quarta-feira, 30 de julho de 2008

PAIS E MÃES DE SANTOS ABONDONADOS - A FALTA DE SOLIDARIEDADE DOS FILHOS DE SANTOS




Epa Epa Babá...

Feliz do Pai ou Mãe de Santo que são freqüentados, amados, respeitados e reconhecidos pelos seus filhos, estejam onde estiverem. Aqueles que independentes das festas suntuosas, das comidas e bebidas fartas ou das “pegações”, são visitados, revisitados e freqüentados pelos seus filhos. Nos dias de Ósseas, nas obrigações, nas rezas e nos sirês.

Os que fortalecidos pelos Axés do Terreiro e luzes dos Orixás, tenham as presenças marcantes dos seus filhos, na saúde e na doença principalmente, onde os filhos se reversam na solidariedade para nada lhe faltar, seja médicos, remédios, terapias, acompanhamentos não lhes faltam, seja no Terreiro, em Casa, no Hospital, na Cadeia em qualquer lugar.

Os filhos de Axé, os reconhecidos não deixam jamais de prover seus Pais e Mães, principalmente quando ficam vulneráveis, eles estão ali para fortalecer seus Pais e Mães, com a energia e luzes de suas presenças, mimando e acolhendo em respeito e dedicação a espiritualidade litúrgica do seu Orô.

São poucos os que assim procedem, mas ainda existe e felizes são seus Pais.

O que vemos é a desagregação, o desprestigio, as fugas, intolerâncias, o desconhecimento a falta de solidariedade e toda ação negativa, quando os Pais e Mães de Santos, caem na desgraça, seja espiritual ou material e na vulnerabilidade, percebam que estão sozinhos e abandonados e que ninguém lhe visita, chega com alguma resposta as suas perguntas.

Os que tardiamente percebem que as suas necessidades, vulnerabilidades são como a lepra nos tempos idos. Ninguém chega para lhes visitarem, trazer uma palavra amiga, um calor humano, uma energia reparadora, uma ajuda , um acompanhamento, uma companhia nos hospitais, nas cadeias, uma ajuda . O abondono, a solidão, a ingratidão vão aos pouco lhes matando de tristezas, depressões, angustias e morrem.

Nos seus enterros, muita gente, muito ‘’choros”, todos querem pegar no caixão, mas ninguém esta interessados no cerimonial do axexê, feito os primeiros passos as pressas
E sem nenhum fundamentos, só para constar. Passada a primeira semana na missa de sétimo dia, se tiver, só poucas pessoas aparecem. Se houver patrimônio, a briga se instala para assumirem a herança, poucas são aquelas que se preocupam com o legado espiritual, o Axé que deve ser transplantado, despachado e renovado a Axé do Terreiro. A briga se instala, primeiro com os parentes e depois com os demais e nisso.

Era uma vez um Terreiro, um Pai ou Mãe de Santo.

Muito dos filhos, já mudaram para outros Terreiros, outra Religião ou simplesmente abandonaram o candomblé. E outros, começam a fazer apologia dos Pais, dizendo que eram os melhores e coisa e tal., só que nenhuma solidariedade foi firmada, na hora em que eles mais precisavam. Uma simples presença, um simples abraço já era o presente mais representativo para atenuar a solidão, a angustia, a vergonha de terem sidos abandonados e rejeitados, por quem dedicou todas suas forças, energias,, preocupações e atenções, na liturgia Orixá.

Epa Epa Babá. Senhor da Paz e da Misericórdia, protegei os Pais e Mães de Santos de um dia ter que passar por isso. Malembe. Mussura