quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DEU NOS JORNAIS - JORNAL DA CIDADE


Segrase diz que vai imprimir livro de Severo como ele quer
Publicada: 18/11/2008


Em nota de esclarecimento enviada a este jornalista, a Segrase – Serviços Gráficos de Sergipe, sucessora da Imprensa Oficial do Estado – rechaça a acusação de racista que lhe foi passada pelo ator Severo D´Acelino, no documento que protocolou na Secretaria da Casa Civil. Naquela carta, Severo acusa o Conselho Estadual de Cultura de racista e estendeu a acusação à Segrase que estaria se recusando a imprimir um livro de sua autoria. Na carta ele diz que pretende pagar o trabalho e queria que ele fosse impresso exatamente como o escreveu, mas a Segrase estaria fazendo carga para não imprimir o livro se não passasse por revisão.

Na carta que enviou ao escriba, a assessoria de comunicação da Segrase diz que a editora do órgão sempre submete os trabalhos que vai imprimir a um revisor, especialmente treinado para tanto. A revisão feita pelo autor não é suficiente porque este não é treinado para fazer revisão. A Segrase diz que não é racista e que vai imprimir o livro do jeito que o autor quer.

A Nota de Esclarecimento da Segrase tem o seguinte texto:

Nota de esclarecimento:

Com relação à matéria “Severo detona o Conselho de Cultura. E o Conselho de Cultura detona Severo”, publicada na edição do dia 11 de novembro de 2008, do caderno C, da Coluna de Variedades, do JORNAL DA CIDADE, devem ser feitos os seguintes esclarecimentos para os leitores desse veículo:

A recém criada Editora do Diário Oficial de Sergipe recebeu do seu diretor-presidente, Luiz Eduardo Oliva, a incumbência de implantar um sistema de controle de qualidade em todos os trabalhos que por aqui passarem. Desta forma, é feita a avaliação criteriosa de todos os produtos a serem impressos, desde a arte final das obras que recebemos até a revisão dos textos que aqui chegam mesmo àqueles que não vão receber o selo da Editora do Diário Oficial. Nosso objetivo primordial é implantar um conceito no mercado local e externo, de que aqui se produz material gráfico de excelência em qualidade, no que se refere à sua programação visual, bem como a revisão ortográfica e gramatical tão necessária para que uma obra chegue ao público sem que seja passível de críticas.

Temos respeito e admiração por Severo D´Acelino pelo grande ator sergipano que é, e que hoje faz parte de uma constelação de atores do cinema brasileiro, assim como o premiado Orlando Vieira. Este reconhecimento não se dá apenas pelo seu brilhante trabalho nas telas, mas também pela sua história de luta em defesa da cultura afro-brasileira. No entanto, quando ele faz acusações de conduta racista e de censura praticadas pela Segrase, é importante frisar que o nosso critério não é exclusividade da Editora do Diário Oficial, mas de toda e qualquer editora que pretenda se firmar no mercado, ou de qualquer gráfica que preze pela qualidade dos seus impressos.

Quando recebemos os arquivos com o texto do seu livro “MARIÔ o Terreiro de Ba’ Emiliana”, foi comunicado ao autor que faríamos uma revisão de toda a obra, no que diz respeito a diagramação, arte final e texto, até mesmo, porque pequenos erros de ortografia e de digitação escapam ao olhar não treinado de quem escreve, afinal, a preocupação maior está voltada para o conteúdo que vai passar para o público. Desta forma, o livro foi colocado aos cuidados de um dos nossos revisores, o poeta Feliciano José, que é graduado em Filosofia pela Universidade de Minas Gerais e pós-graduado em Estética, Educação e Arte. A revisão foi então iniciada por Feliciano, para que a obra chegasse ao público sem os erros tão comuns em qualquer obra que não passa pelo olhar treinado de um revisor. Também é importante esclarecer que Feliciano não é e nunca foi censor, muito menos racista (o mesmo possui traços visíveis da sua descendência afro).

Na ocasião em que recebemos um novo arquivo do autor contendo o texto, segundo ele “completo e revisado”, decidimos então, deixar de lado todo o trabalho em fase de conclusão e partirmos para a impressão do livro como o autor o apresentou, sem que seja colocada sequer a logomarca desta empresa, para que não sejamos responsabilizados posteriormente por tal trabalho. Portanto, fique claro que a nossa revisão foi direcionada exclusivamente para eliminar erros de digitação, gramática portuguesa e ortografia contidos na obra, pois o que buscamos é a realização do nosso trabalho de maneira cuidadosa, com a pretensão de prezar pela qualidade na execução dos serviços e produtos que levarão ou não o selo da nossa Editora. Mas, infelizmente fomos equivocadamente mal interpretados.

Assessoria de Comunicação da Segrase



Comentários do ConteúdoSevero DAcelino
25/11/2008 12:23
Até agora, o jornal não se preocupou em ouvir a outra parte. Entendo que não é assim que se deva fazer jornalismo. Na boca de quem não presta. Quem é bopm, não vale nada. Espero ser ouvido. Chega de Racismo. Basta de Apartheid.
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