fazendo algo positivo, quando na verdade está emparedando os que diz proteger, por conta dos seus matas cachorros que só sabem aplaudir os arrotos dos chefes.

A imprensa que antes, nos idos dos anos 70 a 90, que nos apoiava, patrocinava cartazes, publicava nossas denuncias e nos dava espaços para publicar nossas produções, hoje nos alija. Não temos a expressão dos Jornalistas que nos incitava a escrever e publicavam nos seus espaços, que nos provocavam a tomar posições claras sobre as mais diversas questões, que nos entrevistavam e promoviam as nossas preocupações, formando opiniões pública, hoje só nos resta o silencio e o aviltamento de nossas ações. Fomos banidos da mídia por conta da nova geração que reproduzem o que lhes mandam. Não tem pensamentos críticos e estão preocupados em serem assessores de imprensa dos políticos e receberam umas CCs dos governos.

Ater na internet os espias dos governos e prefeitos e usineiros estão, a denunciarem páginas com criticas aos seus senhores, daí termos páginas deletadas da web por conta destas ações que fazem até os militares mais radicais do Dops, tremerem, mas estamos no governo das mudanças, até a revogação de nossa “liberdade”, alforrias e abolição do regime escravista, tendo em vista que vivemos o séx.XVII

O governo de João Alves retirou conquista do coletivo negro, confirmado pelo seu sucessor. A Delegacia de Crimes Raciais foi reduzida a coordenação de grupos vulneráveis. A Cultura negra não teve acesso nas escolas e seu conteúdo confirmado por Decreto Federal, até hoje não foi agregado às disciplinas, a saúde da população negra, nunca passou os umbrais da secretaria de saúde e o coletivo silenciado pela mídia, não tem retorno os seus rogos.

O Movimento Negro, hoje, fragilizado, partidárizado e dependente, reproduz sobre a comunidade que deveria proteger e representar, os estigmas com que o sociedade excludente trata o negro. É extremamente difícil as relações no interior das Entidades do Movimento Negro, pois todo tipo de preconceitos, discriminações e racismo são praticado contra os negros, interna e externamente.

Esta mesma ações, e comportamentos se manifestam no interior da Religião Orixá, cristalizando os atos reprovados até pelos participantes do grupo, que se transformam em vítimas contumazes das ações invasivas, predatórias, discriminatórias, racistas e preconceituosas nas estigmatizações dos fenótipos. Essas reproduções são tão abertamente praticadas que já fazem parte da memória coletiva do grupo e agregadas aos seus próprios valores, vistas como banais o que dificulta as relações interpessoais e provoca as constantes saídas dos indivíduos, do grupo, da comunidade e da religião, migrando para os cultos evangélicos.

Como componente do movimento social, que propugna mudanças, o movimento negro sergipano estar a desejar, pela ausência de segmentos Católicos e Evangélicos, a fim de estabelecer equilíbrios, nas relações, encaminhamentos e lutas pelo bem comum do coletivo.

A igreja foi provocada nesta direção na linha da Pastoral do Negro, mas o interesse foi nulo e o grupo Evangélico foi concitado através do Conselho de Pastores, mas como a Católica, não houve avanços.

Neste sentido fica difícil estabelecer o respeito a Diversidade e propugnar por Igualdade, uma vez que a comunidade negra evangélica é extremamente grande e comporta ações governamentais para atender suas propostas, a mesma coisa esta veiculada com a comunidade negra de orientação Católica Apostólica e Romana, a falta destes indicadores, dificulta o diálogo e elaboração de uma política pública voltada para a satisfação comum.

Sou da Casa de Xangô Aiyrá, da Iyalorisha Mãe Eliza, seu neto sanguíneo e “Deixa”. Nas minhas memórias, alcancei o Terreiro já no alto da Suissa Braba em Aracaju, era de esquina e tinha um grande terreno que abrigava duas Casas, o Terreiro e mais uma edificação nos fundos, onde morava o pessoal agregado.

O Terreiro maior que conhecia era o de Alexandre em Laranjeiras, onde minha Avó freqüentava, parece que era o único que ela ia, lá ás festas seguiam até um mês inteiro.

Certa vez fui surpreendido com a noticia de que minha Avó, ia para o Rio de Janeiro e o Terreiro foi fechado, ela levou todos os assentamentos, e plantou o Axé lá na Ilha da Conceição em Niterói.

Hoje este Axé está comigo, foi plantado no Santos Dumont, após ser enviado de lá por falecimento de minha Avó e de Bebé e Benício, respectivamente sua filha adotiva e o marido dela. Está no Iyle Ashe Opô Aiyrá – Comunidade Oni-Odé Olubojutô. Sou Deixa de minha Avó.

Não tenho lembranças de quem ficou no local, só sei é que tempos depois o morro foi derrubado e se apropriaram das terras dela. Ato que a Prefeitura até então não resolveu.

Não entendi como um Terreiro podia mudar de lugar. Anos depois fiquei sabendo que o Terreiro de Zé de Abakossô, localizado na Baixa Fria, hoje Avenida Rio de Janeiro, foi vendido e ele transferiu tudo para o Rio de Janeiro.

Achei estranho, tanto minha Avó quanto Zé de Abakossô mim surpreenderam, pensei que tinha que ficar algum filho ou filha de santo no lugar, dando prosseguimento aos atos litúrgicos e não entendia como era possível vender um Terreiro.

Eu já tinha conhecimento de fechamento de Terreiros,, não os da repressão pela policia, mas por morte dos Pais de Santos e sabido dos filhos de santos irem para outros Terreiros.

Na minha cabeça os Terreiros podiam até mudar de lugar, mas acabar, nunca. Em Laranjeiras Alexandre tinha o Terreiro e eu tinha conhecimento que o Terreiro era do Orixá (o dono era o Santo).
O Terreiro era num sítio grande e tinha uma Casa, onde abrigava os Santos e o pessoal, em tempo de festas grande se fazia um Caramanchão ao lado. Ele morava lá, mas tinha sua casa em Aracaju, no Siqueira Campos e lá em Laranjeiras sempre ficava alguém.

Quando ele morreu, houve uma parada, mas continuou com Tia Alira de Oiya que após seu falecimento ficou a cargo de Cecilinha e com seu falecimento a família que já vinha querendo dividir em herança conflituou e como eu andava fazendo levantamento da herança cultural do Terreiro.

Iniciei o processo de tombamento para preservar o Patrimônio Histórico Cultural do mais antigo Terreiro de Sergipe e fui violentamente atacado, agredido e vilipendiado pela família, ainda hoje guardo as imagens das agressões, da família e dos intelectuais contrários a memória do patrimonial negro e foi por isso que não fui a luta para reaver as terras do Terreiro de minha Avó, o medo de ser confundido e ser chamado de interesseiro e ladrão.

Ficou Umbelina com o Terreiro Santa Bárbara Virgem, com a sua morte, o Terreiro e a Irmandade ficou sob a responsabilidade de um grupo, liderado pela Mestra Alaíde que orientava D. Lourdes para o exercício da Sucessão afim de garantir a decisão da Antiga Lôxa e das Entidades. Por fim D. Lourdes é a mais nova Lôxa do Terreiro, a sucessora de Umbelina, mantendo os cincos Terreiros da Irmandade além das Taieiras. Com a sua morte, houve conflito e finalmente a sua filha de criação Bárbara, foi tutelada e assumiu a administração do Terreiro, da Irmandade e das Taieiras, até a saída de alguns insatisfeitos.

Zé de Abakossô, anos depois retorna a Sergipe, mesmo mantendo Terreiro no Rio de Janeiro, replantou Axé em São Cristóvão, onde edificou outro Terreiro, consagrado ao seu Orixá OXOSSE, reafirmando sua matriz. Após seu falecimento, o “herdeiro” já anunciado (parece ser parente), assumiu o Terreiro, sem grandes traumas e sem grande aceitação.

Outros Terreiros, já contam com seus “herdeiros” nominados e visto com indiferença pelos grupos que preferem silenciar antes a decisão seletiva dos Pais e Mães de Santos em impor seus parentes no comando do Terreiro. Poucos foram os sucessores, identificados pelos jogos divinatórios e ou indicados pós morte dos Pais de Santos, num ritual de sucessão. Só há noticias de “Herdeiros” cujos graus de parentesco, evidenciam a relação nuclear.

O silencio da irmandade e ou grupo, denuncia as imposições dos Sacerdotes e seus interesses de manter o Terreiro no seio da família e são poucos e muito poucos os que contam com as aprovações da maioria ou que busquem firmar relações que lhes garantam a sucessão pacifica, solidária e reconhecida.

Para muitos a hierarquia deveria seguir o seu curso, por diversas razões, ficando, portanto, na falta do primeiro, o segundo da linha, que seria por idade e ou por função, no caso, na falta do Pai de Santo, assumiria a Mãe Pequena e ou o Pai Pequeno e assim sucessivamente, dependendo da aceitação dos envolvidos e, só depois de certo período, a confirmação dos Orixás, assumindo definitivamente o / a eleita dos Deuses.

A falta de coesão e de entendimento repele a afirmação de identidade, disciplina, liderança, compromisso e organização, prejudicando o crescimento e fortalecimento da comunidade de Terreiro.

Aos “herdeiros” os estigmas das Chefias, os autoritarismos centralizados e dispersões dos grupos. Fazem ações personalistas, autoritárias e sem articulações, certos dos seus poderes e de suas autoridades.

Os Sucessores, os reconhecimentos, a coesão, disciplinas, solidariedades, compromissos, relações diplomática e democrática, sob o signo da liderança, respeito e cooperação, mesmo que não tenham os conhecimentos básicos dos cargos e funções. Fazem ações conjuntas e participativas. São articulados.

Aos “herdeiros” declarados, os parentes dos Pais e Mães de Santos, deveriam logo após a declaratória pública, serem imediatamente iniciados nas práticas do cargo e das funções dos Terreiros, assumindo e dividindo alternadamente a direção dos rituais e gestões administrativas dos Terreiros com os Pais e Mães afim de se firmarem antes as Irmandades em busca de reconhecimento.

Desta forma não haverá grandes conflitos, pois já foram testados e os grupos já estão acostumados com suas ações, conhecendo suas tendências e filosofias.

Sempre pensei e ainda penso que o Terreiro era e é do Orixá, um Templo Espiritual edificado e ou plantado em homenagem ao Orixá, administrado pelo seu Sacerdote / Sacerdotisa sem o embargo da materialidade dos parentes, o Terreiro é um Patrimônio dos seus seguidores e não da família do Sacerdote ou Pai de Santo ou Zelador.

Na falta destes, mantido pelos filhos ou filhas, conforme as indicações, seja da irmandade ou do Orixá Patrono através de sinais, seja: sonhos, jogos divinatórios e ou manifestação pública do Orixá indicando a sucessão do Pai de Santo, Zelador, Sacerdote.

Nunca pensei um Terreiro como herança patrimonial da família e de parentes dos Pais de Santos e sim como Herança de um Axé D’Orixá pertencente a Comunidade do Terreiro ou seja Irmandade, independente da sucessão espiritual recair sobre um parente.

Penso que a alternância do Poder Espiritual não está no prédio do Terreiro, mas é fortalecido principalmente nele, que emanam os fluidos energéticos onde estão plantados os diversos Axés e impregnado das energias dos diversos rituais.

Penso um Terreiro onde seus adeptos contribuam sistematicamente para a sua manutenção e crescimento, preservando o todo sem problema de continuidade.
Onde além dos espaços sagrados, tenha edificados os espaços domésticos e sociais, para abrigar os filhos, filhas, agregados e freqüentadores que venham em busca de tratamentos espirituais.

Penso um Terreiro que tenha seus espaços, mais o espaço do Pai de Santo, Babalorisha, Iyalorisha ou Mãe de Santo, independente deles teres suas residências, e devem ter. O espaço no Terreiro deve ser puramente funcional.

Penso a Comunidade de Terreiro, contribuir mensalmente principalmente com o salário do Sacerdote, Zelador, Sacerdotisa etc., mesmo que estes tenham suas rendas.

Penso o Terreiro como uma empresa, com suas funções organizacionais e administração empresarial, onde seus filhos e filhas de santo, adeptos e simpatizantes, façam parte do conjunto de sócios contribuintes, preservando os ritus, ósseas, obrigações, festejos, oferendas etc.; concomitante as ações sociais e as prestações de serviços.

A manutenção do Terreiro deve ser atribuição dos seus seguidores, adeptos, filhos de santos. Enfim a Irmandade é que deve prover todas as ações e necessidades do Templo e suas manifestações, sejam de ordem material e/ou espiritual.

Penso o Terreiro, remunerando seu pessoal de apôio, onde os ritus não podem ter problemas de continuidade e as suas presencias são imprescindíveis na parte espiritual e na segurança.

Penso que deve haver, sempre e garantida a sucessão, mesmo em vida do Sacerdote. Ele simplesmente pode e deve se aposentar e passar a reger o Conselho Sacerdotal do Terreiro.

O advento de herança, não expressa a continuidade e tem o teor de apropriação, domínio, propriedade, partilha etc. O certo no seio espiritual deve ser sucessão. Herança cheira a materialidade de natureza dispersiva e estática. O Axé deve ser revitalizado e preservado sim, como herança espiritual da ancestralidade do Terreiro.

Penso o Terreiro com sua política espiritual e social definida, com sua estrutura demarcada na temporalidade, organizacional e funcional, com gestões definidas. Neste ponto o viés econômico é importante, para dar suporte aos ritus, daí a necessidade de Regulação explicita, onde as funções se definem em beneficio de todos e defesa do Terreiro e da própria Irmandade.

São importantes, portanto as ações em torno de captação de rendas, onde os recursos oriundos de “contribuições, doações e prestações de serviços” se somem para garantir a continuidade e independência, dando personalidade a Irmandade na defesa da territorialidade.

Cabe, portanto, a Irmandade, envidar esforços para o crescimento e fortalecimento do Patrimônio Material e Imaterial do Terreiro, seja nas aquisições de bens, nas ampliações do território ou dos próprios bens do Terreiro, através de ações afirmativas e inovadoras.

Exemplifico aqui, que, da contribuição de 40 filhos de santo no valor de quinhentos reais, dará para adquirir uma propriedade na zona rural, um sítio, por exemplo, com mais de seis tarefas de terra. Aí é só plantar os Axés e estará caracterizada a ação patrimonial do Terreiro com personalidade da Irmandade, de resto é só se organizar e edificar o Templo do Orixá Patrono do Terreiro e da Irmandade. Aí não terá “herdeiros”, só sucessor.

Historicamente os nossos Terreiros, são nas residências dos Pais e Mães de Santos, onde criam extensa família e mais ainda os agregados. A parte espiritual muitas das vezes se confunde com a doméstica. Seus compartimentos sagrados são violados seguidamente: Camarinha, Pegi, Roncó, Quarto de Exu, Barracão etc. Vez por outra, utilizados como depósitos agregando outras funções: “Guardar televisão, valores, peças, alojamento , encomendas, moveis , refeitório etc.”

E, quando os Pais e Mãe de Santos morrem ou mudam de religião, os filhos sanguíneos acabam com o Terreiro, alegando que precisam dos espaços. Daí, os filhos e filhas de santo, perdem o referencial e reféns da Intransigência dos “herdeiros”, ficam a deriva e ou migram para outros espaços, sujeitos as mesmas reações.

Essa manifestação muita das vezes induz a perda de identidade e leva a outros caminhos. Alguns exemplos têm dado certo grau de unidade, quando alguém do grupo busca agregar todos em outro Terreiro da mesma matriz, mas a relação nem sempre dar certo, daí a migração é certa e mudam até de Orixás e Nações.

Outro Terreiro que se mim afigura como destaque ao tema, é o antigo Terreiro “COSME DAMIÃO”, da Zeladora Maria José das Areias, que foi dos Filhos de Oba em Laranjeiras. A Nação cultuada era Nagô Forte, diferenciado por uma batida e coreografia diferente do Nagô tradicional, esse Nagô ainda resiste no Terreiro de Mariinha, uma das filhas, que seria a sucessora da Zeladora.

O Terreiro de Maria José das Areia se localizava nas “Areias”, antiga localidade de Aracaju, hoje denominada de Castelo Branco. Ali reuniu as mais diversas personalidades da vida sergipana que acorriam aos memoráveis festejos, que como Laranjeiras, duravam semanas.

A área do Terreiro era enorme e cada filho e filhas de santo, tinha ali seu espaço, onde construíam seus barracos, todos eles padronizados, onde poderiam habitar enquanto perduravam as obrigações.

“Com “o falecimento da Zeladora, houve o impacto inicial e depois o conflito de “Propriedade”“ “Fuga de Identidade”, uma das filhas sangüínea foi apontada como sucessora da Zeladora e o estopim eclodiu com uma outra que não era de sangue e houve o famoso” Cisma”, o Terreiro foi fechado por decisão da família, sua área vendida para uma empresa e a dispersão foi geral.

Para agregar os irmãos e irmãs a pretensa sucessora, edificou em sua residência um Terreiro e deu continuidade as ações espirituais da Nação enlutada e seu Terreiro teve outra denominação, encerrando assim as manifestações do Terreiro “ São Cosme e Damião”

Se houvesse coesão, hoje o “Terreiro São Cosme e Damião” estaria em pleno funcionamento, a Irmandade cada vez mais forte e seus Axés preservados. Mas o fantasma dos “herdeiros” extinguiu os esforços e a história da afamada Zeladora, Maria José das Areias e igual a elas tantos outros.
Centenas de Terreiros foram extintos com o falecimento dos seus cabeças, patronos, fundadores, gestores, heróis e heroínas que em vida se devotaram aos Orixás, Caboclos e Entidades do Panteão Africano em Sergipe, os nossos Ancestrais negros e índios.

Podemos nos espelhar nas ações da Religião Judaico-Cristã, uma vez que a nossa religião está também, a ela ligada, seja pela dominação colonialista, seja pela sua repressão e intolerância religiosa, nos obrigando a incorporações diversas de ações cristãs ao nosso ritual, a tão famosa sincretização, onde nossos Orixás eram e são correspondidos aos Santos Católicos, faça referência ao Dízimo e sua importância na socialização da divisão para somação e multiplicação. Garantia de preservação da Religião e da Fé.

O Dízimo, marca a trajetória de retribuições a Deus, no entendimento de uma parte que nos dá, contemplando dimensões quando aplicado os recursos partilhados pela comunidade.

O Dizimo, na dimensão religiosa, deve suprir com recursos, todas as necessidades diretas ou indiretamente ligadas ao culto e aos seus Sacerdotes. Gastos com o Terreiro, construção e manutenção, salário do Pai de Santo e funcionários, encargos, energia elétrica, água, telefone, paramentos litúrgicos, velas, ferramentas, etc.

Na dimensão social, o dízimo deve suprir as necessidades dos irmãos mais carentes da Irmandade.

É importante salientar que o Dízimo é dinheiro, e dinheiro é o que se referenda todas as ações dos nossos rituais. Se paga as folhas, o obé, o chão, os atabaques, o cabelo, em diversos manifestos dos nossos rituais, os jogos divinatórios etc.

Neste sentido, a oferta que se deve fazer a guisa de dízimo é simbólica e importante, uma contribuição a manutenção dos Axés dos nossos Orixás; Inkices; Vodus; Entidade e seus Sacerdotes, os Babalorixás e Iyalorixás, Lôxas Patrões, Zeladores, Tatas, responsáveis pela preservações dos Axés e manifestos aos nossos Ancestrais.

Minha luta no âmbito do Movimento Negro, que iniciou desde o momento em que nossos ancestrais foram trazidos para aqui como escravos, é por Direito Civis, pela plena Cidadania, contra o Racismo e as Discriminações e, sobretudo, pela Revitalização Cultural através da EDUCAÇÃO. Não é por obrigação, por favor, ou dever. É uma opção, em defesa de minha Raça, vilipendiada com grande contingente de indivíduos descomprometidos da nossa condição, enquanto negros espoliados e excluídos do espaço de poder e só lembrado para execuções de tarefas e nunca para participar das decisões.

Luto independente do respeito e do reconhecimento a minha pessoa, meu trabalho e minha organização, que somos vítimas principalmente por uma grande parcela de negros, comprometidos com seus projetos pessoais, manifestados pela consciência embutida, cultores da cultura e ideologia dominante, os nossos detratores.
Independentemente do respeito, participação e solidariedade dos meus irmãos de raça, repressores de minha cor e do meu credo e ideologia. Luto também e principalmente em sua defesa, seja Pobre, Rico, Preto, Pardo ou Mulato, independente de sua opção Religiosa, Sexual, Partidária, que seja Mocinho ou Bandido, entende que "Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa humana, perante a lei e até que se prove o contrário, é inocente e a ninguém caberá julgá-lo ou condená-lo, sem o pronunciamento da justiça".

Independente do seu poder político-econômico, social e cultural, para mim o que importa é o sonho da Unidade e Solidariedade Racial. Luto pela participação e reconhecimento e Voz do Negro na Sociedade Sergipana, mesmo que ele não tenha consciência política e sirva de complicador a consecução dos nossos objetivos, a luta continua a despeito dos próprios "negros" os tidos como brancos emergentes, pela cor da pele e pelo espaço de poder, que nos discriminam por conta de suas: Posições, Religiões, Cargos Políticos, Cor, Partidos, etc. A nossa luta está e sempre esteve acima destas pendengas reacionárias e "pequenas", pois estou convencido que o maior instrumento gerador do Racismo e do Anti-Semitismo é o imobilismo e a violência do próprio negro, gerado no âmbito de sua insegurança e medo de ser Negro e respeitar o próprio Negro .

Particularmente para mim, a maior violência que tenho vivido é ser discriminado pelo próprio Negro. Isso dói e mim tira do ar momentaneamente, mas tira, e como dói.
A minha família é brasileira e sergipana, tem os vícios, as cores e raça do Negro, Pardo, Mulato e Preto, não é uma tribo, também não é uma torre de babel, é uma família com séculos de cultura, tradições e contradições, conflitos e resistências, mas uma família negra.

Infelizmente vivemos hoje um Estado Teocrático de ação repressiva, onde a Igreja Universal do Reino de Deus está dando as cartas e o tom, reeditando o instrumento da Inquisição em cima dos negros, notadamente do Candomblé, buscando no esmagamento da Cultura Negra a edição de Novo Sincretismo, através do incitamento à discriminação , vista de longe pelas autoridades, numa constante violação dos Direitos Humanos, e da Constituição Nacional, aprisionando Partidos e Políticos pelo voto e induzindo a competição entre os outros segmentos evangélicos e da própria Igreja Católica, alijada a nova ordem do "Bispo Macedo" e seus seguidores, colocando uns contra outros, principalmente os negros e pobres, instrumento de sua manifestação fascista na produção da indústria dos milagres e exorcismo, dando continuidade ao sonho de Hitler, tendo o negro como objeto de massacre. Antes era a pureza racial através do Arianismo, hoje é a pureza religiosa através da "verdade bíblica do Apocalipse", onde o negro e sua cultura devem ser exorcizados, um recolhido através da "conversão" aos braços do "Jesus" e outro extinto numa apologia a dominação personalista da Nova Teocracia. Infelizmente hoje não temos o Bonifácio e os políticos estão e são reféns do curral eleitoral dos fanáticos emergentes do Apocalipse, que a meu ver deveriam conhecer a Constituição Federal e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não conheço nenhuma Igreja, Padre, Bispos, Pastores que tenham se levantado contra o Racismo e as Discriminações em Sergipe.

Ao contrário, se alimentam disso, no incitamento às discórdias
Kó Sí Obá Kan Afi Olorum independente do seu poder político-econômico, social e cultural, para mim o que importa é o sonho da Unidade e educaçSolidariedade Racial. Luto pela participação e reconhecimento e Voz do Negro na Sociedade Sergipana, mesmo quDESDE os tempos em que o Presidente da Província, o “abolicionista” José Elói Pessoa da Silva, no seu famigerado Decreto de 20 de Março de 1838, que entre outras, proibia que ...os africanos, que sejam livres, quer libertos, negros, pretos, mulatos e leprosos tivessem acessos á educação, e freqüentassem as escolas, que os negros padecem no âmbito da educação em Sergipe.

De lá para cá, o manifesto de Elói foi se cristalizando e excluindo o negro da educação, que na sua pedagogia da violência vai cada vez mais se distanciando do coletivo, através de estratégias segregacionistas em direção ao continente europeu fortalecendo o etnocentrismo ao gosto dos senhores de engenhos e dos intelectuais afrancesados.Nenhum projeto alcançou o negro no âmbito da história da educação sergipana, todos os projetos aqui introduzidos eram cópias da Europa, o eurocentrismo nos alcança até hoje.

As grades estavam repletas de indicadores da Europa e aqui o eurocentrismo fazia e ainda faz a festa dos pséudos intelectuais citadores de verbetes. Francês, Alemão, Grego, Italiano, Latin, etc., eram as línguas da grade da civilização das concepções pedagógicas da moda até que a influencia do pragmatismo norte americano se interpôs no processo de mudanças, mesmo sem alcançar os negros, só uma tênue mudança estrutural, tipo escolas para os mesmo sexos e do ensino misto.

A cultura negra, nunca foi considerada como instrumento pedagógico para formação intelectual dos educandos, a indígena, pela mesma forma. As línguas: Tupi, Ge, Iyorubá, Swahili, Banto, Kikongo etc, nunca foram citada, houve desde os tempos da colonização, a pedagogia etnocídia em cima dos índios e dos negros, forçados através da catequese a se adaptarem a cultura dominante e o aculturamento fez o resto.
A pedagogia da violência, foi e é o instrumento de limpeza racial, cultura e tradicional, utilizada para varrer das terras sergipana o manifesto das culturas baixas e inferiores dos negros e dos índios.

Os índios, foram varridos e das suas mais de 520 culturas, línguas, costumes e tradições, não restaram nada. Seu memorial foi exterminado pelo fogo da vaidade da corrupta colonização e ideologia dos “nossos” intelectuais de camarinhas. Mataram as culturas dos índios e hoje, só um “arremedo” do Cacique Pindaíba, último remanescente da Catequese, domesticadora, se tem noticias sob a denominação de Xokós, sem memória alguma, na Ilha São Pedro sem nenhum referencial de suas raízes, excluídos enquanto grupo cultural, do processo de cidadania.

Toda ação, se inicia com a repressão religiosa, no combate ás nossas práticas, sem o respeito as nossas diversidades, foi assim com os índios e ainda é assim com os negros. Sergipe na prática é um Estado Teocrático. Desde 1881 com a influencia do pragmatismo norte americano e as Reformas Leôncio de Carvalho que estabelecia a “Liberdade de Crenças”, tirando o sentido obrigatório no âmbito da educação, explicitando o Estado Laico que se cristalizaram as práticas teocráticas no âmbito do Estado e as perseguições religiosas.

É sabido que a religião é o ponto de irradiação da cultura e a nossa, sofre de problema de continuidade por conta das ações repressoras até hoje pela prática da Intolerância e do Racismo Institucional, onde o Estado se esconde para não tomar conhecimento das ações e reações e essa ausência cristaliza as desigualdades e emperra o desenvolvimento do coletivo negro, vítima contumaz das tradições paternalistas das políticas públicas e da pedagogia da exclusão.

Até hoje o Estado foge de suas obrigações para com o coletivo negro, negando-lhe o Direito a Educação, manipulando através de ações silenciosas os editais oficiais de inclusões de conteúdos da cultura negra nas grades curriculares. Desde 1999 que há Decreto Governamental sobre a questão e desde 1986 que o Conselho Estadual de Educação consagrou a inclusão transversal e desde 2003 que a Nação foi instruída a formalizar a inclusão curricular e Sergipe, até hoje não deu a mínima, seja no âmbito, Municipal, Estadual ou Federal, particular ou privada.

O Estado é Teocrático e resiste a realidade da laicização a realidade de mudanças, de inclusão e de igualdade racial. Os governos só se preocupam com as cotas, que mesmo tendo direitos, como ação reparadora, se transforma num ato paternalista, inibidores de reações contrárias a falta de inclusão da cultura negra nas grades curriculares, para que os negros possam ter oportunidade de identificar seus instrumentos culturais e repensar suas Histórias através de uma reflexão do de dentro para do de fora.

E o governo não quer negro pensando. É perigoso e se apegam na ideologia colonizadora, se espelham em JOSÉ ELÓI PESSÔA DA SILVA., cristalizando o Conservadorismo, seja da esquerda, direita, centro, seja qual for seu partido. José Eloi foi tido como progressista, um abolicionista ferrenho, e o que fez, quando chegou no poder: Excluiu Africanos, pretos, mulatos, crioulos e leprosos, do Direito de freqüentar as escolas, de ter acesso a educação estigmatizando-nos de leprosos, vilipendiando uma raça, que dizia proteger. Sergipe é um Estado perverso, o que tem de negros equivocados, contra os negros, eles pensam que são brancos, o que mais Sergipe odeia são os pretos, principalmente os que pensam e agem em favor da igualdade racial.
Aqui em Sergipe, o negro é o preto. ele não tenha consciência política e sirva de complicador a consecução dos nossos objetivos, a luta continua a despeito dos próprios “negros” os tidos como brancos emergentes, pela cor da pele e pelo espaço de poder, que nos discriminam por conta de suas: Posições, Religiões, Cargos Políticos, Cor, Partidos, etc.

O Movimento Negro través do representante da Casa de Cultura Afro Sergipana, SEVERO D'ACELINO - o primeiro preto a participar do Conselho Estadual de Cultura do Estado de Sergipe, um instrumento conservador, não foi fácil digerir um Militante Negro que pensa negro diuturnamente e que através das provocações constrói seus instrumentos pedagógicos para gerar mudanças de comportamentos a atitudes em favor do Coletivo Negro.

As dificuldades foram prontamente se instalando na medida em que começou a sua postulação. (Estou aqui falando na terceira pessoa, mas sou Eu mesmo) Postulações essas que traduziam melhoramentos, valorizações e visibilidades para o Negro Sergipano e então começa seu inferno, a chapa começou a arder. Ter que a cada postulação enfrentar o grupo de Conselheiros que com ações equivocadas levantavam barreiras as proposituras e criticava o vocabulário utilizadas, suas ações e comportamentos impróprios a Conselheiro.

Evidentemente que não faço parte da "Elite Intelectual de Sergipe" e meu vocabulário é tipicamente de Negro Preto da periferia, sem a preocupação de ferir ninguém, pois sou uma pessoa altamente disciplinada( tive excelente escola a Marinha) e respeito as autoridades, mesmo que elas não se dêem ao respeito.

O nosso objetivo não foi de mero expectador ou coadjuvante para aprovar o que mandam, mais de agente transformador em favor das Questões e Condições da Comunidade Negra e nisso reside as diversas ações negativas contra os nossos propósitos e idéias, sendo ameaçado, vilipendiado e aturado pelos membros do Egrégio Conselho Estadual de Cultura, um órgão que reproduz em seus interior, os estigmas que a sociedade maniqueísta e racista pratica contra nos os negros.

E, nestes embates, ainda não recebi apoios ou solidariedades de nenhum representante das Entidades Negras ou de qualquer individuo ou grupo negro.

Mas como negro de marca e origem, sergipano da cepa, não desisto e vou mandando propostas e falações. Um dia alguém vai escutar, por enquanto apresento as Propostas que na sua maioria foram: arquivadas, rejeitadas, retiradas por solicitações e esquecidas.

Houve aprovação neste elenco. Vale apenas conhecer as propostas e vale também um Estudo : Severo D'Acelino e sua passagem pelo Conselho Estadual de Cultura. pre esteve acima destas pendengas reacionárias e “pequenas”, pois estou convencido que o maior instrumento gerador do Racismo e do Anti-Semitismo é o imobilismo e a violência do próprio negro, gerado no âmbito de sua insegurança e medo de ser Negro e respeitar o próprio Negro.

"Particularmente para mim, a maior violência que tenho vivido é ser discriminado pelo próprio Negro. Isso dói e mim tira do ar momentaneamente, mas tira, e como dói.

A minha família é brasileira e sergipana, tem os vícios, as cores e raça do Negro, Pardo, Mulato e Preto, não é uma tribo, também não é uma torre de babel, é uma família com séculos de cultura, tradições e contradições, conflitos e resistências, mas uma família negra."

Infelizmente vivemos hoje um Estado Teocrático de ação repressiva, onde a Igreja Universal do Reino de Deus está dando as cartas e o tom, reeditando o instrumento da Inquisição em cima dos negros, notadamente do Candomblé, buscando no esmagamento da Cultura Negra a edição de Novo Sincretismo, através do incitamento à discriminação, vista de longe pelas autoridades, numa constante violação dos Direitos Humanos, e da Constituição Nacional, aprisionando Partidos e Políticos pelo voto e induzindo a competição entre os outros segmentos evangélicos e da própria Igreja Católica, alijada a nova ordem do “Bispo Macedo” e seus seguidores, colocando uns contra outros, principalmente os negros e pobres, instrumento de sua manifestação fascista na produção da indústria dos milagres e exorcismo, dando continuidade ao sonho de Hitler, tendo o negro como objeto de massacre.

Antes era a pureza racial através do Arianismo, hoje é a pureza religiosa através da “verdade bíblica do Apocalipse”, onde o negro e sua cultura deve ser exorcizado, um recolhido através da “conversão” aos braços do “Jesus” e outro extinto numa apologia a dominação personalista da Nova Teocracia. Infelizmente hoje não temos o Bonifácio e os políticos estão e são reféns do curral eleitoral dos fanáticos emergentes do Apocalipse, que ao meu ver deveriam conhecer a Constituição Federal e as Declarações Universal dos Direitos Humanos. Não conheço nenhuma Igreja, Padre, Bispos, Pastores que tenham se levantado contra o Racismo e as Discriminações em Sergipe.