tag:blogger.com,1999:blog-30073390211620762592024-03-13T07:17:50.720-03:00AJAGUNSevero D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.comBlogger137125tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-1559142342187798512010-08-29T18:39:00.002-03:002010-08-29T18:42:28.718-03:00ARIANISMO EM SERGIPE E A LIMPEZA ÉTNICA<a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/THrUJ0KNv7I/AAAAAAAACGs/nbrro2DD-hg/s1600/1+(21).jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 234px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/THrUJ0KNv7I/AAAAAAAACGs/nbrro2DD-hg/s320/1+(21).jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510950359126622130" /></a><br />A Síndrome do Arianismo.<br /><br />O Brasil busca sempre referenciais americanos (EEUU), para sustentar as teses dos seus projetos e cristaliza o status que se á bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil, que espera sempre por uma ação daquele país para aprovar seus projetos. O mais recente foi as Ações Afirmativas, mas, não aceita o referencial racial em prática ali naquele País, onde o Negro, são os Pretos, Pardos e Mulatos, enfim os tais 10% de sangue negro, aquele que em nossa Colônia, num passado não tão distante, era exigido para o serviço público, serviços religiosos, militar, eleitoral etc. Hoje no Brasil o ser negro se torna uma questão de geografia, pois os brancos de Sergipe, são Negros em São Paulo e no Sul do País. Lá o modelo americano estar em plena prática no cotidiano de grande parte da população, seja engajada politicamente no Movimento Negro ou não. Trata-se de Consciência Política. <br /><br />Aqui em Sergipe, o Arianismo se amplia para os Pardos e Mulatos, só os Pretos são Negros, os chamados de “ Tribufu, Macacos, Carvão, Urubu, Diabo, etc. Aqueles que nunca tem razão e são discriminados pelos próprios negros genéricos, Os Pretos, macumbeiros, Bichos, os suspeitos, malandros, maconheiros, marginais, mal encarados, os que nas delegacias e tribunais, mesmo tendo razão e reconhecidamente vítimas, já chegam com 50% de suspeitas e assim recebidos e tratados, onde delegados e juízes se dirigem primeiro aos réu por não serem pretos”<br /><br />Aqui, as tal política de Ação Afirmativa, gerenciada por genéricos e Arianista, é um problema de falso negativo e o olhar de governo e estado, um problema de confusão, onde o hiato social está presente nas ações dos gestores públicos por indução do governador. Uma incógnita do delírio explicito da limpeza étnica dos negros induzidos a brancura, a política branqueadora do poder controlador, cristalizando a idiossincrasia racial e a psicologia do recalque. É Triste Ser Negro em Sergipe se o ser negro no Brasil já é complexo e um exercício de alta periculosidade em Sergipe o caso é aterrador.<br /><br />O CENSO 2910 do IBGE, trará os indicadores da limpeza étnico racial com o maior insulto a inteligência, do mais liberal e crédulo dos intelectuais ditos ativista dos Direitos Humanos. Vai ser um alivio para os governos ditos socialistas, pois não terão mais as preocupações de arquivar os projetos de políticas publicas para os negros e comemorarão seus maiores crimes contra a humanidade, a cristalização do racismo institucional através da mal fadada kotas, o inicio da limpeza racial através sucateamento da educação .<br /><br />Diferentemente de Sergipe onde os Negros não querem ser negros e odeiam negros no Maranhão politicamente os negros têm orgulho de ser negros, curtem sua raça e esnoba nos manifestos de suas culturas, assinalando em cada referencia a sua raiz ancestral. Assim é na Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, só para citar por onde andei e aprendi a ter orgulho de ser Negro, agora, ser orgulho de ser sergipano é outra história que ainda nestas seis décadas ainda não materializei por varias questões, talvés de realidade aumentada onde o ambiente é gerado predominantemente no mundo real, sem distorções do realismo virtual de visão ótica por projeção.<br /><strong></strong><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-65660820604071530312009-12-22T19:32:00.003-03:002009-12-22T19:45:27.304-03:00SEGURANÇA PÚBLICA E INSEGURANÇA NAS COMUNIDADES - UM INSULTO SOCIAL.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzFLxwsTU9I/AAAAAAAACEQ/pZo7jxEEmn8/s1600-h/KDUR18CAOE5SLXCAFF60TOCA9R8OT9CAC6F6BUCAQDG4VZCAAG87H1CAWQCUWZCA0UWMHXCAZVPP42CAQOWM3GCAQHBVJJCAL1Y3S6CA21F068CA9WQR60CA99YDJ5CAGTOKRPCA1OLFV5.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 105px; height: 149px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzFLxwsTU9I/AAAAAAAACEQ/pZo7jxEEmn8/s400/KDUR18CAOE5SLXCAFF60TOCA9R8OT9CAC6F6BUCAQDG4VZCAAG87H1CAWQCUWZCA0UWMHXCAZVPP42CAQOWM3GCAQHBVJJCAL1Y3S6CA21F068CA9WQR60CA99YDJ5CAGTOKRPCA1OLFV5.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418195144959808466" /></a><br /><br />INSULTO A INTELIGENCIA.<br /><br />Há muito se critica a presença de Policiais em órgãos públicos, de forma exclusiva. Principalmente pelo vinculo de amizade e ou relações de favores políticos que levam os policiais, civis e militares a desvios de funções e se reestruturarem nestas novas atividades em prejuízo a finalidade fins a que foram qualificados, sejam por cursos e especializações ou por praticas diuturnas.<br /><br />Efetivamente que estes policiais em suas funções desviadas, recebiam suas gratificações conforme os seus mentores, gratificações essas, muita das vezes maiores que seus soldos. Essas manifestações de afastamento não lhes impediam os privilégios, de promoções e demais ações, seja cursos e aperfeiçoamento, só que não prestam serviços e até obediência a corporação, pois muitas das vezes as ordens dos seus Comandantes não foram cumpridas e passar por cima das ordens dos superiores não é bom para ninguém, mesmo que tenham Juízes, Desembargadores, Secretários, Promotores como seus protetores e que lhes favoreçam na mobilização dentro e fora da corporação.<br /><br />Muito destes policiais, praticamente se criaram e cresceram nas companhias destas autoridades e nas repartições, a serviço desta ou daquela autoridade e ampliando seus conhecimentos jurisdicionais e operacionais, capazes de resolver qualquer arestas, dando inclusive opiniões as ditas autoridades.<br /><br />E agora? Com o processo em andamento do retorno a Caserna. Como fica a cabeça destes policiais que muitos deles já esqueceram até os procedimentos militares, perderam o afã do policiamento, já não tem o faro, o denodo, a perspectiva do serviço, do mando, da liderança. Já não tem mais disposições físicas, psicológicas e culturais. Muito já engordaram estão fora de forma, já mudaram o sistema de vida.<br /><br />Resta também salientar a questão econômica, muito já haviam incorporado as gratificações aos seus soldos, diversas dívidas foram assumidas baseadas nos orçamentos e, de repente são desembarcado de suas atuais e calmas funções, para a lida de uma atividade brusca e perigosa sem ao menos serem enviados para uma revisão psicológica, médica e técnica com um intenso treinamento táctico, estratégico físico e tecnológico para atualização da nova metodologia da pedagogia da segurança pública e até de ordem unida, hierarquia e organização.<br /><br />Outra manifestação que nos comove é o acesso que oficiais vem tendo em torno de privilégio que em vez de estruturar a comunidade, a coloca em risco. O fato de ter direitos a manter viatura em sua garagem e em frente a suas casas, principalmente nas periferias, em vez de garantir a segurança da comunidade, dar poderes absolutos à malandragem que, ciente da impunidade, promovem todo tipo de crimes.<br />A viatura ali esta a garantir que os marginais ataquem membros da comunidade exibindo armas para lhes roubarem, acender e fumar seus lautos cigarros de maconha e crak, venderem seus produtos a grosso e a varejo.<br /><br />Essas viaturas intimidam a comunidade e garantem aos traficantes o livre acesso para seus negócios lucrativos.<br />O fato de policiais residirem em áreas de risco, não impedem de ser policiais, não lhes dão direitos de olhar para outro lado e nem se calarem, é preciso atitudes para não repetirem o manifesto de estar Cego; Surdo e Mudos.<br /><br />Esperamos que novas tendências da segurança pública sejam aplicadas para, mesmo com a liberação da Maconha e das drogas, nossa segurança seja garantida, mesmo que o oficial, o sargento e os soldados estejam de folga. A Liberdade é a Eterna Vigilância. SE OS TRAFICANTES SE INSTALAM NAS COMUNIDADES É PORQUE O ESTADO ESTA AUSENTE.<br /><br />VAMOS PROFISSIONALIZAR OS NOSSOS POLICIAIS.<strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-50391144916026374902009-12-21T21:33:00.002-03:002009-12-21T21:48:19.298-03:00JUSTIÇA : LEI & DIREITO SEM DESVIOS<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXMalXLLI/AAAAAAAACEI/w96RGxoJ7Qk/s1600-h/nnnnmmmmmkl%C3%A7.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 114px; height: 121px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXMalXLLI/AAAAAAAACEI/w96RGxoJ7Qk/s400/nnnnmmmmmkl%C3%A7.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417855853788605618" /></a><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXMIkT6-I/AAAAAAAACEA/b9pFZfbUdzc/s1600-h/YR7XDWCAKRKKYMCA4VDJDUCAEN9E1KCAKLI58PCA3CGBOHCAB062LMCAJ1Q1CICAVXSV2PCAAP5H1BCAGV88HWCAZ52G1ECAR85IDNCA4FUZAGCA2D1728CAVBVS0PCAQRT69QCAKSVP6P.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 74px; height: 74px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXMIkT6-I/AAAAAAAACEA/b9pFZfbUdzc/s400/YR7XDWCAKRKKYMCA4VDJDUCAEN9E1KCAKLI58PCA3CGBOHCAB062LMCAJ1Q1CICAVXSV2PCAAP5H1BCAGV88HWCAZ52G1ECAR85IDNCA4FUZAGCA2D1728CAVBVS0PCAQRT69QCAKSVP6P.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417855848952359906" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXL73CZXI/AAAAAAAACD4/DNo3q7SsSTQ/s1600-h/DD.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 111px; height: 116px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXL73CZXI/AAAAAAAACD4/DNo3q7SsSTQ/s400/DD.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417855845541242226" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXLgDXOII/AAAAAAAACDw/WOfy4a0cYHY/s1600-h/clip_image008.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 262px; height: 283px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SzAXLgDXOII/AAAAAAAACDw/WOfy4a0cYHY/s400/clip_image008.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417855838076745858" /></a><br /><br />PALACIO PARA O MINISTERIO PUBLICO DE SERGIPE<br /><br />O Ministério Público Estadual, terá a maior e a mais sofisticada sede. Não conhecemos os detalhes, mas pela área em construção e pelos riscados, será sem dúvida nenhuma um verdadeiro palácio para os procuradores de justiça de Sergipe. Para os sergipanos, não sabemos o que mudará, se alguns setores serão incluídos no organograma do Ministério Público, se seu quadro será acrescentado de mais duas dezenas de procuradores. Precisamos de mais Curadorias, principalmente para tratar da questão racial, tipo Núcleo ou Curadoria de Combate ao Racismo Institucional, para dar maior visibilidade a democracia.<br /><br />SEDE PARA A DEFENSORIA PUBLICA DE SERGIPE<br /><br />Outro seguimento da Justiça que precisa de uma Sede para abrigar o povo e suas ações operacionais, é a Defensoria Pública de Sergipe, principalmente no avanço do seu recursos humanos, com as devidas equiparações postuladas pelos Defensores, também a necessidade de ampliação do seu quadro, com umas cinqüentas contratações, para atender aos reclames dos que buscam justiça nesta sociedade capitalista que prima pela desigualdade.<br /><br />FUNCIONALIDADE PARA A JUSTIÇA DE PEQUENAS CAUSAS<br /><br />Outra questão que precisa urgentemente de reparação é o imediato retorno do Tribunal de Pequenas Causas ao atendimento a comunidade nos seus turnos iniciais, pois desde os primeiros apagões, com a onde de redução de custos e de energia, na gestão do Desembargador Barrêto, as pequenas causas ficaram pequenas até hoje, atendendo em um único expediente. Neste sentido o nosso Tribunal de Pequenas Causas está na contra mão do que se propala no Conselho de Justiça no que diz respeito a celeridade dos processos, uma justiça célere e dinâmica.<br /><br />Prejudica também as ações do Ministério Público da Defensoria e principalmente da comunidade que, antes podia escolher o turno para resolver suas questões na justiça, se pela Manhã, Tarde ou Noite, principalmente se não quizesse bater de frente com determinada autoridade preconceituosa e ou hostil, pois sabendo do turno de suas atuações, buscava outro.<br /><br />CELERIDADE PARA OS IDOSOS NA JUSTIÇA FEDERAL<br /><br />Uma outra Questão, diz respeito aos Idosos, principalmente na Justiça Federal, pois ali as ações se avolumam em torno de reparação de soldos, salários etc, envolvendo os órgãos do governo federal, tipo forças armadas, INSS, etc, . O que ocorre é que com diversas propagandas ENGANOSAS em torno dos Idosos, principalmente os portadores de doenças de alto risco. Dizem as propagandas que eles terão atendimentos especiais e no entanto, passam mais de 3 ANOS para ter seus processos encaminhados que invariavelmente vão para as sentença sem os devidos oks e até os cálculos são esquecidos e nisso são devolvidos as assessorias para as devidas providências que passam mais alguns anos ESPERANDO PELOS CALCULO parece que só dispõem de uma pessoa para tal ação, o que é uma pena.<br /><br />SE os Idosos conseguirem permanecer vivos até a conclusão do processo e a reparação dos benefícios, estarão depauperados , se não, quando o beneficio for consignado, estarão mortos e muitos dos benefícios não são repassados a herdeiros, retornam aos cofres públicos para os devidos desvios pelos políticos e funcionários ávidos pelo alheio. Com a palavra: O Conselho Nacional de Justiça pois a Lei e o Direito não funcionam só, precisam debaterem para estabelecer a JUSTIÇA.<br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-24092979441590019932009-12-10T19:42:00.002-03:002009-12-10T20:00:04.252-03:00LITERATURA NEGRA E O NEGRO NA LITERATURA<a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SyF6pigao1I/AAAAAAAACDo/7Cf77wM3LXQ/s1600-h/AL019516.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 398px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SyF6pigao1I/AAAAAAAACDo/7Cf77wM3LXQ/s400/AL019516.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5413743081132041042" /></a><br />LITERATURA NEGRA E O NEGRO NA LITERATURA – O MODELO SERGIPANO<br />Severo D’Acelino.<br /><br />Nós estamos sempre assistindo a episódios de abuso no exercício do poder, de injustiças contra os cidadãos brasileiros praticados por quem deve efetivamente estabelecer os princípios do verdadeiro estado democrático de direito. O centro da questão é que as pessoas quase sempre se aproveitam da oportunidade do exercício do poder para oprimir, perseguir, manipular ou explorar as outras pessoas por interesse pessoal, corporativo ou do próprio sistema que o opressor integra. <br />Alberto F. Magalhães.(1)<br /><br />Sergipe é de longe um Estado Negro, com a maior população negra do Brasil em dados comparativos, somos 86% da população absoluta, mas Sergipe não gosta de Negro, discrimina sua cultura. É um Estado Negro, sem Cultura Negra, diria até que é o Estado mais etnocêntrico do País, pois o culto ao eurocentrismo , faz parte do inconsciente coletivo dos espaços de poderes.<br /><br />Essa relação maniqueísta, leva um bom numero de negros a terem vergonha de ser sergipano, onde mim incluo. Há no ar um não sei o que de atentatório ao negro, o desprezo constituído gerado do Racismo Institucional, pois quem mais discrimina é o próprio governo, levando o Estado a parâmetros separatistas de um eugenismo maquiavélico, de fazer corar o próprio Gobineau em seus delírios criminosos.<br />É sobretudo uma atitude de governo, para banir os negros, e clarear a epiderme, em sua prática de limpeza racial engendrada no etnocidio, exterminando os indicadores do negro: sua língua, história, cultura, literatura, heróis, religiões, tradições, filosofia, artes, músicas..., enfim, sistematizar a exclusão do negro, através do silenciamento dos seus valores e expressões culturais.<br /><br />Efetivamente que numa sociedade dita civilizada que vê nos colonizadores o padrão de civilização, conforme expressa o LOURIVAL, professor da Universidade Federal de Sergipe, nos criticando em querer inverter os fundamentos civilizatórios para assinalar a importância do Negro, escravizado e suas culturas (certamente para o tal professor, os únicos a serem escravizados foram os negros), e por isso assinala que a cultura do negro é baixa e inferior.<br /><br />A inexistência de uma tradição da literatura afro sergipana, sua leitura está ligada a intolerância político e cultural com forte víeis econômico onde o negro é descartado da possibilidade de editar sua produção intelectual.<br />O desestimulo é cristalizado na mentalização escravista e na ideologia do recalque instalada no âmbito da sociedade elitista que contraria a exposição do seu pensamento negro, coletivizado onde a expressão impõe a problematização das ações, questões e condições sócios culturais e econômicas.<br /><br />Essa elite reprodutora de uma pseudo cultura civilizada, marcada de traços ditos “eruditos’ de uma síntese acadêmica com espaços nos poderes representados, não permite a expressão do pensamento negro com marcas de signos africanizados em sua ação espacial, estimulando a criatividade coletiva. Quer sim que o negro produza e expressem tradicialmente a sua expressão eivada de oralidade para que possa ser, apreendida e aperfeiçoada nas obras acadêmicas e eruditas dos autores brancos, consagrados como defensores das tradições negras.<br /><br />Continua a repressão cultural ao negro em todos os sentidos e atos da sociedade e do governo, principalmente quando há ruptura e o negro, rompendo as barreiras, editam suas produções, é, imediatamente boicotado por críticos e toda sorte de impedimentos para que sua produção não seja conhecida e, sem esse estimulo, deixe o negro de promover suas produções intelectuais, alargando espaços para que o branco acadêmico, seja o porta-voz do pensamento negro, produzindo uma literatura negra, abolicionista e pseudo emancipadora, cheia de melindres e ações paternalistas.<br /><br />Se o Estado impede a expressão do negro, produzindo sua arte, história, e pensamentos, é, sobretudo um Estado maniqueísta, autoritário e criminalista que impede através atos discriminatórios e racistas a expressão do negro, com medo de testemunhar a sua potencialidade intelectual, para escrever a sua própria história, expressar a sua leitura critica e formular debates das suas questões.<br /><br />As dificuldades econômicas financeiras e a falta de uma política democrática em torno da expressão cultural mostram o perfil da desigualdade, o nível da intolerância e o caráter do racismo institucional a que o negro diuturnamente depara num Estado totalitário que em pleno século XXI ainda mantém o negro sobre algemas.<br />A cristalização do racismo em Sergipe está nesta ausência de referenciais da produção textuais da comunidade negra. Não importa se há alguns fragmentos de textos produzidos pelos senhores da história, os representantes da elite cultural sobre o negro sergipano. O que se pergunta é quantos negros sergipanos produzem ou produziram e editaram textos sobre as suas questões e pensamentos do coletivo. Há negros que produziram e produzem textos mas que de longe se expressão enquanto negros. Produzem uma literatura branca, expressando o pensamento do dominador, numa visão clássica, erudita, acadêmica, distante da visão tradicional da cultura afro sergipana.<br /><br />O governo está a patrocinar constantemente as edições de textos produzidos pela elite cultural e a silenciar e impedir os trabalhos de negros, mascarando a realidade, principalmente no âmbito da educação onde os episódios históricos e contemporâneos do negro sergipano não são lidos.<br /><br /> Não há leitura de qualquer manifestação regional, o estudante negro convive com o olhar estereotipado de sua realidade, condicionado a não identificar as ações tradicionais de sua cultura e a rejeitar identificação. Nisso, não se reconhece e não querem ser reconhecido como negro, sem parâmetros portanto dos indicadores de sua cultura.<br /><br />Muitas das vezes, por não aceitar romper com as barreiras das discriminações tradicionalizadas e, não querem assumir aquilo que a sociedade rejeita e o que a sociedade rejeita é o negro, logo se recusa a se identificar e se reconhecer negro.<br />Pela ótica do intelectual branco, nós os negros somos tratados de forma lamuriosa, escancarando a nossa marginalização e condição escrava, assinalando os castigos, a saudade da terra natal e a exploração sexual de nossas irmãs, e a defesa da abolição. Em suma: passam em nossas caras, todas as ações de suas supostas humanidades e que, é diluída diante de suas filosofias jurisdicionais.<br />No dizer de Rosemere(2008) se referindo a produção literária do negro, diz que <br /><br />”De uma forma de escrever que procura se despir dos moldes ortodoxos da nossa língua portuguesa. A qualidade literária da literatura afro-brasileira não está nas formas rebuscadas de escritas, nas classificações, conceituações e etc., ela está concentrada indiscutivelmente na experiência poética, artística, cultural e política de saberes que representam o qualificativo afro de afro -descendentes e de afro-descendência no Brasil”<br /><br />Citando ainda a autora, ressalta a sua convicção de que:<br /> Mesmo sem a recorrência aos documentos, a história merece ser contada e remontada com base nos relatos e tradições da ancestralidade africana que vive, embora modificada na diáspora pela aproximação com a cultura ocidental, para que o passado possa ser reinventado no presente, através de uma representação literária que assume a história da cultura afro-brasileira como um legado de informações que fortalece a identidade afro -brasileira.<br /><br />Esse legado de informações, só nós os negros temos e podemos expressar em atos e ações engendradas nos nossos manifestos e que faz parte da nossa inconsciência coletiva que se anima com as motivações, reflexões e sobretudo nas ações de nossas revisitações ancestrais. São signos que se manifestam a cada respirar do negro na tradição da diáspora e no distanciamento das amarras que separam as expressões de nossa liberdade de ser e que buscam na trilha da continuidade histórica, a reversão do mito da civilização e da imposição do pensamento colonialista.<br />A referência, se expressa na abordagem da Rosemere, onde se reporta a identidade como parâmetro cultural, estabelecendo seu conjunto de valores.<br /><br /><br />Tradição africana, cultura popular brasileira, identidade, religiosidade,<br />representações e diferenças étnicas, historicidade, intervenções culturais e políticas são alguns dos aspectos que podemos levantar através de sua abordagem literária como forma de problematizar a participação do sergipano, mais especificamente a do afro -sergipano na vida cultural e política de seu Estado.<br /> exemplificamos o terrorismo a que somos submetidos enquanto negros, produtores marginalizados, impedidos de nos expressar, por sermos considerados insubordinados e criminalizados, sem nenhuma chance de explicitação de nossa produção, por puro preconceito e intolerância cultural, ainda que lutemos diuturnamente numa resistência cultural que se cristaliza antes a força do etnocidio patrocinado pelo estado. <br /><br />No dizer de Alberto Magalhães.(200 ) O que é desconcertante é perceber que as pessoas reproduzem o comportamento histórico dos que governam com autoritarismo, em todas as escalas de poder: na direção da entidade associativa, da Instituição pública, das corporações policiais e militares, nas repartições públicas, nas empresas, no lar... E ainda não aceitam a discordância de quem não quer ser manipulado, injustiçado. O que é pior ainda é que os opressores nas suas tendências maquiavélicas e intolerantes contam com alguns dos próprios parceiros dos oprimidos nas suas medidas de retaliações contra os que não se alinham às suas ações impróprias e arbitrárias.<br /><br />O discurso da brancura é uma forma de esconder os problemas étnicos -raciais, para que eles não venham à tona como uma problematização que possa repercutir no que entendemos como diversidade cultural e identidades múltiplas na formação étnica nacional. As pessoas são levadas a mascarar uma idéia de "branqueamento" para tentar com isso evitar a exclusão. Afirma Rosemere.<br /><br />Exclusão essa que vem cristalizando a nossa rejeição étnica e fortalecendo o nosso recalque. Isso evidencia a reação de distanciamento que a comunidade tem em relação a produção textual dos autores negros, pois a manifestação vem atendendo a pouca importância e a nenhuma divulgação do produto final por parte dos grupos da elite intelectualizada e a pouca manifestação da imprensa que silencia antes a manifestação autoral do intelectual negro, principalmente se ele não faz parte de núcleos dos espaços de poderes.<br /><br />Ser intelectual e abraçar a literatura em Sergipe é espaços para brancos, ricos e bem colocados nos espaços de poderes. Exemplifica-se o lançamento de titulo de uma autoridade bem situada, já demonstra o sucesso do evento, não só pela imprensa, mas sobretudo dos que buscam no evento, assinalar sua intimidade com a autoridade.<br />Os autores vizibilizados em Sergipe, são os juristas, médicos, políticos, advogados, secretários, desembargadores, promotores etc. todos eles financiados pelo poder público.<br /><br />É notório o referencial dos autores sergipanos quando verificamos as suas biografias, são de famílias tradicionais, autoridades do Estado e de governos e com carreiras bem sucedidas com grandes citações e referencias socioeconômica invejáveis no momento da ação. Quando não estão em evidencia, ninguém vai aos lançamentos e a imprensa por sua vez, também silencia. O Status é o poder. Estar no Poder significa a emoção e aplausos do sucesso editorial, mesmo que depois dos brindes fique encalhado e não seja lido.Nesse universo, o negro não é privilegiado, é o melindre do “Juca Mulato”.<br /><br />As bibliotecas escolares e as públicas, não estimulam a leitura e as escolas não conhecem os autores ou títulos, desconhecendo portanto a literatura sergipana e a produção textual seja histórica ou contemporânea, por falta de uma pedagogia especifica que contemple a leitura e a difusão no cotidiano da educação do ensino e da aprendizagem. <br /><br />Temos histórias e tradições, mas não nos deixam escrever, se textualizamos não temos como publicá-la e a nossa narrativa se perde na voragem do tempo ou se atrofia nas reinterpretações acadêmicas dos escritores eruditos, distorcendo a nosso pensamento,floreando nosso discurso com jargões sofisticados com teorias e métodos distantes de nossa filosofia culturalista e perspectivas antes o objeto do nosso olhar.<br /><br />O pensar negro é identitário, o negro a pensar branco conflitua com a natureza de sua cultura, para entender o pensamento deste grupo, mas o branco a pensar negro, busca surpreender nossas ações para se apropriar das idéias e regular as repressões de modo a impedir avanços e cristalizar hiatos, fortalecendo barreiras de comunicações para cristalizar as desifualdades e a limpeza etnico cultural.<br /><br />A leitura distorcida que faz do negro é estratégia de uma filosofia do recalque para violação de direitos e fortalecimento das desigualdades através de manipulações de interesses e exploração de um discurso colonialista, vazio de conteúdo e argumentos que sustentem suas teses e conceitos reducionistas acerca da ausência de potencialidade do negro ou de sua inapetência para o comando.<br /><br />A literatura negra, textualizada pelo próprio negro, tem um que de gestual, um olhar diferente que nos leva a perspectiva desejada, sugerida pela leitura embutida nas expressões textualizadas, recheadas de símbolos e signos onde a continuidade histórica e tradicional identifica o seu conjunto organizado de idéias. Esta literatura está povoada de negros, agentes e senhores da narrativa, vivendo seus episódios e marcando a demarcação do espaço que lhes restringiu o sistema que combate. Cada negro, personagens vivenciadas pelo autor, são emissários de uma mensagem de alerta das questões reivindicatórias, um emissário da luta na narrativa das batalhas travadas na resistência.<br /><br />O negro na literatura está representado pela sua pseudo mentalidade escrava, o objeto da história protagonizada pelo senhor, o Mané gostoso, satisfeito com a sua situação e sofrimentos, representado em Juca Mulato em seu imobilismo e subserviência ao senhor, ao destino e a casa grande.<br /><br />A fase negra dos autores negros, engajados numa literatura branca, dita universal, é a mais brilhante e produtiva, demonstrando a leveza do seu pensamento e expressões vibrantes, denunciadoras das emoções que só o negro tem, eivada de pontuações histórico e culturais de seu tempo e espaço, dirigindo ao futuro como forma de desconstrução, num amplo debates das idéias, marca o retorno ao ventre de sua árvore cultural, e seu renascimento é festejado com grandes enunciados.<br /><br />Exemplifica –se o manifesto do intelectual negro catarinense Cruz e Souza, no seu melhor período produtivo numa poemática afro negra brasileira, identitária e denunciadora do eu coletivo, num simbolismo de maior destaque, o negro Emparedado, aqui em Sergipe, destacamos historicamente o poeta de Escada, o nosso Tobias Barreto que buscou outras formas e pensamentos para expressar a sua ideologia recalcada e pouco se expressou enquanto negro, apesar de ter produzido, marcas profundas de expressão mediática de uma identidade negra diásporizada.<br /><br />Ser negro, não é necessariamente ter a pele preta e os traços inegáveis da marca, mas sobretudo ter atitudes e essa atitude é encontrada em diversos indivíduos brancos, que se debruçam na expressão negra, não do negro, e absorve a forma e pensamento negra, na produção de manifestos pontuais, numa apreensão de valores natos, vivenciados na tradição, numa simbólica troca de cabeça a transculturação.<br /><br />A realidade da produção do negro dentro de uma expressão negra, se encontra arquivada, em memorial manuscrito sem nenhuma possibilidade de difusão por conta da intolerância institucional que o mantém silenciado e distanciado das possibilidades de se tornar um escritor editado. Diversos cadernos de anotações de intelectuais negros foram destruídos ou desaparecidos ou simplesmente desapareceram com eles, como no caso dos originais, boneca e cópias do trabalho do Babalorixá Zé de Abakossô (O mais importante de Sergipe), que ingenuamente passou para Edvaldo Nogueira,(Prefeito de Aracaju, a época, Secretário de Governo) que se dispôs a editá-lo e sumiu com o documento, ainda com vida o Babalorixá, vítima de Isquemia. Sua morte representou um insuperável perda para a História da Religião Orixá de Sergipe, acentuado pelo criminoso extravio do seu legado, representado pelo memorial documental que produziu.<br /><br />Esse trabalho traduzia a história contemporânea do Candomblé de Sergipe, na ótica de um respeitado Babalorixá, com mais’ experiência dentre os demais. História do de dentro para o do de fora, produzida pelo agente e senhor da história, sem o modismo do linguajar e técnica acadêmica. É assim que somos tratados pelos agentes dos espaços de poder. A mesma ação foi sofrida por mim, quando repassei a Carlos Trindade, a época um dos diretores da SEPIR, a tal secretaria nacional de políticas da igualdade racial, o CD do livro teste Metodologia da Educação Inclusiva, com mais de 600 páginas tratando da Cultura Negra Sergipana com mais de 10 mil testes, foi sumido.<br /><br />O Negro no poder se torna muitas das vezes em inimigo dos próprios negros. Com a palavra Edivaldo Nogueira e Carlos Trindade.Como reaver estes documentos.<br />O Arquivo Humano afro negro sergipano (observe que não uso a expressão afro descendente, pois entendo que afro descendente somos todos: negros, brancos e amarelos, uma vês que a humanidade nasceu na África, portanto afros descendentes), está vilipendiado pelo próprio silenciamento do coletivo negro que está voltado só para os elementos fundamentados pelos brancos, pelo Estado, pelo poder dominador, o negro se omite de sua maior reserva de valores constituídos para referendar os valores da Casa Grande e a isso se aplica o desinteresse pelo conteúdo e produção negra. Só se interessando em acompanhar as palavras de ordens dos partidos e do governo e suas instituições e órgãos fascistas.<br /><br />O Estado impõe sobre a nossa cultura, excluindo a nossa identidade e rejeitando nossas tradições, querendo impor suas próprias definições de si mesmo e dos outros, numa relação de poder e dominação, esquece que não se pode pensar em identidade sem falar em interação, identidade e alteridade estão ligadas em uma relação dialética. Evidente que o manifesto de nossa literatura deve ser interpretada nos termos de nossa própria cultura, valores e emoções, pois a nossa verdade esta dentro dos nossos valores culturais, não pode ser julgada fora dele, nisso verifica-se que não há uma verdade absoluta. Cada verdade obedece as tradições dos seus valores culturais. Não podemos ser julgados por critérios, conceitos e filosofias ou tradições contrárias as nossas.<br /><br />Segundo Ana Canen (2007). “o multiculturalismo critico focaliza não só a diversidade cultural e identitária, mas também os processos discursivos pelos quais as identidades são formadas”, ou seja, essa visão de multiculturalismo está interessada em analisar os discursos que conformam as identidades e as diferenças e não só na constatação da pluralidade de identidades e das relações de poder existente nelas.<br />Onde estão os escritos de Pedro Geraldo, João Sapateiro, Filhos de Obá, este último levado para a universidade federal de Sergipe, neab, para recuperação e até hoje não disponibilizado.<br /><br /> Esse é o quadro da realidade do negro em geral em Sergipe e em particular o intelectual. O mesmo não ocorre com os ditos da elite, pois o próprio governo além de financiar a revitalização de sua obra e recuperação dos seus manuscritos, elabora uma Ode á sua memória, assinalando interesse público do seu memorial. Isso ocorre em todos os poderes do Estado, com mais evidencia no judiciário onde a presença de Medina se fortalece nesse setor.<br /><br />Os setores culturais do governador, consolidam as ações negativas em torno do negro, principalmente do seu conjunto patrimonial, tanto material quanto espiritual e para os quais não existe uma literatura negra e seus conteúdos textuais produzidos sem a chancela da academia, baseado na cultura de tradição oral, sem os manejos da metodologia cientifica, não tem serventia e portanto não merecem citações. Nenhuma obra de negros foi referendada por estes órgãos, tenham as denominações que tiverem.<br />A comunidade sergipana não conhece os autores negros contemporâneos e suas produções permanecem arquivadas e conhecidas apenas por um pequeno grupo de amigos.<br /><br /> Autores como Djenal Nobre, Real, a produção da coletânea estudantil de Douglas, a produção do Pe. Izaias, Zeca do Nagô, cujos originais se encontram com Magno do São Braz, dentre outros, importantes retalhos da história do negro sergipano, assinalando episódios e manifestos da resistência cultural com enfoques nas lutas sociais. Esse recorte de problematização da consciência negra, não interessa ao nosso Estado, que tem a visão distorcida, diferente das práticas de outros Estados da federação onde esse referendo é cotejado. Exemplifica-se a Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Maranhão,Alagoas, Santa Catarina etc.<br /><br />É emblemática a literatura negra de negros contemporâneos sergipano, como também seu enfoque de leitura coloquial e contestadora, animada de expressões residuais, que nos remete a uma ação revitalizadora com indagações pertinentes a dinâmica de uma sociedade que se fecha sobre si como uma ostra de cimento e cal, concretada em seu refúgio conservadorista, incapaz de uma relação mais consistente. Essa literatura dita panfletária é o canto sistêmico de uma geração que procura saber de onde veio onde esta e para onde vai é a imagem mitificadora de simbologias e rituais mágicos nos enfrentamentos diários.<br /><br />A Diversidade estar a impor respeito e se impõem nesta reversão da ação globalizada, denunciando os indicadores da intolerância e do desrespeito em constante violação. O Negro na diáspora em suas lutas recorrente, aponta constantemente os parâmetros do seu universo cultural e na pontualidade de suas manifestações coletivas e individualizadas num amplo quadro personalizado em suas áreas territoriais e espaciais e luta por Respeito à Diversidade. <br /><br />Do ponto de vista da Unidade na Diversidade, é importante delinear o percurso responsável pela fundamentação desta tradição racista que ainda institui posições conservadoras que fazem do passado , referencia para atitudes posteriores, sem contudo respeitar os traços dinâmicos que a tradição apresenta quando as perspectivas de negá-la ou reinterpretá-la a situam como fonte de mudanças que apontam em direção futura.<br /><br />Esse arrobo identitário busca desconstruir o hiato e sair do calabouço com gritos movimentados. É essa literatura que o Estado não quer editar, não quer difundir e impede seus movimentos através do controle social que exerça sobre o coletivo, impondo suas imposições através de descaracterizações e ações paternalistas através de manifestos assistencialistas, nos mantendo dependentes e fragilizados através da cristalização da ação separatista.<br /><br />A dinâmica da repressão, assinala signos terríveis de intolerância lingüística e de lutas sociais onde o negro militante se depara com barreiras racistas, tipificado com adjetivos reducionistas para desqualificar suas ações e dentre esses adjetivos, assinalamos os que ainda hoje nos atribui desde o inicio de nossa caminhada (68) em luta na resistência negra de Sergipe: Subversivo; comunistas; macumbeiro; terrorista, traficante; interesseiro; ladrão; trambiqueiro ; artista; pederasta; papa anjo; negrinhagem; macaco; fazedor de casos; agitador; guerrilheiro; macacada; golpista ; pelego; manhoso. As tipificações são indicadores não só da intolerância, mas sobretudo da vulnerabilidade e insegurança a que somos submetidos diuturnamente nas lutas em Sergipe mostrando o quanto é perigoso o negro, pensar, vestir, falar, escrever e sobretudo agir como negro. Ser negro em Sergipe é extremamente perigoso, assumir-se negro: um suicídio.<br /><br />Neste sentido, somos vilipendiados e violentados física, moral e psicologicamente, no exercício democrático de cidadania, ainda que tardia em luta por igualdades de oportunidades. Aqui, dificilmente tenho espaços nos coletivos, a não ser que haja cadeira vazia, no mas, como idoso e com dificuldades de mobilização, viajo em pé, pois os bancos estão sempre, ocupados por adolescentes, adultos, crianças, familiares e amigos dos cobradores e motoristas que se fazem de mortos para não garantir o meu direito e dos demais idosos, de ocupar nossos espaços assinalados nas cadeiras dos ônibus.<br /><br /> Essa discriminação em Sergipe é cultural e religiosa, geralmente há as expressões de “parece o cão’ ‘ Jesus te ama’ ‘ sangue de cristo tem poder’, são as expressões dos evangélicos que praticam seus crimes diuturnamente em nome de Jesus, ações essas cristalizadas pelas empresas de ônibus coletivos, cujas expressões bíblicas gravadas nos recintos dos ônibus, remetem a prática da intolerância religiosa e suas filmadoras internas não registram estes atos criminosos e conta com o silencio da secretaria municipal de transporte Coletivo, cujo interesse é simplesmente econômico e político, principalmente nas igrejas evangélicas o maior curral eleitoral sem se preocupar com social, finge que não vê os crimes ali e por eles praticados.<br /><br />Uma ocasião um motorista de certa empresa, parou o ônibus para mim exorcizar porque só Jesus salva e eu do Candomblé, era o Cão, estava tocado pelo maligno, como um fanático citou erradamente o Apocalipse e causou constrangimentos a todos pelo seu grau de intolerância e fanatismo. A empresa tomou conhecimento da denuncia e nada fez.<br /><br />O Cisma recrudesceu as Cruzadas e revitalizou a Inquisição, agora tendo os evangélicos, partidos e governo como aliados transformando o Estado democrático em Teocracia, confirmando que nunca foi laico.<br /><br />É neste ambiente que o negro ativista vive em um Estado Negro, sem cultura negra e que tem vergonha de ser negro. Somos 86% da população absoluta sem nenhuma política pública e sem direitos a reivindicar pois o executivo é absolutista e nos impede de usar os espaços ditos democráticos da mídia que ele controla com tenacidade, violando nossos direitos legítimos e consagrados nas Declarações Universais dos Direitos Humanos.<br /><br />Se não temos direito de nos expressar na mídia, como vamos ter direitos de produzir nossos textos e ser editados em igualdade de condições que o governo consagra a elite conservadora do seu mandarinato. O tempo de Orlando Dantas passou, a Gazeta já era, foi lá que Jackson da Silva Lima, intelectual de primeira linha, o negro de maior destaque nas letras sergipanas, assinalou os meus escritos in Novas Achegas do Folclore Sergipano. Augusto Franco também, e só deixaram herdeiros, não deixaram sucessores, Com eles, os movimentos sociais tinham espaços em suas agendas, independente da cor partidária, credo raça ou ideologia.<br /><br />Referencia:<br />CANEN. Ana. O multiculturalismo e seus dilemas: implicações na educação. In;Revista comunicação e política, 2007, V.25,n 2. P.91-107<br />MAGALHÂES. Alberto F. www.textos-livres.blogspot.com<br />SILVA.Rosemere Ferreira da - Severo D’Acelino e a produção textual afro brasileira <br />In:Revista África e Africanidades - Ano I - n. 1 – Maio. 2008 - <br /> <br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Nota:<br /> Em outros tempos, meus títulos publicados, receberam as chancelas de personalidades sergipanas que, antes nossas ações pioneiras, promoveram suas edições, através de seus instrumentos operacionais. <br />- O Negro Sergipano na Conjuntura Nacional / Ivan Valença , em sua gráfica. <br />–Racismo na Escola e Educação de Sergipe / Luiz Antonio Barrêto; SEED<br />-Antonio Pereira Rebouças e a Resistencia Negra em Sergipe – (Pedrinho Santos) idem<br />- Panafrica África Iya N’la / Jorge Araujo; Casa Civil<br />- Caderno Cultural – O Negro –Thetis Nunes / Assembléia Legislativa de Sergipe<br />- Caderno Cultura – O Índio – Beatriz Gois Dantas / idem.<br />Hoje, com um volume de Titulos, espero novos olhares para editar-los afim de poder disponibilizar a comunidade estudantil, negra e geral.<br />-Cadernos Etnico-Histórico e Culturais<br />-Metodologia da Educação Inclusiva<br />-João Mulungu Herói da Resistência<br />-Bokê Bokê – Contos Afro Sergipano<br />-Visões do Olhar em Transe (Poesias transculturais do negro sergipano)<br />- Quelóide (Poemas contemporâneos de identidades)<br />-Desenvolvimento e Prática do Movimento Negro Sergipano<br />- Gritos Silenciados ( Poemas de amor e raça)<br />- Desenvolvimento e Prática do Ogan em Sergipe<br />- Severo ReConta Orixás ( Contos Nagô)<br />- TragetóriaS (Textos & Entrevistas da Resistência)<br />- Influência do Negro na Cultura Sergipana.Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-6341071231041337702009-11-17T00:01:00.003-03:002009-11-17T00:20:20.241-03:00PEDAGOGIA DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA - MODELO SERGIPANO<a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUCL0T3qI/AAAAAAAACDI/BcMIAz_p7O8/s1600/20081105-mb_1894_cam.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 295px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUCL0T3qI/AAAAAAAACDI/BcMIAz_p7O8/s400/20081105-mb_1894_cam.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404904530562506402" /></a><br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUCJ9SwFI/AAAAAAAACDA/CHR9QJ3GI9U/s1600/Zd4dxfw.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 160px; height: 164px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUCJ9SwFI/AAAAAAAACDA/CHR9QJ3GI9U/s400/Zd4dxfw.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404904530063310930" /></a><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUB6Gq90I/AAAAAAAACC4/1a3bcSPZyxY/s1600/nnnnmmmmmkl%C3%A7.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 114px; height: 121px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SwIUB6Gq90I/AAAAAAAACC4/1a3bcSPZyxY/s400/nnnnmmmmmkl%C3%A7.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404904525807679298" /></a><br />PEDAGOGIA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA <br /> Modelo Sergipano.<br />In Conferência para o Novembro Negro em 17.11.09<br />Severo D’Acelino.<br /><br />"...E (Noé) bebeu do vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cã, o pai de Canaã, a nudez de seu pai, e fê-lo saber a ambos os seus irmãos fora. (...) E despertou Noé do seu vinho, e soube o que o seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã, servo dos servos seja dos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo (Gên. 9:21 – 27)."<br /><br />Desde o inicio da colonização, a imposição da igreja esteve sempre presente , regulando as ações e manifestos da província, mesmo antes de por aqui chegarem os escombros, vilipendiados e escravizados, os Negros, trazidos de África nos Tumbeiros.<br />Todo o universo cultural do contingente escravizado, foram objeto da filosofia reducionista dos religiosos que, tinham na Bíblia, má interpretada, os indicadores de suas reivindicações. Através dela, se matava e torturava para enaltecer o nome de Deus , dominar e purificar os escravos negros, pois só os negros mereceram tanto desprezo por parte dos dominadores portugueses que não se espelharam nos romanos.<br />O etnocentrismo exacerbado, extinguiu uma raça detentora de mais de 400 culturas,(etnocidio), os Índios sergipanos foram os mais atingidos, a nós os negros coube a idiossincrasia cultural embalada pelo sincretismo para impedir o trauma econômico da política reinol em terras de El Rey.<br /><br />Os negros foram reduzidos a coisa, desde seu seqüestro em África e mantido o status em terra de Serigy, separados e escalonados para prover a o poder da dominação, conforme as regulações externas expressa nas estruturas sociais portuguesas, editadas pela Santa Sé.<br />O vilipendio ao negro foi além da separação, teve a supressão da língua como fator de comunicação, numa intolerância étnica cultural e lingüística, perpassada a religião, cultura, filosofia, história, heróis, tradições etc. Silenciando assim, todo o indicador Étnico histórico e cultural do patrimônio do contingente dominado.<br />A perda de identidade do negro, valorizou a pedagogia da intolerância religiosa imposta pelos dominadores e gerou uma complexa forma de reação, numa constante luta pela preservação das tradições culturais de matrizes africanas na diáspora e estruturou a resistência Negra nas terras de Serigy.<br /><br />A luta contra a intolerância vem sistematizando reações, ao longo dos séculos de dominação, desde a Colônia a Nova República, sem trégua, mesmo com diversos andamentos e manifestações equivocadas, a luta sempre está a ecoa como um rastilho de pólvora, ora úmida ora seca, mas insistentemente, seja pelas ações dos fundamentos engendrados no Abolicionismo, a Lei Caó com víeis das ações do Movimento Negro Contemporâneo, com destaque para os manifestos da Casa de Cultura Afro Sergipana, a nível de formação de opinião pública, legislativos e comunidades: religiosa, estudantil fomentando denuncias e criticas institucionais em busca de mudanças de atitudes e comportamentos.<br /><br />A Intolerância Religiosa em Sergipe, tem sido a mais cruel da Federação e em diversos episódios de sua história, cristaliza cada vez mais a ação predatória do Estado, governos e governadores como responsáveis pelas ações criminosas e pela cristalização do manifesto racista, como pratica tradicional e também pela banalização do ato.<br /><br />O desenvolvimento e prática da Intolerância Religiosa em Sergipe atingem marcos cada vez mais perverso estimulado pela ausência de punição. A impunidade é marca constante das Violações dos nossos Direitos pelos poderes e seus agentes que, sistematicamente violam a Constituição e mantêm o coletivo amordaçado por falta de lideranças capazes de se insurgir contra a ação criminosa do Estado Mercantilista, cada vez mais reducionista, maniqueísta e fascista, cujo interesse é a utilização política partidária dos mecanismos de defesa da minoria, organizados em torno de seus objetivos libertários.<br /><br />Não há por parte do Estado e do Governo, que se ausentam cada vez mais dos problemas da comunidade negra , em produzir quaisquer instrumentos para coibir as ações criminosas da Intolerância, em vez de Políticas Públicas, se utilizam politicamente das manifestações, criando dificuldades para vender facilidades, beneficiando sempre, os grupos dominantes, a Igreja e os Evangélicos, grupos fortes e dominantes detentores de recursos financeiros e políticos, garantidores de suas reeleições.<br />As ações da Inquisição, santa ou satânica, estão em plena forma nas imagens praticadas pelo Estado, através dos pentecostais, católicos e seus agentes, policiais, jurídicos,executivos, e judiciários que diuturnamente praticam suas cotas criminosas contra o coletivo religioso, negro.<br /><br />A instituição do Racismo Institucional, vem ao longo dos séculos, produzindo suas vítimas. Dois exemplos vale ressaltar o Interventor Maynard, que passou sua gestão perseguindo os religiosos de matriz africana , tendo a Policia como seu braço armado e instrumento torturador e o Governador Leandro Maciel, que através sua influência pessoal (não recordo a existência de qualquer Decreto Lei, ou Portaria), tirou a religião Orixá da chancela da Policia e liberou a sua organização através de Federações.<br /><br />Fazendo um recorte a nossa história recente de repressão religiosa, estamos nos domínios do Governo Petista do governador Deda e nada foi feito para o respeito aos Direitos Humanos, pois há mais de 60 anos que o Brasil assinou a Carta dos Direitos Humanos, reconhecendo a liberdade religiosa e, no entanto os agentes dos poderes de Sergipe, associados aos evangélicos e católicos, continuam a persegui os adeptos da religião de matriz africana.<br /><br /> Continuam discriminando os negros e, debalde as ações propagadas pelo governo central, em Sergipe nada é colocado em prática.<br />O Governador Marcelo Deda, reduziu o Movimento Negro Sergipano a reprodutor das palavras de ordens do Partido dos Trabalhadores e seus contingentes em agentes de defesa do governador, cujo objetivo é destruir e desacreditar todas e quaisquer manifestações e criticas ao governo e brindar o governador. Partidarizou o Movimento Negro Sergipano.<br /><br />Seus companheiros de partido, nos espaços de poder, se apropriaram do “modelo baiano” e dividiram entre si, os Terreiros de Candomblés, cujos Pais e Mães de Santos, imprimem suas ordens.<br />A mesma coisa, esta acontecendo com as entidades, grupos e ONGs negras, com destaques para as associações quilombolas. Estão divididas entres seus políticos: Deputados, Vereadores, Secretários, Prefeitos, e do próprio governador. Em suma, fora do partido, não há movimento social, pois há em voga a utilização política e partidária do movimento negro, seja religioso ou quilombola e fora do seu domínio não há como existir. <br /><br />A onda de perseguições ao negro em Sergipe, principalmente na prática de promover a miopia dos participantes (todos empregados nos espaços de poder), e, nesta miopia, a comunidade negra, fica a deriva, sem conteúdo da cultura negra na educação, sem segurança, sem emprego, sem saúde, enfim, sem nada, pois não há canal de comunicação, a mídia não dar espaços para criticas ao governador Deda e a reivindicações da comunidade negra, só tem direitos a mídia, uns poucos negros e negras da confiança dos agentes do governador. Os capitães do mato do apartheid governamental.<br /><br />O negro, antigo militante, filiado as suas entidades e ONGs, hoje, transformados em “Negros de Alugueis”, jogados uns contra outros, para satisfação dos seus chefes. Essa Milícia Negra, é a vergonha do Coletivo, são uns abestalhados, analfabetos que, em vez de contribuir com a Resistência, se transforma em aríete, para destruir seus antigos companheiros, a comunidade negra, para agradar os idiotas do quanto pior melhor. Esse é o modelo sergipano, das ações afirmativas do governo federal em relação a comunidade negra.<br /><br /> É a kota de marginalização do negro sergipano engendrada pelo governador petista, numa aplicação da Síndrome de Estocolmo, onde a vítima se apaixona pelo seu agressor. Enquanto isso Sergipe continua sendo, o Estado mais Racista da Federação, com uma população negra, se dizendo branca e discriminando seus iguais. Um Estado Negro, com vergonha de se assumir.<br /><br /> A importância de ser não é ter, mas saber que é.<br />Sem o aparato do Genoma ou DNAs, partidários, o conceito de raça é uma construção política que não atende aos interesses, fomenta tão somente o ódio que mantém no poder, quem manipula o racismo, a desigualdade e o separatismo no seio da população.<br /> <br />Um Estado negro, sem cultura e com vergonha. Um Estado Negro Eurocentrista, da Casa Grande. Aqui o Negro é o Preto e quanto mais preto, mais discriminados somos. Nossa cultura considerada Baixa e Inferior, é confundida com o Cão com coisa do Diabo, a nossa Religião. <br /><br />Somos tratados não na filosofia de nossas culturas, mas na filosofia da cultura judaico-cristã, cuja existência do Céu ,Inferno, pecado original determina o julgamento do fato sem as devidas sustentações culturais. O Orum e o Aiyê são identidades diferentes do céu e da terra , na ótica do dominante e para nós Shangô, o patrono da Justiça, nunca foi São Pedro, nem que Nossa Senhora da Conceição seja Oxum. Cada um em seu quadrado. Tupã não é o Senhor da Guerra dos Maias, nem dos Guaranis. É uma divindade do Panteão Indígena brasileiro, apesar da Igreja e dos missionários latifundiários.<br /><br />A nossa situação seria outra se os Poderes fossem Autônomos e Independentes entre si e, se o Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados e Ministério Público Federal aqui em Sergipe, tivessem um NUCLEO DE COMBATE AO RACISMO INSTITUCIONAL. <br />Aí teríamos uma Policia atuante, Delegacias respeitosas e nossos Direitos garantidos pelos agentes dos poderes constituídos, mas enquanto isso, só os pedidos dos Pastores e Padres, são ouvidos e suas ordens cumpridas, pois eles têm o que os políticos querem: Dinheiro, Poder e Domínio através de suas amplas representações nos espaços mais estratégicos do Estado do Governo e do governador, que se ausentam das Questões e Condições do Coletivo Negro Sergipano e perseguem suas lideranças, silenciando seu Arquivo Humano.<br /><br />A problematização das questões do coletivo negro, principalmente em torno da religião fundamentado nas diversas teorias e práticas das ações filosóficas do dominador dito civilizado, impõe um constante debate em torno da revisão de conceitos e desconstrução do mito bíblico da maldição de Cã.<br /><br />A Diversidade estar a impor respeito e se impõem nesta reversão da ação globalizada, denunciando os indicadores da intolerância e do desrespeito em constante violação. O Negro na diáspora em suas lutas recorrente, aponta constantemente os parâmetros do seu universo cultural e na pontualidade de suas manifestações coletivas e individualizadas num amplo quadro personalizado em suas áreas territoriais e espaciais e luta por Respeito à Diversidade. <br /><br />Do ponto de vista da Unidade na Diversidade, é importante delinear o percurso responsável pela fundamentação desta tradição racista que ainda institui posições conservadoras que fazem do passado , referencia para atitudes posteriores, sem contudo respeitar os traços dinâmicos que a tradição apresenta quando as perspectivas de negá-la ou reinterpretá-la a situam como fonte de mudanças que apontam em direção futura.<br /><br />Como contribuição ao evento, apresento a esta Assembléia a nossa proposta de Ação Afirmativa e Compensatória, que depois de aprovada deverá ser encaminhada ao Gabinete do Governador do Estado.<br /><br />PROPOSTA.<br /><br />Considerando o manifesto referendado na exposição, ante a plenária do Novembro Negro, assinalamos que:<br />É importante que o Estado de Sergipe, crie organismos e representações operacionais e funcionais para tratar das Questões e Condições do Coletivo Negro, para não se tornar um Estado Etnocida , detentor das práticas eugenista de limpeza étnico racial e,<br />Diante do exposto, aprovamos a Proposta alinhada, para que o governador promova em regime de urgência as seguintes ações:<br /><br />1- Introdução da Cultura Negra e Indígena em toda extensão da grade de educação e dos Concursos no Estado em 30 dias.<br /><br />2- Que seja instituída, representação da Comunidade Negra em todos os Conselhos Público do Estado.<br /><br />3- Que o Estado financie todas as manifestações da comunidade negra em seu território.<br /><br />4- Que seja declarada Área Remanescente de Antigos Quilombos, e Patrimônio Histórico Estadual a área de ANGICO.<br /><br />5- Que seja criado nas Secretarias de Cultura – Saúde – Educação – Justiça – Segurança e Administração, um Departamento de Assuntos Afro.<br /><br />6- Que seja instituída no Ministério Público Estadual e Defensoria Pública Estadual, um Núcleo de Combate ao Racismo Institucional.<br /><br />7- Que seja criado na Policia Militar uma Divisão de Combate ao Racismo. Para atender a comunidade e promover treinamentos a tropa, Policiais Civis e Delegados.<br /><br />8- Que o Estado ofereça aos professores, curso de Filosofia da Educação e Línguas Africana em convênio com a Universidade Federal de Sergipe, através do Departamento de Filosofia e Universidade Federal da Bahia, através do CEAO.<br /><br />9- Que a Secretaria de Comunicações, libere espaços na mídia para o Coletivo Negro se expressar, através dos seus representantes, e paute espaço diário na TV-Aperipê e Radio AM, para programação cultural e noticiosa da comunidade negra.<br /><br />10- Que a Secretaria de Educação emita CERTIFICAÇÃO ESPECIAL DE ISENÇÃO a todos concludentes do ensino médio, para que possam ter acessos a todos os Concursos no território sergipano, sem o constrangimento de Atestado de Pobreza, adquirido nas Delegacias Policiais.<br /><br />“Para que Ninguém seja perseguido e discriminado. <br />É necessário que o “Poder detenha o próprio Poder” <br /> Antonio Pereira Rebouças. <br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-9924216980858766932009-11-01T20:47:00.001-03:002009-11-01T20:52:22.365-03:00THETIS NUNES - UMA ENTIDADE NO PANTEÃO AFRO SERGIPANO<a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/Su4fKQMLB2I/AAAAAAAACCE/NLE6tCu_y3E/s1600-h/VVX021CABD5BD3CAMR2OLJCA6U02ZICAQPT3OTCAKLLHFICA5D6TRECALZ1FSVCA3U8X5LCAF4C1LCCA2AGRGVCAB6PZJNCAVPOOBSCAEM31HGCARSNF3ZCARA9M63CA26P0V3CABWAR9Y.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 102px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/Su4fKQMLB2I/AAAAAAAACCE/NLE6tCu_y3E/s400/VVX021CABD5BD3CAMR2OLJCA6U02ZICAQPT3OTCAKLLHFICA5D6TRECALZ1FSVCA3U8X5LCAF4C1LCCA2AGRGVCAB6PZJNCAVPOOBSCAEM31HGCARSNF3ZCARA9M63CA26P0V3CABWAR9Y.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399287264268978018" /></a><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/Su4fKGiAroI/AAAAAAAACB8/kiieyRaAk4A/s1600-h/rrrttt.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 84px; height: 127px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/Su4fKGiAroI/AAAAAAAACB8/kiieyRaAk4A/s400/rrrttt.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399287261676220034" /></a><br />Thetis Nunes : Uma Entidade do Panteão Afro Sergipano.<br />Reflexão de Severo D’Acelino.<br /> Nas minhas andanças, os meus aprendizados foram se ampliando com as intervenções diretas de minha atenção e emoções. O que mais mim emocionava era o tratamento e os achados de episódios do negro sergipano a cada leitura que fazia da produção da Professora Thetis. Infelizmente não tive uma vivencia acadêmica com ela, pois apesar de ter sido minha professora, na antiga faculdade de filosofia, nunca assistir uma aula dela, pois a nossa agenda nunca se encontrou e com minha ida para UFBA, só nos encontramos anos depois em uma de suas Palestras sobre o Arquivo Humano Sergipano.<br />A minha devoção a esta Mulher, sempre a frente do seu tempo e revisitando o nosso passado em busca de desvendar novos episódios, pronta para trazer novos pensamentos a sociedade sergipana acerca de uma reflexão filosófica recheada de contemporaneidade e apontando caminhos para novas incursões temática, foi no ano em que se comemorou em Sergipe, o Dia Nacional de Consciência Negra, nos anos 70, no Centro de Turismo, onde junto com outros pesquisadores da UFSE e lá ela liderou os demais no debate temático sobre os nossos ancestrais. Naquela ocasião foram outorgados os primeiros Títulos Ouro de Consciência Negra.<br />Era o inicio das investigações e das mudanças de atitudes e comportamento, o melhor período, onde a Universidade dialogava com as entidades populares e onde tive a cumplicidade de diversos professores, pronto a nos atender nos nossos complicados envolvimentos na luta racial e no combate as formas de discriminações e a árdua tarefa de conhecer episódios de nossa história, questões e condições, para poder repassar e discutir com a comunidade. Apresentar os problemas e discutir soluções.<br />Indiretamente a Professora Thetis, esteve em nossas ações e seus Artigos, Livros e consultas, foram sempre aproveitados em beneficio do Coletivo Negro Sergipano e das nossas mais diversas reinterpretações. Foram eles que nos aproximou de outros textos e nos deu condições de uma reinterpretação do - de - dentro para do- de- fora.<br />Essa nossa idolatria silenciosa obedecia um ritual ancestral: Nunca a olhamos nos olhos, a sua presença, estávamos sempre de olhares baixo e ou desviado. A sua presença emanava uma forte energia ancestral que impunha um respeito sacro, só revelado ante nossas Entidades. Ela era a Entidade Sergipana, entre poucas existentes. Diante dela muita das vezes esquecia o que ia dizer e ou perdia os parcos argumentos e, ficava só ouvindo-a e acompanhando o desenho de sua fala na expressão de sua voz.<br />Minha maior emoção foi quando fui empossado no Conselho Estadual de Cultura e, percebi que entre os nobres conselheiros, ali estava a Professora Thetis Nunes, fiquei emocionado e cheio de felicidade, antes de assumir a função de Conselheiro, ali estive numa audiência, para falar sobre o Projeto Cultural de Educação, “João Mulungu vai ás Escolas, na gestão do Professor Pedrinho Santos e, naquela oportunidade como convocado, perdi a expressão de minha fala e pouco mim expressei, e com os Cadernos Pedagógicos em mãos, assinalei tão somente a importância do texto da Professora como conteúdo do Caderno que tratava da questão do negro.<br />Este Caderno inclusive foi um marco nas nossas relações e na sua cumplicidade, na formação intelectual do negro sergipano e do respeito ao nosso trabalho no âmbito da educação plural, após o trabalho pronto, fomos pedir sua autorização para utilização do seu texto, a única condição que nos impôs foi lhe mandar alguns exemplares para que distribuísse com alguns amigos, e assim foi feito. Nesta época ela era Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.<br />Durante o período em que o nosso Jornal IdentidadeS estava funcionando, ela sempre que solicitava, colaborava com matérias e atendia os nossos colaboradores como a Entrevista que deu sobre a Mulher Negra. Muitos dos seus Artigos, como no caso, sobre Antonio Rebouças, logo do seu regresso do Congresso a que fora convidada a apresentar o tema, nos forneceu cópia do trabalho, pois sabia da nossa atenção para com o homenageado.<br />Tive outras oportunidades de estar em sua presença, em atos culturais nos mais variados centros e localidades. Ela nunca se recusou em levar informações a nenhum grupo, principalmente em grupos que sabia nos transformar em agentes multiplicadores. Em Laranjeiras, junto com outros pesquisadores, enfrentou mais de duas horas numa ação cultural para crianças e adolescentes de uma escola municipal e junto com ela, proferir palestra sobre a cultura e diversidade do Município, lembro-me que a comitiva contava com mais de 8 palestrantes.<br />Muito nos alegrou a sua presença e as homenagens que lhes prestavam, em todos os cantos e, sempre que podia estava presente. Seu axé era muito forte e nos dava muito enlevo. Apesar do Projeto Cultural de Educação “João Mulungu vai ás Escolas” não ter nascido de sua inspiração, mas toda sua trajetória, foi sustentado pelos seus ensinamentos, seja através do contexto de sua História da Educação de Sergipe, um livro critico e politicamente perfeito para nossa incursão em busca de promover uma desconstrução da tão falada democracia racial e denunciar o etnocentrismo educacional a que somos secularmente submetidos.<br />A vida não nos ensina as dores da morte e, nesta condição a energia que durante o tempo de produção foi emanada, buscamos cristalizar, não para prender em nosso ciclo, mas para eternizar os momentos que buscamos congelar para espantar a nossa solidão e buscar na dinâmica a força da expressão de quem nos cativou. É uma motivação presencial, principalmente para quem se tornou Entidade no nosso Panteão e que podemos simplesmente, reverenciar em nossas revisitações.<br />Babá Obaola.<br />A Ancestralidade confirma a imortalidade, pois a vida continua no Orum como ancestrais<br /><br /> <br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-74804216286620814332009-11-01T14:03:00.002-03:002009-11-01T14:06:08.731-03:00(RE) SEVERO D"ACELINO : AÇÕES LEMBRADAS EM ENCONTRO NORDESTINO DE HISTORIA ORAL POR ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPESEVERO D'ACELINO : AÇÕES LEMBRADAS EM ENCONTRO NORDESTINO DE HISTORIA ORAL POR ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. <br /><br />Uma comunicação surge como homenagem e como reflexão, a minha pessoa, quando as confusões se cristalizam em cima de mim, desde a sagração do Imperador Marcelo Deda a governo de Sergipe e a nossa exclusão ( Severo D'Acelino e Casa de Cultura Afro Sergipana), das ações do Estado e do governo. Foi o premio pelos méritos do mais importante projeto de educação na história deste Estado. Um projeto bem sucedido, iniciado na administração de Luiz Antonio Barreto e bombardeado sistematicamente pelas figuras incompetentes do DED, da Secretaria de Educação, insatisfeitas pelo sucesso das ações.<br /><br />Com a sagração do Imperador DEDA ao governo do Estado e a conseqüente Partidarização do Movimento Negro, Severo foi descartado, pois representava perigo por ser critico, independente e pensar o Coletivo e, daí, surgiram dezenas de ONGs e Entidades que se apresentaram como capacitadas e experientes para promover o projeto da Casa de Cultura e capacitar professores para cumprir o Decreto Presidencial de Inclusão da Cultura Negra e o PROJETO CULTURAL DE EDUCAÇÃO 'JOÃO MULUNGU VAI ÁS ESCOLAS, foi defenestrado, excluído e jogado de LADEIRA a baixo.<br /><br />É triste receber esse tipo de recompensa, principalmente quando temos prestado grandes serviços ao Estado na defesa do Coletivo Negro, na preservação de sua cultura e no respeito a diversidade e seu Arquivo Humano, mas da Traição nem Jesus se livrou, pois a Inveja é péssima companheira e quando somos comandados por pessoa que perseguem seus críticos. Pessoas que gostam de aduladores e até premiam os que lhes elogiam e os brindam, o mérito deixa de ter expressão.<br /><br />O Movimento Negro e a redemocratização no Brasil: a Atuação de Severo D'Acelino na Educação Sergipana, soa como um aplauso ás nossas ações e um indicador do mérito que teima em se manter, apesar das KOTAS e do Paternalismo exacerbado da relação do PT com respeito a nós os negros, cristalizando o Racismo Institucional e a falta de Potencialidade do Negro, em vez de Radicalizar a Constituição para que " todos possamos na prática ter as mesmas condições e oportunidades", numa promoção de Ações Afirmativas e Meritórias, somos tratados como imbecis e jogados uns contra os outros por míseras cestas de alimentos.<br /><br />Minha família é negra e todos nós, em passagem pelas Faculdades, não precisamos de KOTAS, passamos por méritos, Eu, minha esposa, meus filhos, meus sobrinhos, primos e por ai vai. Somos negros conscientes, com potencial e sem nenhum QI. Nunca fomos Indicados por ninguém e nosso reconhecimento é uma incógnita, há sempre alguém que se apropria de nossos projetos, idéias etc. Esse povo no espaço de poder nunca nos conhece, apesar de antes termos tido diversas ações e combatido os pervertidos do poder, hoje somos invisíveis para eles, até que precisem dos nossos serviços.<br /><br />Como é triste e perversa a insegurança dos nossos "amigos" para se manterem nos espaços de poder!!! O Mandarinato do Imperador se mantém sobre nossos escombros, mas, por mais que nos sufoquem,jamais silenciaram ou apagaram as nossas importâncias, pois, um deslize e alguém nos cita, nos referenda, nos homenageiam, assinalando a nossa presença viva no desenvolvimento de Ações Afirmativas, fazendo a diferença, nos aplaudindo apesar a repressão colonialista do Imperador e seus reféns, será que quando findar o mandato alguém irá aguardá-lo na rodoviária?<br /><br />Agradeço a presença que se fez presente, pois já não tenho motivações para produzir e continuar o que comecei em plena ditadura militar no enfrentamento da repressão anunciada, já não sei da minha trajetórias, na Religião, Artes Plásticas, Teatro,Cinema,Etnografia, Musica, Partidos Políticos, Corporação Militar, Literatura ,Dramaturgia,Rádio, Jornal, Televisão,Seminários, Congressos, Lutas Sociais, Viagens, Cultura, Direitos Humanos,Relações Raciais, Esportes, Escolas...Educação.<br /><br />Essa citação se nos apresenta muito forte, apesar de desde muito, ser referencia de estudos( nunca OBJETO), onde nossas ações são analisadas em determinados contextos, dentro e fora do Estado e do País, mas nunca nesta situação de fragilidade e de exclusão onde a depressão é minha companheira. Neste momento a homenagem pegou pesado, no ponto fraco, enfraquecido: Movimento Negro e a Redemocratização no Brasil: a Atuação de Severo D'Acelino na Educação de Sergipe.<br /><br />Abença Thetis Nunes, farol de vivo de minhas indagações. Luiz Antonio Barreto, provocador de minhas incursões e resistências, apenas para citar referencias internas<br />da memória viva desta minha caminhada sem assinalar o contingente que tem nos dado sustentação nesta trajetória há mais de 42 anos.<br /><br />Este trabalho é sem dúvida, o presente deste aniversário, do 3 e do 16 de Outubro, negado pela mídia sergipana que nos nega espaços, para não perder espaços na camarinha do Imperador.<br />Estudantes! Obrigado. Certamente vocês serão excelentes EDUCADORES.<br />AJAGUM ABERÉ N'GOBOM. KUTENDA ZAMBIAPONGO. AUÉ AXÉ.Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-50984027903661061092009-10-31T18:35:00.004-03:002009-10-31T18:42:23.376-03:00MOVIMENTO NEGRO E A REDEMOCRATIZAÇÃO NO BRASIL : A ATUAÇÃO DE SEVERO D'ACELINO NA EDUCAÇÃO SERGIPANA<a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuyvJhBwQPI/AAAAAAAACBc/gdM1mFb4GPc/s1600-h/Chico+Rey+e+escravos.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 315px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuyvJhBwQPI/AAAAAAAACBc/gdM1mFb4GPc/s400/Chico+Rey+e+escravos.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398882631329792242" /></a><br />MOVIMENTO NEGRO E A REDEMOCRATIZAÇÃO NO BRASIL: A ATUAÇÃO DE SEVERO D'ACELINO NA EDUCAÇÃO SERGIPANA.<br /><br />Kleber Luiz Gavião Machado de Souza[1] (GPEH/NPGED/UFS)<br /><br />Diogo Francisco Cruz Monteiro (GPEH/UFS)[2]<br /><br />Kléber Rodrigues Santos (GPEH/UFS)<br /><br /> Resumo<br /><br />A História Oral oferece a possibilidade de resgate de memórias e representações feitas pelos sujeitos no decorrer das diversas posições e trajetórias ocupadas em determinadas instituições, grupos e movimentos. O objetivo desta comunicação é apresentar a trajetória de Severo D’Acelino como fundador do movimento negro em Sergipe, Bahia e Alagoas, mostrando as dificuldades, preconceitos e limitações para a implantação e desenvolvimento dos mesmos na época da Ditadura Militar. Além disso, o texto também visa mostrar como no contexto da redemocratização, as atuações desse militante se voltaram para a elaboração de propostas para a inclusão da cultura negra sergipana nos currículos escolares e também para a publicação de alguns livros dedicados em levar a alunos e professores do Estado um conhecimento sobre a cultura afrobrasileira e africana. Portanto, o que se pretende com a efetivação deste estudo é lançar novos olhares sobre as formas como a militância de Severo D’Acelino no movimento negro contribuiu para o desenvolvimento de ações afirmativas no campo educacional, que se refletem na proposição de novas metodologias didáticas para o ensino de temas voltados à cultura afro-brasileira e africana para as escolas de níveis Fundamental e Médio em Sergipe.<br /><br />Palavras-chave: movimento negro, redemocratização, Severo D'Acelino<br /> <br /><br />Introdução<br /><br />Este trabalho faz parte de uma série de entrevistas realizadas com autores de livros didáticos em Sergipe ligados ao projeto Memorial do livro didático. Trata-se de uma iniciativa, ainda em andamento, para a construção de um site que tem como proposta recuperar e registrar as experiências de vida, itinerários profissionais e relatos de agentes envolvidos com a produção e uso dos livros didáticos em Sergipe, além disso, catalogar os manuais didáticos de todas as épocas e disciplinas existentes nas bibliotecas e arquivos públicos e privados sergipanos. <br /><br />Entre o período de agosto de 2008 e fevereiro de 2009 foram realizadas entrevistas com autores de livros didáticos de História de Sergipe. Aqui, pretendemos apresentar a trajetória de Severo D’Acelino como fundador do movimento negro em Sergipe, Bahia e Alagoas e sua atuação durante o período da Ditadura Militar. <br /><br />Nesse artigo, entendemos movimento negro como a luta dos negros com o objetivo de resolver seus problemas na sociedade, principalmente, as questões relativas aos preconceitos e discriminações raciais, que os marginalizam no mercado de trabalho, no sistema educacional, político, social e cultural. (PINTO, 1993)<br /><br />Além disso, esperamos mostrar como no contexto da redemocratização, as ações desse militante se voltaram para a elaboração de propostas de inclusão da cultura negra sergipana nos currículos escolares, e como essas ações contribuíram para o desenvolvimento de ações afirmativas no campo educacional, refletidas na discussão de temas voltados à cultura afrobrasileira e africana nas escolas de nível Fundamental e Médio em Sergipe.<br /><br />A entrevista foi realizada no dia 2 de fevereiro do ano de 2009 na sede da Casa de Cultura Afro Sergipana. Para tal, nos valemos dos procedimentos da História Oral. De acordo com Maria Isaura Pereira de Queiroz, a História Oral “é o termo amplo que recobre uma quantidade de relatos a respeito de fatos não registrados por outro tipo de documentação, ou cuja documentação se quer completar. Ela registra a experiência de um indivíduo ou de diversos indivíduos de uma mesma coletividade” (QUEIROZ, 1987, p. 5). <br /><br />Do ponto de vista metodológico, entendemos a História Oral como “um método de pesquisa histórica, antropológica, sociológica, que privilegia a realização de entrevista com pessoas que participaram de, ou testemunharam, acontecimentos, conjunturas, visões de mundo, como forma de se aproximar do objeto de estudo” (ALBERTI, 1990, p. 1-2). <br /><br />Um conceito central neste estudo é o de memória como “um conjunto de documentos que acontecem estarem dentro da cabeça das pessoas e não no arquivo público” (FRETNESS & WICKMAN, 1992 apud SÁ, 2005, p. 45). A memória também se configurará enquanto “monumento que conserva e evoca a lembrança” (FREITAS, 2007, p.101). <br /><br />É interessante ressaltar a relação documento/monumento apresentada por Michel Foucault. Segundo ele, a História tradicional memorizava os monumentos do passado transformando-os em documentos. A História tradicional “se dispunha a ‘memorizar’ os monumentos do passado, transformá-los em documentos e fazer falarem estes rastros que, por si mesmos, raramente são verbais, ou que dizem em silêncio coisa diversa do que dizem” (FOUCAULT, 1987, p. 8). <br /><br />Assim, o relato oral é produto da memória e como monumento é produzido pelo conjunto de forças que operam sob atores sociais que disponibilizam suas experiências para que o pesquisador desfaça algumas ilusões sobre a pesquisa baseada nos relatos orais (QUEIROZ, 1987, p.5). <br /><br />Em relação às operações metodológicas, os depoentes foram submetidos a um questionário no qual se abordaram aspectos da História Oral de vida e da História Oral temática. A junção entre os dois tipos de roteiros de entrevistas visa recuperar as diversas trajetórias em que um agente social se insere ao longo de sua vida. Assim, a intenção é recuperar as diversas trajetórias desse personagem, entendendo uma trajetória como “série de posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente (ou mesmo grupo) num espaço que é ele próprio um devir, estando sujeito a incessantes transformações” (BOURDIEU, 1998, p. 189). <br /><br />O texto está dividido em duas partes. Na primeira parte, trataremos da atuação de Severo D´Acelino na formação do movimento Negro da Bahia, Sergipe e Alagoas e a perseguição a esses movimentos sociais no período da Ditadura Militar em Sergipe. Na segunda parte, traremos à tona a atuação do militante no campo da educação, mais precisamente no período da redemocratização do país por meio de sua produção didática de cartilhas voltadas para a divulgação da cultura afrobrasileira entre alunos e professores no ensino Básico e Médio no estado de Sergipe. <br /><br />A militância antes da ditadura militar e nos primeiros anos do regime <br /><br />A trajetória de militância de Severo D’Acelino pelos movimentos sociais sergipanos tem início antes mesmo da fundação do Grupo Regional de Folclore e Artes Cênicas Amadorista Castro Alves (GRFACACA) em 1968.<br /><br />Desde a infância, Severo D’Acelino já via alguns membros da sua família envolvidos diretamente e indiretamente com as lutas sociais ocorridas na década de 1940. Inclusive, sua própria casa, localizada na Rua Goiás, bairro Siqueira Campos, era um antigo núcleo do Partido Comunista em Aracaju: “Olha, na verdade, a militância foi dentro de casa, tá certo, que aqui nesse local que nós estamos, aqui foi desenvolvida uma (...) aqui foi uma célula, agora não sei se do Partido Comunista, sei que era uma célula dos perseguidos. Naquela época não tinha o PT, só tinha o Partido Comunista” (D’ACELINO, 2009, p.3).<br /><br />D’Acelino acompanhou de perto o cenário de reinvidicações sociais no período entre 1945 e 1964. Além disso, sua própria irmã participava da JOC (Juventude Operaria Católica). <br /><br />Mas foi assim, foi depois dos anos 30, porque eu sou de 47 (...) mas ainda peguei a “rebordosa” de Maynard e das perseguições a comunistas, a caça aos pais de santo, aos sindicalistas, minha irmã era da JOC, aquela que tá ali naquela foto, que é a responsável por todo o meu processo, a minha formação e quando houve aquela reviravolta, que foi reforçado em 64, quando Seixas Dória foi deposto e muitos sindicalistas foram perseguidos, o pessoal da JOC, de diversos movimentos aí foram perseguidos (...) [...]. (ibid, p.3)<br /><br />A JOC é um movimento que nasceu na Bélgica em 1882 criado pelo padre Leon Joseph Cardjin. O objetivo da JOC era organizar uma ação de fundo cristão que fosse ao encontro dos jovens, que ao trocar o estudo pelo trabalho, acabavam se afastando da Igreja e das práticas religiosas. (MATTOS, 2009, 104)<br /><br />No ambiente das fábricas, as idéias marxistas acabavam sendo mais atraentes que as pregações católicas, ainda mais se levarmos em conta o afastamento considerável entre a hierarquia eclesiástica e o operariado. Por tais circunstâncias, o padre Cardjin organizou um movimento religioso para reconquistar os jovens trabalhadores para o catolicismo. (MATTOS, 2008, 104)<br /><br />A partir do relato de D’Acelino entendemos as progressivas perseguições aos movimentos sociais. Tais perseguições foram empreendidas desde 1945 e foram aumentando a partir do golpe de 1964.<br /><br />O regime instalado no Brasil com o golpe de 1964 sentia-se ameaçado por qualquer forma de organização popular. Naquela época, movimentos como a JOC, por exemplo, transformaram-se radicalmente, passando a ser movimentos contestatórios, principalmente se levarmos em conta que, além de representativo dos operários, era também representativa da juventude, de uma juventude que, muito cedo, era lançada no mercado de trabalho. (MATTOS, 2009, 104)<br /><br />Severo D’Acelino mostra em sua fala as perseguições sofridas por aqueles que participavam dos movimentos sociais na época da ditadura militar: “Então esse pessoal ficava (...) era mandado para diversos locais escondidos, muitos comunistas, muitos sindicalistas, quer dizer, o pessoal que não fosse do governo, o pessoal que não fosse a favor do sim (...) os contestadores, as lideranças que tinham o poder de formar opinião pública (...) eram perseguidos”. (D’ACELINO, 2009, p.4)<br /><br />O clima de perseguição e de extrema vigilância atingia até mesmo os terreiros de candomblé. Os pais de santo agiam oferecendo abrigo ou esconderijo aos militantes. De acordo com D’Acelino: “... no terreiro de candomblé tem um local com nome de “ronco”, que é ali onde o pessoal que vai fazer iniciação fica recolhido, então muitos ficaram ali, ficavam ali, mesmo porque naquela época a polícia respeitava, chagavam no terreiro e invadiam, mas eles nunca entravam nesses locais sagrados”. (D’ACELINO, 2009, p.3)<br /><br />Apesar da repressão empreendida pelos militares, D’Acelino descobre, mais intensamente, sua militância, na época em que fazia o curso preparatório de aprendizes da Marinha:<br /><br />... porque eu só vim me descobrir militante quando eu estava na Marinha, porque a Marinha tem um histórico muito forte de revolução (risos). Inclusive, é a única Força Armada que as pessoas não gostam. Porque o poder só gosta do Exército e da Aeronáutica, a Marinha ninguém quer. Eles dizem que é a “importadora de revolução” (...) tanto que Anselmo é sergipano, o líder da revolução dos marinheiros... (ibid, p.4)<br /><br />Parece algo muito contraditório: em plena ditadura militar, numa época marcada pela repressão aos movimentos sociais, um marinheiro acaba descobrindo sua vocação para a militância dentro da própria Corporação. <br /><br />Talvez só seja possível entender este tipo de situação, lembrando que, no século XX, a rebeldia e a insatisfação popular chegaram à Marinha sob a forma de levantes que contestavam a hierarquia existente nas Forças Armadas e o panorama político do país. Tanto a Revolta da Chibata em 1910 quanto a Revolta da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) em 1964 foram dois movimentos de subalternos, sem a participação de oficiais ou políticos, em contextos de crise de extrema complexidade na História do Brasil republicano. (MEDINA, 2009, p.1-2)<br /><br />Através do relato de Severo D’Acelino compreendemos que mesmo com a ditadura, muitos militares se juntaram às fileiras dos movimentos sociais. Alguns participaram de ações totalmente contrárias ao regime implantado, já outros, lutaram pela melhoria das condições de vida da população:<br /><br />E observe o seguinte, em qualquer canto do Brasil onde tem gente de Marinha existe a articulação social. Eu não diria político-partidária, mas social tem. Aqui em Sergipe, meu primo mesmo, que depois eu lutei assim que ele morreu, lutei para que a rua em que ele morava tivesse o nome dele lá no Bugio. Então você chega no Bugio você vai encontrar uma rua Cabo Nivaldo Gomes da Silva que fica ali atrás daquele colégio Francisco Rosa e aquela pracinha, aquele largo que tem ali. O “Francisco Rosa” e o Largo João Mulungu. Então a gente já circulava muito. Nivaldo atendia todo mundo ali no Bugio. Ele era enfermeiro. E tem muita associação de moradores aqui em Sergipe fundada e presidida por gente de Marinha. (D’ACELINO, 2009, p.4)<br /><br />Depois de se formar no curso preparatório da Marinha, D’Acelino deu início a sua atuação no movimento negro de Sergipe (1968) e da Bahia (1973). Mas seu “batismo de fogo”, no que se refere às lutas sociais, ocorreu mesmo em Santa Catarina:<br /><br />... a parte política aconteceu em Santa Catarina, lá no Morro do Mocotó. Porque foi lá no Morro do Mocotó, onde eu senti na pele a baioneta daqueles policiais da brigada militar de lá de Santa Catarina. Botava a gente pra correr, prendia, só que a gente nunca foi preso, nem nunca perdeu a glória, e daí, então, todo aquele envolvimento do Rio, de São Paulo, essa coisa toda do Sul do país, e a gente foi começando a politização e lá eu desenvolvi trabalhos (...) com (...) em participação (...) com outros grupos, fazer trabalhos de comunidade. (ibid, p.4)<br /><br />No ano de 1968, D’Acelino se torna precursor do movimento negro em Sergipe, ao criar o Grupo Regional de Folclore e Artes Cênicas Amadorista Castro Alves (GRFACACA) em Sergipe. <br /><br />Para os movimentos negros, o golpe militar de 1964 representou uma derrota, ainda que temporária. Ele desarticulou uma coalizão de forças que resultava no enfrentamento do “preconceito de cor” no país. (DOMINGUES, 2009, p.111)<br /><br />Como conseqüência, os movimentos negros brasileiros entraram em refluxo. Seus militantes eram estigmatizados e acusados pelos militares de criar um problema que supostamente não existia, o racismo no Brasil. <br /><br />Assim como os militares, as elites viam as acusações feitas pelos movimentos negros como uma afronta ao caráter nacional. Daí seus ativistas eram apontados como “impatrióticos”, “racistas” e “imitadores” dos negros que lutavam pelos direitos civis nos Estados Unidos. <br /><br />Assim como outros movimentos negros espalhados pelo país, o GRFACACA passou pelo mesmo processo de discriminação e acusação em Sergipe:<br /><br />Porque desde 68 quando a gente fundou isso aqui a gente começava a dar palestra nas escolas. Então a gente era chamado de... Ai meu Deus (...), toda hora estou esquecendo esse nome. Subversivo, comunista, traficante, maconheiro, fazedor de caso, uma série de coisas. Quando a gente chegava no local aí: “Já chegaram os comunistas.” (D’ACELINO, 2009, p.6)<br /><br />A grande repressão vigente na primeira década da ditadura militar não impediu a existência de várias formas de resistência, mas impôs importantes mudanças no modo de estruturação e de condução das lutas. O GRFACACA de Severo D’Acelino encontrou como solução as atividades teatrais para discutir a questão do racismo e da valorização da cultura afrobrasileira. <br /><br /> <br /> A militância no recrudescimento do regime autoritário e após a redemocratização<br />Desde os primeiros anos da Ditadura Militar no Brasil foi instalada uma complexa máquina de repressão política, envolvendo diversos organismos militares e policiais que atuavam em âmbito federal, estadual e municipal. A violência do Estado ditatorial espalhava um clima de medo e insegurança, reprimindo, principalmente, setores da esquerda organizada, operários, estudantes e intelectuais. <br /><br />As atividades intelectuais e artísticas foram alvos da censura do regime. Várias peças de teatro, filmes, músicas e livros foram proibidos. Muitos autores, artistas e professores forma vítimas das perseguições, prisões e processos. (HABERT, 1992, p. 30).<br /><br />O final dos anos 1970 foi marcado pelo recrudescimento do regime militar. Após muitos anos de silêncio, surgiram diversos movimentos em defesa das liberdades democráticas - fim dos governos militares, do AI-5, da censura, das cassações, das torturas, anistia, eleições livres e convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte – as ações sindical, popular, dos estudantes, dos artistas, das mulheres, dos homossexuais e dos negros (HABERT, 1992, p. 72).<br /><br />Os acontecimentos nacionais interferiam na vida política local. Na década de 1980, com a abertura política do regime autoritário, ocorreram várias manifestações em Sergipe contra a inflação, o desemprego e os baixos salários, lideradas pelo sindicato dos professores (SINTESE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos dos Sem Terra, Sem Teto e Negro, este último representado, por exemplo, pela Casa de Cultura Afro-Sergipana, fundada pelo militante Severo D’Acelino.<br /><br />Neste contexto de democratização, o militante Severo D’Acelino desenvolveu vários trabalhos relacionados à formação de identidades, ao combate dos estereótipos nas representações dos afro-descendentes, propondo uma pedagogia educacional inclusiva para o conhecimento dos conteúdos específicos da cultura negra no Estado de Sergipe. Nessa época, ele também funda o Movimento Negro em Alagoas (1980).<br /><br />Com a abertura democrática no Brasil, num contexto político e cultural mais suscetível a questionamentos, os intelectuais afrobrasileiros intensificaram as iniciativas voltadas à valorização das tradições negras nas discussões sobre cultura, expressões artísticas, comunicação e formação de identidades (SILVA, 2008, p. 4).<br /><br />Neste sentido, Severo D’Acelino, junto à Casa de Cultura, desempenhou importante papel no processo de construção da “Nova República” no Brasil, participando do Congresso do Negro e da Constituinte nacional e local em 1988. Em artigos escritos para jornais, defendia a causa dos afrodescendentes, denunciando abusos, como o racismo.<br /><br />No plano educacional, Severo coordenava projetos que tinham como objetivo realizar palestras em escolas públicas. Sua intenção era conscientizar professores e alunos sobre a importância da inserção dos afro-descendentes na sociedade sergipana, através do exercício da cidadania plena.<br /><br />Em suas conferências, abordava uma infinidade de temas. A proposta era difundir conhecimentos sobre a História dos negros, a longa trajetória de opressão e de injustiças sofridas, justificando a necessidade urgente da efetivação de ações inclusivas.<br /><br />Desta forma, nas salas de aula das escolas sergipanas, Severo “costumava falar sobre o ‘boom’ do Apartheid, Mandela, do racismo (...), a questão da cultura negra, a exclusão do negro na sociedade sergipana e (...) na Educação.” (D’ACELINO, 2009, p. 7).<br /><br />Severo D’Acelino foi um intelectual pioneiro na luta pela introdução de conteúdos da cultura negra nos currículos escolares do ensino básico em Sergipe. Devido à ausência de livros didáticos que tratassem de temas desta natureza, ele propôs a didatização do conhecimento sobre o negro sergipano.<br /><br />Foram elaborados vários trabalhos, muitos dos quais não foram publicados, devido à falta de apoio do governo e às questões políticas não resolvidas. A maioria destes textos, só chegava ao conhecimento dos professores e alunos por meio da divulgação realizada pela editora da Casa de Cultura Afro Sergipana (“Memoriafro”) e por Severo em eventos culturais.<br /><br />As “cartilhas” de Severo, frutos da sua intensa atividade intelectual, apresentavam a influência das obras de destacados pesquisadores sergipanos, como a antropóloga Beatriz Góes Dantas e os historiadores Maria Tethis Nunes e José Calazans.<br /><br />Os livros escolares deste intelectual afro-sergipano eram baseados numa proposta pedagógica de educação inclusiva. Nesta perspectiva, o processo de ensino-aprendizagem garantiria a reversão de estereótipos e o resgate da excluída ancestralidade africana para a memória coletiva.<br /><br />Apesar da inovação pedagógica da educação inclusiva, os livros escolares de Severo seguiam a tendência tradicional do “método dos testes”, utilizado desde o século XVIII para avaliar aptidões e que foi sendo aprimorado como instrumento de avaliação pela pedagogia (SANTOS, 2006, p. 5).<br /><br /> Não obstante, o “método de testes” estimulasse a aprendizagem dos conteúdos por meio da memorização, o que poderia tornar o estudo de disciplinas como a História um empreendimento cansativo, Severo criou estratégias para que seus manuais suscitassem nos alunos uma postura ativa em relação aos conhecimentos que lhes eram transmitidos.<br /> <br />... normalmente, o livro teste (...) tradicional (...) tem um gabarito, (...) e nós não colocamos o gabarito exatamente para impedir que o professor e o aluno pegassem o gabarito e preenchessem o livro (...) a intenção é fazer com que o professor e o aluno comecem a ler e a estudar a questão do negro e pensar. (...) O professor tem que construir junto com o aluno uma forma de diálogo para que aquele tema seja ampliado. (D’ACELINO, 2009, p. 11-12).<br /><br /> Os textos escolares da Casa de Cultura Afro-Sergipana sintetizavam abordagens que zelavam pelo entendimento das contribuições das três “raças” (branco, negro e índio) para a constituição da sociedade brasileira, evitando-se a ênfase sobre o legado europeu.<br /><br /> Os manuais de Severo eram dedicados a um público abrangente, que contemplava alunos e professores de diferentes disciplinas e níveis de ensino. O que se pretendia era popularizar os conhecimentos sobre a cultura negra no Brasil e em Sergipe.<br /><br />Severo D’Acelino era a favor da regionalização do livro didático. Ele destacava constantemente a importância da criação de editoras locais para a área escolar e a necessidade de serem elaborados textos que se vinculassem ao cotidiano dos alunos sergipanos.<br /><br />Ele denunciava que a maioria dos manuais utilizados no Estado era elaborada <br /> <br />“... pelos autores do Sul do país (...). De repente, você tava lá em Carira (...) aí ta lá no livro: ‘morango’ (...) as frutas do Sul do país, é ‘neve’ (...). Desestimula o aprendizado. Ele tem é que fazer um trabalho falando (...) de ‘Mãe Carira’, (...) de quando Lampião chegou por lá, é falando de coisas de lá de Carira...”. (D’ACELINO, 2009, p. 22).<br /><br />Portanto, percebemos como a atuação de Severo D’Acelino no Movimento Negro sergipano contribuiu para o desenvolvimento de ações afirmativas no campo educacional e o pioneirismo na discussão sobre a cultura afro nas escolas através da produção de cartilhas voltadas para o tema. Suas ações se evidenciam nas propostas de inclusão dos conteúdos e nas novas metodologias para o ensino de temas relacionados à cultura afrobrasileira e africana nas escolas de níveis Fundamental e Médio em Sergipe. Entender as atividades de Severo D´Acelino em Sergipe é adentrar na História, na memória dos movimentos sociais do Estado e na perseguição sofrida por eles nos anos de chumbo da Ditadura Militar. <br /><br /> <br /><br />Referências Bibliográficas<br /><br />ALBERTI, V. História Oral: a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1990.<br /><br />BOURDIEU, P. A Ilusão Biográfica. In: AMADO, Janaína & FERREIRA, Marieta de Morais (orgs.). Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas (FGV), 1998.<br /><br />D’ACELINO, S. Entrevista concedida a Diogo Francisco Cruz Monteiro, Kleber Luiz Machado Gavião de Souza e Kléber Rodrigues Santos. Aracaju, 2 fev. 2009.<br /><br />DANTAS, I. História de Sergipe: República (1889-2000). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004. <br /><br />DOMINGUES, P. Movimento Negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07.pdf>. Acesso em: 20 set. 2009.<br /><br />FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1987.<br /><br />FREITAS, Sônia Maria de. História Oral: Possibilidades e Procedimentos. São<br />Paulo: Humanitas/Imprensa Oficial SP, 2002. <br /><br />HABERT, N. A década de 70. Apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Editora Ática, 1992.<br /><br />MATTOS, R.C.O. A Juventude Operária Católica – visão de uma utopia. Disponível em: <http://www.faa.edu.br/revista/v1_n1_art06.pdf>. Acesso em: 14 set. 2009.<br /><br />MEDINA, J. I. Um olhar comparativo entre as revoltas da Chibata e da AMFNB de 1964. Disponível em: <http://www.rj.anpuh.org/Anais/.../Joao%20Ignacio%20de%20Medina.pdf>. Acesso em: 20 set. 2009.<br /><br />PINTO, R. P. O movimento negro em São Paulo: luta e identidade. São Paulo, 1993. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo.<br /><br />QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Relatos Orais: do “Indizível” ao “Dizível”. In: Revista Ciência e Cultura, v. 39, nº 3, mar. 1987, CERU/Departamento de Ciências Sociais.<br /><br />SÁ, Fernando. Combates entre História e memórias. São Cristóvão: Editora UFS, 2005. <br /><br />SANTOS, K. R. Cultura afrobrasileira e africana no livro didático de História do Brasil e História de Sergipe: possibilidades de transposição didática. 2006. Disponível em: <http://ajagun.blogspot.com/2008/08/casa-de-cultura-afro-sergipana-in.html>. Acesso em: 20 set. 2009.<br /><br />SILVA, R. F. Severo D’Acelino e a produção textual afro-brasileira. Disponível em: <http://www.africaeafricanidades.com>. Acesso em: 14 set. 2008.<br /><br />1<br /><br />--------------------------------------------------------------------------------<br /><br />[1] Mestrando no Núcleo de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe na linha História, Sociedade e pensamento educacional. Membro do Grupo de pesquisas em ensino de História (GPEH).<br /><br />[2] Graduados em Historia pela Universidade Federal de Sergipe e membros do Grupo de Pesquisas em Ensino de História (GPEH/UFS).Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-72043180177055476802009-10-24T11:00:00.004-03:002009-10-24T12:31:20.987-03:00SEVERO D'ACELINO : AÇÕES LEMBRADAS EM ENCONTRO NORDESTINO DE HISTORIA ORAL POR ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdA2K-kHI/AAAAAAAACAA/KpdZGqJmBZs/s1600-h/GY79LZCACMJS77CAJQEGWKCAQMUFMBCAA0ZI2NCAPNXVPCCA03K1OTCAKR4PB6CARWTKGCCA5OESSECAL9YWY5CAI65LV7CABKVK73CASZR49HCA1EIET9CAOS04KZCAYQ35XXCAI40OM9.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 118px; height: 118px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdA2K-kHI/AAAAAAAACAA/KpdZGqJmBZs/s400/GY79LZCACMJS77CAJQEGWKCAQMUFMBCAA0ZI2NCAPNXVPCCA03K1OTCAKR4PB6CARWTKGCCA5OESSECAL9YWY5CAI65LV7CABKVK73CASZR49HCA1EIET9CAOS04KZCAYQ35XXCAI40OM9.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396188678898749554" /></a><br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAgNzjaI/AAAAAAAAB_4/lsTocRLLdXs/s1600-h/candomble_pipoca.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 296px; height: 192px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAgNzjaI/AAAAAAAAB_4/lsTocRLLdXs/s400/candomble_pipoca.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396188673005030818" /></a><br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAdQ4_kI/AAAAAAAAB_w/AuLb0TcfgyA/s1600-h/bbbn.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAdQ4_kI/AAAAAAAAB_w/AuLb0TcfgyA/s400/bbbn.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396188672212663874" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAHgqkqI/AAAAAAAAB_o/T4CQ6JkVebY/s1600-h/A%2520Bandeira%2520pede%2520socorro.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 330px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuMdAHgqkqI/AAAAAAAAB_o/T4CQ6JkVebY/s400/A%2520Bandeira%2520pede%2520socorro.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5396188666373247650" /></a><br /><br />Uma comunicação surge como homenagem e como reflexão, a minha pessoa, quando as confusões se cristalizam em cima de mim, desde a sagração do Imperador Marcelo Deda a governo de Sergipe e a nossa exclusão ( Severo D'Acelino e Casa de Cultura Afro Sergipana), das ações do Estado e do governo. Foi o premio pelos méritos do mais importante projeto de educação na história deste Estado. Um projeto bem sucedido, iniciado na administração de Luiz Antonio Barreto e bombardeado sistematicamente pelas figuras incompetentes do DED, da Secretaria de Educação, insatisfeitas pelo sucesso das ações.<br /><br />Com a sagração do Imperador DEDA ao governo do Estado e a consequente Partidarização do Movimento Negro, Severo foi descartado, pois representava perigo por ser critico, independente e pensar o Coletivo e, daí, surgiram dezenas de Ongs e Entidades que se apresentaram como capacitadas e experientes para promover o projeto da Casa de Cultura e capacitar professores para cumprir o Decreto Presidencial de Inclusão da Cultura Negra e o PROJETO CULTURAL DE EDUCAÇÃO 'JOÃO MULUNGU VAI ÁS ESCOLAS, foi defenestrado, excluido e jogado de LADEIRA A BAIXO.<br /><br />É triste receber esse tipo de recompensa, principalmente quando temos prestado grandes serviços ao Estado na defesa do Coletivo Negro, na preservação de sua cultura e no respeito a diversidade e seu Arquivo Humano, mas da Traição nem Jesus se livrou, pois a Inveja é péssima companheira e quando somos comandados por pessoa que perseguem seus críticos. Pessoas que gostam de adularodes e até premiam os que lhes elogiam e os brindam, o mérito deixa de ter expressão.<br /><br />O Movimento Negro e a redemocratização no Brasil: a Atuação de Severo D'Acelino na Educação Sergipana, soa como um aplauso ás nossas ações e um indicador do mérito que teima em se manter, apesar das KOTAS e do Paternalismo exarcerbado da relação do PT com respeito a nós os negros, cristalizando o Racismo Institucional e a falta de Potencialidade do Negro, em vez de Radicalizar a Constituição para que " todos possamos na prática ter as mesmas condições e oportunidades", numa promoção de Ações Afirmativas e Meritórias, somos tratados como imbecis e jogados uns contra os outros por míseras cestas de alimentos.<br /><br />Minha familia é negra e todos nós, em passagem pelas Faculdades, não precisamos de KOTAS, passamos por méritos, Eu, minha esposa, meus filhos, meus sobrinhos, primos e por ai vai. Somos negros conscientes, com potencial e sem nenhum QI. Nunca fomos Indicados por ninguem e nosso reconhecimento é uma icógnita, há sempre alguem que se apropria de nossos projetos, idéias etc. Esse povo no espaço de poder nuinca nos conhece, apesar de antes termos tido diversas ações e combatido os pervertidos do poder, hoje somos invisiveis para eles, até que precisem dos nossos serviços.<br /><br />Como é triste e perversa a insegurança dos nossos "amigos" para se manterem nos espaços de poder!!! O Mandarinato do Imperador se mantem sobre nossos escombros, mas, por mais que nos sufoquem,jamais silenciaram ou apagaram´as nossas importâncias, pois, um deslize e alguem nos cita, nos referenda, nos homenageiam, assinalando a nossa presença viva no desenvolvimento de Ações Afirmativas, fazendo a diferença, nos aplaudindo apesar a repressão colonialista do Imperador e seus refens, será que quando findar o mandato alguem irá aguarda-lo na rodoviária?<br /><br />Agradeço a presença que se fez presente, pois ja não tenho motivações para produzir e continuar o que comecei em plena ditadura militar no enfrentamento da repressão anunciada, ja não sei da minha tragetória, na Religião, Artes Plásticas, Teatro,Cinema,Etnografia, Musica, Partidos Politicos, Coorporação Militar, Literatura ,Dramaturgia,Rádio, Jornal, Televisão,Seminários, Congressos, Lutas Sociais, Viagens, Cultura, Direitos Humanos,Relações Raciais, Esportes, Escolas...Educação.<br /><br />Essa citação se nos apresenta muito forte, apesar de desde muito, ser referencia de estudos( nunca OBJETO), onde nossas ações são analisadas em determinados contextos, dentro e fora do Estado e do País, mas nunca nesta situação de fragilidade e de exclusão onde a depressão é minha companheira. Neste momento a homenagem pegou pesado, no ponto fraco, enfraquecido: Movimento Negro e a Redemocratização no Brasil: a Atuação de Severo D'Acelino na Educação de Sergipe.<br />Abença Thetis Nunes, farol de vivo de minhas indagações. Luiz Antonio Barreto, provocador de minhas incursões e resistencias, apenas para citar referencias internas<br />da memória viva desta minha caminhada semn assinalar o contingente que tem nos dado sustentação nesta tragetória há mais de 42 anos.<br /><br />Este trabalho é sem dúvida, o presente deste aniversário, do 3 e do 16 de Outubro, negado pela mídia sergipana que nos nega espaços, para não perder espaços na camarinha do Imperador.<br />Estudantes! Obrigado. Certamente vocês serão excelentes EDUCADORES.<br />AJAGUM ABERÉ N'GOBOM. KUTENDA ZAMBIAPONGO. AUÉ AXÉ.Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-36900195663142549642009-10-23T22:39:00.002-03:002009-10-23T22:42:23.257-03:00ENTREVISTA. materia recuperada<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuJbbcxlKtI/AAAAAAAAB_Q/CaFIDY-aa9Q/s1600-h/20+de+Novembro+581.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuJbbcxlKtI/AAAAAAAAB_Q/CaFIDY-aa9Q/s400/20+de+Novembro+581.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395975830682020562" /></a><br />Entrevista com presidente da Casa de Cultura Afro-Sergipana, Severo D’Acelino<br /><br />21/03/2005, 13:26 <br /><br /><br /><br /> <br /> <br />Na semana em que se comemora o Dia Internacional de Combate ao Racismo, o presidente da Casa de Cultura Afro-Sergipana, Severo D’Acelino fala sobre o Projeto João Mulungu vai à Escola, que desde 1999 visita os municípios do Estado, contando a história do negro em Sergipe. Além da pesquisa que antecede as visitas e já rendeu a organização de cadernos sobre o tema, o projeto conta com uma pedagogia interativa que pretende debater com a comunidade a partir do contato cotidiano com o racismo. “Eu sempre começo a aula perguntando quem é negro. Às vezes eles ficam se olhando sem falar nada, para mim isso já é uma resposta”, explica ao enfatizar que um dos principais problemas enfrentados pelo movimento é que a maior parte da população negra não se reconhece ou não quer ser reconhecida como tal.<br /><br /> <br /><br /> <br /><br />Por Iracema Corso<br /><br /> <br /><br />M.C. - Quem foi João Mulungu?<br /><br />S. D. - João Mulungu foi uma criança, pode-se dizer, como uma dessas ‘crianças de rua’, que fugiu do engenho porque apanhava e que depois se tornou o maior líder dos quilombos daqui de Sergipe. Ele andou por todas essas vilas do Estado. Em 1876, ele foi denunciado e preso no engenho da Flor da Rosa em Laranjeiras, que hoje em dia é o terreno que divide Laranjeiras e Riachuelo e ele foi propriedade de João Pinheiro da Fraga que é parente dos Franco. (...) Quando ele fugiu, sendo perseguido pela polícia e foi lá para Porto da Folha, no Mocambo (primeiro quilombo a ser reconhecido aqui em Sergipe), ele foi traído por Severino. João Mulungu não foi enforcado, foi condenado a cinco anos de galé (trabalhava como escravo em repartições públicas) e certamente foi mandado para a Bahia para cumprir a pena. Mas não foi depois da prisão de João Mulungu que o quilombo parou, muito pelo contrário, os levantes só aumentaram. Mesmo depois de 1888, com a Lei Áurea já em voga, ainda existiam muitos quilombos porque a comunicação era muito difícil e uma notícia demorava muito a chegar. A história tem muitas lacunas e a gente sabe que existem outras versões.<br /><br /> <br /><br />M.C.- Como foi a receptividade dos estudantes com o projeto ‘João Mulungu vai à Escola’?<br /><br />S. D.- Ele teve uma receptividade imediata, instantânea, natural, porque ele traz uma nova filosofia dentro da pedagogia e ações inclusivas que buscam resgatar os valores do negro, associado aos valores dos índios porque são dois grupos discriminados no Brasil e, principalmente, em Sergipe. O nosso estado tem pouca ou nenhuma referência do índio e _ como a nossa educação ainda traz muito do recalque, é muito retrógrada e não admite a mudança dos valores impostos pela Casa Grande, pela estrutura organizacional, colonialista_ nossos professores não são treinados para a inovação. Então, é um trabalho muito difícil e necessário. Apesar de Sergipe ter como maior referência nacional os pensadores sergipanos, aqui não se sabe quase nada sobre eles. Os projetos de ação afirmativa que se esboçam aqui em Sergipe são apresentados em outros estados. Um projeto de educação cultural visa exatamente resgatar a cidadania, a identidade do negro Sergipano. No caso, a Casa de Cultura, que já vem dando palestras em escolas há 25 anos.<br /><br /> <br /><br />M.C. – Como o projeto foi elaborado?<br /><br />S.D. – Já dávamos palestras nas escolas, mas a formalização aconteceu na escola católica Patrocínio do São José. A irmã Helena, que na época era a diretora da escola, sugeriu que fosse estruturado um projeto para ser apresentado ao Estado. Na gestão do governador Albano Franco, o projeto passou a receber o apoio do Estado e a prestar serviço para escolas da rede pública estadual. Nós também tivemos que começar a produzir informações, buscar bibliografia, documentos e em junho começamos a produzir os cadernos pedagógicos no intuito de resgatar o processo étnico-histórico e cultural dos municípios. Nós já visitamos o Estado inteiro, produzimos cadernos contando a história de 26 municípios e estamos esperando que haja uma solução de continuidade para retomarmos o trabalho iniciado no governo passado. <br /><br /> <br /><br />Sergipe foi o primeiro Estado no país que instituiu a introdução da cultura negra na grade curricular, exigindo concurso público, curso de formação, isso tudo em 1999. Agora, com a chegada do governador João Alves, nós fizemos a primeira etapa e a segunda etapa de junho à agosto onde nós atingimos mais de 40 mil pessoas entre professores, alunos e comunidade, pois quando o projeto chega no interior ele é um projeto de educação e não um projeto do governador porque a gente abre para que toda a comunidade escolar esteja presente. Isso talvez tenha gerado muito ciúme entre os que se dizem administradores da educação porque pararam de pagar o nosso dinheiro de junho à agosto e nós acabamos paralisando as atividades.<br /><br /> <br /><br />M.C. – O projeto estava tendo o resultado esperado? <br /><br />S.D. - Na medida em que o aluno se sente presente na conferência e reconhece aquilo que está sendo colocado como dele, há um interesse maior. Ele se vê inserido dentro do contexto, seu cotidiano, sua tradição. Ele percebe que a abordagem é diferente do que ele vê normalmente na escola porque nós estamos falando sobre ele e assim ele se sente participante da discussão. Acaba havendo aquela divulgação do boca-a-boca para a turma da tarde e da noite. Em Santa Luzia do Itanhi tiveram professores que participaram do seminário nos três turnos. <br /><br /> <br /><br />O projeto de educação cultural João Mulungu vai às Escolas é um projeto extremamente vitorioso. Sergipe é o único local no Brasil que existe esse tipo de projeto só que não tem o respaldo do governador do Estado. É lamentável porque a gente entende que o governador é negro, mas ele não se assume como negro, não se reconhece como negro. O governo trata a comunidade como uma coisa só. O resultado é que os negros acabam sendo tratados desigualmente, tendo em vista que existe a desigualdade racial.<br /><br /> <br /><br />(...) Então o projeto João Mulungu vai à Escola veio para ficar, mas nós temos problemas. Há 40 anos eu vinha acreditando que o governador João Alves Filho poderia ser um instrumento de articulação para a valorização do negro em Sergipe e agora me dei mal porque ele nunca fez nada pelo negro em Sergipe. O antecessor, Albano Franco fez muito mais. Ele criou a Delegacia de Crimes Raciais que o atual governo transformou no Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis. Agora, se acontece algum caso de discriminação, ele tem que ser resolvido nesse Centro e isso é realmente constrangedor porque um ser humano não quer ser tipificado como vulnerável.(...)<br /><br /> <br /><br />Eu estou com a minha auto-estima muito baixa em saber que o governador que é sergipano e que é negro não está preocupado com a história do negro em Sergipe. Por isso o movimento negro no Estado está tão desarticulado. O movimento negro em Sergipe não é um movimento social porque não se propõe mudança. O que nós temos são entidades negras que fazem ações isoladas para a concretização do projeto pessoal dos seus dirigentes.<br /><br /> <br /><br />M.C. – Você não avalia que o problema de não se aceitar enquanto negro também é fruto do racismo, da discriminação que pesa sobre o negro e da qual o cidadão quer fugir, dizendo que não é negro?<br /><br />S. D. - Se com a cultura sergipana existe essa desvalorização_ porque é muito mais fácil você conhecer os escritores sergipanos na Alemanha do que em Sergipe_ que dirá com a questão racial. O negro, aqui em Sergipe, quando clareia um pouquinho já diz que é branco. Então, o preto é justamente aquele que é segregado pelo próprio negro. Sergipe tem 86% de negros em sua população absoluta porque a raça negra é constituída por pretos, pardos e mulatos. Mas enquanto houver essa mentalidade, só é considerado negro aquele que é preto mesmo. Meus sobrinhos e netos que clarearam, acabam virando brancos e a nossa experiência é a do recalque sob a ideologia do branqueamento. <br /><br /> <br /><br />M.C.- Além do resgate histórico junto às escolas, o projeto trabalha a questão da cultura negra, apresentando a dança afro, a capoeira ou esclarecendo preconceitos sobre o candomblé?<br /><br />S. D. - Eu avalio que muitas vezes é melhor estimular que as cidades do interior apresentem seus grupos de dança, capoeira, maculelê. O resultado é uma interação muito grande. Geralmente, quando a gente consegue avisar da visita com antecedência, tem apresentação de grupos locais. O projeto quer trabalhar a questão da identidade, por isso, quando eu chego nas cidades eu falo sobre as tribos que existiram lá. Quando eles ouvem as informações sobre a caracterização dos índios, a cultura e o modo de vida eles vão começando a se identificar.<br /><br /> <br /><br />(...) A minha presença viva já é um impacto. Quando eu chego na escola com este cabelo o racismo e a discriminação já se aflora. Tem gente que se benze, tem quem diz: “Ave Maria, parece o cão”. Na hora eu finjo que não vejo, mas eu estou vendo tudo e estou percebendo tudo e utilizo isso também na minha explanação pedagógica. Quando termina a minha palestra e todo mundo aplaude eu respondo: Essa é minha vingança porque quando eu cheguei aqui todo mundo se benzeu me chamando de cão, nego, macaco e agora vocês me aplaudem de pé. Todo mundo começa a rir. Então eu acho que é essa interação que tem que ter. Você tem que pegar os elementos que a sociedade está lhe oferecendo para utilizar como instrumento pedagógico, essa colaboração espontânea. É a oportunidade de se discutir o racismo, o preconceito que acontece ali. Eu me sinto tão satisfeito, tão rejuvenescido quando eu estou em ação.<br /><br /> <br /><br />M.C.- Como é que está funcionando o disque-racismo aqui em Sergipe?<br /><br />S. D. – A pessoa que sofrer discriminação racial e necessite de informações para saber que encaminhamento precisa tomar pode ligar para o 241-5628, que é o número da Casa de Cultura Afro-Descendente. Ontem eu recebi três denúncias de racismo, só que a gente não está mais dando encaminhamento para as denúncias. Nós damos a orientação, remetendo para o Ministério Público Federal ou Ministério Público Estadual. Nós explicamos que a pessoa tem que ir aos jornais denunciar o caso e que preste queixa na delegacia. Com o boletim de ocorrência e a matéria de jornal, nós orientamos o cidadão ao Ministério Público e entregue lá esse material para que a justiça possa receber a denuncia do Ministério Público. Também explicamos que é necessário procurar na Defensoria Pública e na Ordem dos Advogados um profissional para fazer a sua proteção.<br /><br /> <br /><br />Antes nós tínhamos um advogado e tudo era feito aqui. A pessoa chegava aqui, fazia a denúncia e o advogado já entrava com a ação na Justiça. É claro que a pessoa ficava muito mais satisfeita e a possibilidade de desistir de fazer a denúncia era muito menor porque quando a gente diz que é para ir à delegacia, jornal, Ministério Público, Defensoria Pública, a pessoa fica meio desanimada. Então, quem é discriminado muitas vezes tem que engolir a humilhação porque fica com vergonha de dizer que foi discriminado e nós, da Casa de Cultura Afro-Sergipana, estamos sem estrutura para dar o apoio necessário. <br /><br /> <br /><br />M.C. - Na comemoração do Dia Internacional de Combate ao Racismo tem alguma atividade que a Casa de Cultura Afro-Sergipana venha a fazer em parceria com outras entidades?<br /><br />S.D. – Nós os negros aqui em Sergipe, enquanto sociedade, enquanto instituição, nós não somos solidários. Uma entidade negra, um militante negro disputa com o outro espaço de atuação. A Casa de Cultura está assim _ fundou o movimento negro em Sergipe, na Bahia e em Alagoas_ não tem solidariedade de nenhuma entidade. Eu sei que estão todas passando por dificuldades, mas para ser solidário basta fazer uma notinha no jornal, ligar para a televisão, ligar para o rádio e falar que não concorda com a sabotagem do governo com o projeto João Mulungu vai à Escola, com essa violência que está sendo feita com a Casa de Cultura Afro Sergipana. (...) As dificuldades são muitas, mas eu não desisto. Como não tenho recurso, estou reestruturando o espaço da Casa de Cultura para dar as aulas aqui mesmo e vou continuar buscando parcerias.<br /><br /> <br /><br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-53906218069085887972009-10-23T22:30:00.002-03:002009-10-23T22:34:25.204-03:00DEU NO ' CORREIO DE SERGIPE' - RACISMO<a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuJZiRvgjdI/AAAAAAAAB_I/6HVuSmTkTrY/s1600-h/2EMOIDCAAMLJGNCAUKNM8ZCAZ8CZQYCAKKPZAYCAYGYK31CA4SB3KUCAC70OAPCAG7TKW9CAV02DCHCA7REBR7CAKQN8HVCARSH0S4CA4X9N2JCAL2SPCMCAFL64D3CAYK78A4CAANHQ5Z.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 93px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuJZiRvgjdI/AAAAAAAAB_I/6HVuSmTkTrY/s400/2EMOIDCAAMLJGNCAUKNM8ZCAZ8CZQYCAKKPZAYCAYGYK31CA4SB3KUCAC70OAPCAG7TKW9CAV02DCHCA7REBR7CAKQN8HVCARSH0S4CA4X9N2JCAL2SPCMCAFL64D3CAYK78A4CAANHQ5Z.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395973748956368338" /></a><br />Apesar de ser crime, racismo persiste <br />Data: 27/02/2005 <br /><br /><br />Há cerca de um mês uma jovem professora foi impedida de entrar no Teatro Tobias Barreto. O motivo? Ela é negra. Apesar de ter ido ao local como qualquer outra pessoa, pagando ingresso e tendo, portanto, o direito de assistir ao que bem quisesse, ela foi barrada. Fez denúncia, levou o caso até o conhecimento de movimentos representativos da comunidade negra, e não teve receio de relatar que foi tida como marginal. Racismo é crime contra a humanidade de caráter inafiançável. <br /><br /><br />Quem explica a situação é o coordenador geral da Casa de Cultura Afro-Sergipana, Severo D'Acelino, pesquisador da história e cultura negra. Ele milita no movimento negro desde a década de 60 e lamenta que apesar dos esforços empreendidos ao longo dos anos, a discriminação racial continua forte no país e Sergipe não fica atrás. A grande expectativa de Severo é que com a Conferência Estadual de Igualdade Racial, que acontece em Sergipe nos dias 8 e 9 de abril, promova ações mais concretas que impeçam o avanço do racismo no estado.<br /><br /><br />Severo observa que se faz urgente a afirmação de políticas públicas em relação ao negro, principalmente no que se refere à saúde e educação. Ele lembra da necessidade de se mudar comportamentos e atitudes, para que o negro possa ser respeitado e valorizado em todos os níveis, tendo seus direitos constitucionais legítimos assegurados na declaração dos direitos humanos. No âmbito da educação, o negro precisa, como observa Severo, de motivação e ainda de auto-estima para construção de sua identidade através de uma metodologia inclusiva onde a educação e aprendizagem possam de fato, dar a ele dignidade.<br /><br /><br />"O negro não nasceu para ser infeliz, e nem para fugir de sua própria raça, como solução para se manter na sociedade", observa o pesquisador. Ele atenta que o pardo e o mulato não se consideram negros e que Sergipe tem 86% da sua população um contingente da raça negra. Severo observa ainda que desde 1968, pesquisa essa questão. Negro, ele é de família oriunda dos canaviais do Cotinguiba tem em Gilberto Freire uma grande referência. Apesar de todo o esforço, uma lamentação: relata que a casa de cultura afro está praticamente de portas fechadas, por não ter como manter as atividades, sem recursos financeiros.<br /><br />Ações - Mesmo com tantas dificuldades, Severo explica que Sergipe possui diversas ações afirmativas que foram alcançadas durante todos os anos de militância dos movimentos negros. A Casa de Cultura se destaca com o projeto João Mulungu Vai a Escola, levando conhecimento e informação do negro, e índio sergipano dentro de um processo étnico, histórico e cultural aprovado pelo Colegiado de Educação da Universidade Federal de Sergipe - UFS e reconhecido pelo Ministério da Educação. <br />A Casa de Cultura possui ainda ação de cunho legislativo com o reconhecimento do herói negro sergipano e a introdução de cultura negra na educação e em concursos públicos do estado. Existem ainda diversos projetos como o SOS Racismo no âmbito da comunidade e principalmente no seio da polícia, atingindo a Polícia Militar e Civil. "Hoje, há um entendimento bem melhor por parte da polícia em relação aos negros. Ainda não é o ideal. Existem casos graves de crimes contra o negro por parte da polícia, mas o passado é pior", explica Severo.<br /><br /><br />Ele lembra que o negro simplesmente por estar andando nas ruas, correndo ou nada fazendo, era visto como elemento nocivo à sociedade e apanhava publicamente por qualquer motivo. Hoje existe um entendimento maior e a PM vem buscando uma parceria com as entidades negras. Um outro trabalho é o Curso de Extensão mantido pela Casa de Cultura através do Centro de Pedagogia Afro-Sergipana, com o direito de promover a capacitação de professores nos assuntos de educação e aprendizagem na ação inclusive dos temas afros e indígenas.<br /><br /><br />Os cursos são de 40horas realizados em finais de semana e acontecem na sede da Casa de Cultura no bairro Siqueira Campos atendendo a universitários e professores. Dentre os temas debatidos, fica, como diz Severo, o problema da fuga empreendida pelo negro, de sua própria raça, para sobreviver. "É nesse sentido que esperamos ver as ações resultantes da Conferência Estadual, promover mudanças estruturais para que a igualdade racial seja o sinônimo da unidade e diversidade", observa o pesquisador.<br /><br />Direitos e apoio - Severo D'Acelino atenta que por muitas vezes, o negro se sente constrangido e teme denunciar o racismo. Com isso, sofre calado, tem problemas cardíacos, estresse, palpitações e depressões profundas. Ele observa que há medo de denunciar para não perder o emprego. Outras vezes promove a denúncia, mas o racismo é qualificado como difamação e a pena para o infrator é atenuada. Ele conta que a Casa de Cultura recebe diariamente mais de 10 telefonemas por denúncia de racismo, mas, no momento, de testemunhar as pessoas temem se pronunciar. <br /><br /><br />A maioria não quer ir à delegacia, se sente inibida, por muitas vezes ser alvo de brincadeiras maldosas como piadas. Diante de tudo isso, Severo observa que seria importante uma delegacia específica para o atendimento dos negros e tratamento dos casos de racismo. "Isso deixaria as pessoas menos constrangidas e seguras de seus direitos, para que cheguem à Justiça sem sofrer nenhuma discriminação", ressalta. Sobre a Justiça, ele atenta que essa ainda não age com austeridade contra o crime de racismo. <br /><br /><br /> Observa que poucas vezes, o racismo é configurado como deveria, o pesquisador lembra que o crime passa a ter muitas faces, muitos rótulos e quando se chega a um processo, por vezes, já se trata de outra acusação. "Precisamos lembrar o passado, de personalidades negras de Sergipe. Entre elas, estão: Tobias Barreto, Silvio Romero e João Mulungu. Eles não podem ser esquecidos", observa Severo deixando no ar a pergunta: se estivessem vivos também seriam discriminados? <br /><br />Parceria - Ainda em relação a Conferência Estadual de Igualdade Racial, o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Emanuel Cacho esteve na manhã do último dia 23 na cidade de Estância participando ao lado do prefeito daquela cidade, Ivan Leite e de representantes de prefeitos de cidades circunvizinhas, da primeira de uma série de reuniões com prefeitos de Sergipe, no objetivo de conseguir apoio para a conferência que acontece pela primeira vez em Sergipe. <br /><br /><br />No dia 24, representantes da Sejuc estiveram em Nossa Senhora da Glória realizando a segunda reunião. Ele lembra que é de suma importância conseguir não só o apoio, mas subsídios dos prefeitos e assessores para a realização da conferência em Sergipe.<br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-74861713650445522832009-10-22T14:05:00.004-03:002009-10-22T14:16:24.143-03:00ENTREVISTA DADA PARA SITE DO AMIGO - DUCK - O MAIOR INTERPRETE DA CULTURA SERGIPANA<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFgwW0yI/AAAAAAAAB9g/Tr3cpMhYpJk/s1600-h/DIVERSAS+792.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFgwW0yI/AAAAAAAAB9g/Tr3cpMhYpJk/s400/DIVERSAS+792.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395474076491240226" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFZMs98I/AAAAAAAAB9Y/99sSHVKS_Fc/s1600-h/2E68P1CAZTJSXJCACN42WKCAIAZGG9CAP5G5IVCA3RJ3ECCAJC28RVCA39F0W6CA0C2TE0CAA1S4H5CAWQT64XCAI86XJNCASFS81KCA8507ULCA8ZIYQUCAA2KK1VCAG44M28CAVE986B.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 89px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFZMs98I/AAAAAAAAB9Y/99sSHVKS_Fc/s400/2E68P1CAZTJSXJCACN42WKCAIAZGG9CAP5G5IVCA3RJ3ECCAJC28RVCA39F0W6CA0C2TE0CAA1S4H5CAWQT64XCAI86XJNCASFS81KCA8507ULCA8ZIYQUCAA2KK1VCAG44M28CAVE986B.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395474074462648258" /></a><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFWX-kUI/AAAAAAAAB9Q/VqOM_H1u5YE/s1600-h/DSC01270.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SuCTFWX-kUI/AAAAAAAAB9Q/VqOM_H1u5YE/s400/DSC01270.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395474073704632642" /></a><br />________________________________________<br /> <br />ENTREVISTA COM SEVERO D'ACELINO<br />Diretor da Casa de Cultura Afro-sergipana<br /><br />Severo, eu lhe conheci em 1976 quando cheguei a Aracaju, e a minha primeira experiência em palco foi através do GRFACACA, que era um grupo de teatro que você tinha, onde eu fiz meu primeiro experimento em palco como ator, depois eu fui pra música. De lá para cá, o que mudou em Severo?<br /><br />De lá pra cá não mudou nada, continua a mesma coisa, o Severo é o mesmo, o Grfacaca, hoje, completa a Casa de Cultura, né? Porque de 1968 com 1982, 1984 a gente mudou a denominação do Grfacaca para Casa de Cultura, que neste exato ano tá fazendo 40 anos, né? e a sua passagem por aqui foi muito bem aproveitada porque você se tornou um agente multiplicador, não só na forma cênica e dramática do teatro, sobretudo, nas interpretações da música, da cultura popular, onde se descortina a parte maior do aprendizado do ator que é exatamente nos ritos populares, e isso nos envaidece e mostra que o Grfacaca, a Casa de Cultura, continuam viva.<br /><br />MOVIMENTO NEGRO.<br /><br />E o negro Severo? <br /><br />O negro Severo continua frustrado, porque o sonho ainda não foi realizado, né? Existe uma série de frustrações porque a gente luta pra dar dignidade a raça e o coletivo negro, e a cada dia a mais recusa-se a um processo organizacional, a um processo legítimo, recusa-se a ser reconhecido e a se reconhecer. Portanto, o negro hoje continua com a ideologia do branqueamento, o negro quer ser branco, o negro não gosta de negro, principalmente o preto, né? que é o negro de marca. E os negros de origem que são os pardos e mulatos? esses descambam para o outro lado do muro e dizem que são brancos. E nós aqui, ficamos lutando, dando porrada em ponta de faca, mas continuando, porque alguém tem que fazer isso. Em 1930, o pessoal lá em Recife mandou brasa, em 1935 Abdias Nascimento em São Paulo, enfim, tem sempre um doido para continuar com a luta, né? como uma forma ideológica. O movimento negro aqui em Sergipe, estamos presenciando um movimento negro chapa branca, que são as lideranças de aluguéis, as lideranças que abandonam o coletivo em busca de um cargo no governo. Então, tá todo mundo. Uns estão trabalhando para o prefeito e outros para o governador, eu como sou homem de estado, não vou atrás nem de governador, e nem de prefeito, por isso sou excluído.<br /><br />RELIGIÃO<br /><br />Qual a sua religião?<br /><br />A minha religião, é católica apostólica romana, depois católica apostólica brasileira, católica apostólica sergipana, e com a fundamentação no candomblé, né? que é a religião dos orixás, a religião dos meus ancestrais, e daí... o catolicismo tem essa questão da cultura ecumênica, e a gente tá nesse ecumenismo, evidentemente que a gente de vez em quando atropela, né? e tropeça no elemento pragmático do judaico cristão, em pleno candomblé, né? Olha ogum tá de ronda! quem tá chamando é São José! Quer dizer: tá usando uma forma de resistência, e nessa resistência, nós temos aqui uma cultura de remendo, uma cultura de recriação. Então, eu acredito que o Brasil tem a maior cultura e a mais democrática de todo o universo, porque aqui, todo mundo dá as mãos, exceto uma facção dos evangélicos que tá ganhando dinheiro com o candomblé, ao mesmo tempo em que diz que o candomblé é coisa do cão. Só que eles esquecem que no candomblé não existe nem céu, nem inferno, e nem pecado original.<br /><br />E o candomblé em Sergipe?<br /><br />O candomblé em Sergipe é fascinante, é fascinante multifacetado, né? e dentro desse processo, a gente vê que nós não temos identidade. O candomblé em Sergipe é como as relações raciais, o negro não quer ser negro, e o pessoal do candomblé, não quer dizer que é do candomblé. Dificilmente você identifica uma pessoa do candomblé na rua, porque quando eles saem, deixa os dologuns em casa, esconde tudo, vivendo o candomblé, hoje, como se fosse no século XVIII, ás escondidas. E os ritos? e as raízes? O axé do candomblé de Sergipe, já não existe, está na superfície. Quem começou no nagô, que é a raiz do candomblé, que foi associado também ao toré dos índios, que seria a homenagem dos ancestrais negros aos índios, porque eram amigos virtuais. Depois do toré foi introduzida a angola, e na angola já começou a praticar o feitorio, mas ainda muito distante, e da angola se passaram muitos anos, porque quando tinha uma festa num terreiro: se tocava nagô, terminava em toré, e se tocava em angola, terminava em nagô. Porque na hora que tocava pra Nanã, que é o orixá mais forte juntamente com Obaluaê, Oxumarê e Exu, que são do gege, então, na hora que tocava pra Nanã, sai de baixo! porque o preto velho vinha. E aí, o pessoal começou a ir para Bahia, Rio de Janeiro e voltou com essa novidade do keto. Ora, aqui sempre teve keto, na casa da minha avó, Mãe Elisa. O nagô é keto. O orixá dela, Xangô Airá, quando incorporava, era saudado em keto, só que era o keto de mão, não era com as varetas não, e todo rito de Xangô, de Nanã, de Yemanjá, que eram os orixás da cabeça da minha avó, tinha todo um rito diferente e em qualquer terreiro que ela chegasse aqui, ou minha irmã Nair, o pessoal tocava de mão, havia um respeito enorme! <br /><br />E em que época se deu isso?<br /><br />Não muito distante, há uns trinta ou quarenta anos atrás, nos anos cinqüenta, porque minha avó ainda estava aqui em Sergipe, depois ela foi pro Rio de Janeiro, e aí, depois começou as introduções carnavalescas trazidas do candomblé do Rio de Janeiro, que não influiu na alegoria o candomblé da Bahia, tá entendendo? O candomblé da Bahia não se inclinou a coreografia, as lantejoulas e nem os paetês carnavalesco do Rio de janeiro que aqui chegou com Marizete, Zé de Abacossô, né? Lá no Rio de Janeiro, Zé de Abacossô ara o rei do candomblé. <br /><br />E Lê nesse contexto?<br /><br />Lê não foi pego por esse vírus do carnavalesco, não, dessa coreografia, dessa indumentária carnavalesca que veio do Rio de Janeiro, não. Lê não, Lê foi o mais importante Babalorixá de Sergipe, porque ele estava junto com os padres, junto com os protestantes, junto com os empresários, junto com os políticos. Lê era um factótum... se tinha um seminário, Lê estava lá; Se tinha um batizado, Lê estava lá; Lê é a referência. Todos os pais e mães de santo de Sergipe deveriam se espelhar em Lê. Graças a Deus, a parte social de Marizete está aflorando e ela está muito mais diplomática, faz gosto você conversar com ela, você olha nos olhos dela e vê aquele brilho, dá uma paz, você sente a verdade, você se sente a vontade, é um privilégio conversar com ela.<br /><br />E o Vale do Cotinguiba?<br /><br />O Vale do Cotinguiba deu-se mais as Loxas, Maria Pelágio, que era a grande Loxa daqui, e que levou o Nagô para Sergipe todo. Olha, eu fui num congresso na Bahia, no SECNEB, e tive que apresentar alguma particularidade do candomblé de Sergipe, então, eu invoquei o velho, tocando nagô, tocando para Obaluaê, e foi um delírio lá no Ilê Axé Opô Afonjá. E mestre Didi, que é o Alapilim dos egunguns com outros da comunidades, me ajudaram a tocar, e eu fiquei tão emocionado, que comecei a chorar. Eu me lembro bem que era: Olorum aê, Olorum aê, comassi lodê, aê totô! E o pessoal da casa dos egunguns começou a responder e a tocar, porque o ritmo é parecido com o do egungun, com xambá de Pernambuco, com o jongo do Rio de janeiro e com os tambores de mina do Maranhão. Eu sou apaixonado pelo preto, pelo negro e pela cultura negra.<br /><br />O POETA <br /><br />Agora eu queria que você falasse sobre o poeta Severo. <br />Ah! Meu Deus do céu! A poesia! Meu filho, quando a gente nasce é como... Deixe eu plagiar aqui da Bahia, “O baiano quando nasce, já nasce estrela”, né? De sorte que, quando o negro nasce, já nasce poeta, porque as melhores poesias, as melhores obras de literatura, vem da literatura oral, são os orikis dos orixás, os orikis das famílias, são os cânticos de trabalho, são os cânticos dos terreiros de candomblé, são os contos, aquelas histórias que as nossas avós contavam, as que as pretas velhas contavam para os meninos brancos, tá entendendo? só que a literatura dos negros, nunca foi valorizada aqui no Brasil, porque o negro, o negro preto, ou o pardo, ou o mulato, quando estava muito notório, ele nunca escrevia sobre o negro. Cruz e Souza, em Santa Catarina, na peça do desterro, só veio escrever sobre o negro enquanto negro, nos últimos dias de vida dele, quando já tava tuberculoso, pra morrer, tá entendendo? porque o negro escreve muito ligado a Arcádia, para o erudito, a cultura negra não é erudita porque nós somos populares, você chega pro Babalaô, ele está lá. O preto velho quando incorpora e tira as loas dele, que tira os pontos, que ensina como você deve fazer, aquilo ali é uma literatura. Só que literatura oral no Brasil, não tem o menor valor, em Sergipe principalmente, porque em São Paulo, na USP, você pode defender uma tese tendo como referencial a literatura oral, aqui na UFS você não consegue porque os professores desqualificam o seu trabalho, porque não tem referencial acadêmico. Então, a minha poesia, é a poesia do sentimento, é a poesia que eu aprendi na minha vivência. Não aprendi na escola, não aprendi nos livros. Minha poesia não tem rima, minha poesia tem emoção, porque escrevo com o coração, sem métrica e sem divisão. É como estou falando, no ritmo das minhas danças, dos meus rituais, se redescobrindo através do olhar do outro, e esse olhar é poesia.<br /><br />Já que estamos nesse viés, como você vê a implementação da lei 10639/2003, que torna obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares? <br /><br />Veja bem, eu, na época, enquanto entidade e pessoa física, briguei. Começamos aqui a luta no conselho estadual de educação, e no conselho estadual de cultura, para introdução da cultura negra, isso nos anos sessenta, que teve a primeira vitória em 1986, onde na oportunidade quem era o presidente do conselho estadual de educação, era o professor Cleovansóstene Souza de Aguiar, que era um cara arretado. Ele reconheceu que era importante, e a nível nacional, não tinha nada disso. Em 1999, nós conseguimos uma outra vitória, quando enviamos um processo para a assembléia, através da deputada Suzana Azevedo, no governo de Albano Franco, e que foi aprovado a introdução da cultura negra no ensino do primeiro e segundo graus, foi aprovado também, o reconhecimento de João Mulungu como herói negro sergipano, porque antes, era só de Aracaju e de Laranjeiras, e também foi aprovado a introdução do conteúdo do negro e do índio em todos os concursos públicos de Sergipe, e que até hoje não foi obedecido pelo ministério público, nem pela universidade, e nem também pelo Estado.<br /><br />COTAS<br /><br />E as cotas?<br /><br />As cotas é uma aberração. Eu respeito Lula por ter feito essa introdução a nível nacional, para que o negro tivesse a oportunidade de ser visto nas grades curriculares, eu aceito isso e bato palmas pra ele, se bem que não foi uma lei, foi um arranjo que ele fez da LDB, porque isso já existia, mas depois que ele insistiu com esse negócio de cotas e a obrigatoriedade da cultura negra nos currículos escolares, que não foi à frente, porque até hoje a Universidade Federal de Sergipe, em nenhum concurso entra o conteúdo de cultura negra. Aí ele fica com esse jogo de marketing, de cota. Isso é uma aberração, um desrespeito ao negro, ao coletivo negro do Brasil. Então, é necessário que alguém diga bem alto e de bom som que Lula pare com isso, porque é um desrespeito. É mostrar exatamente que o Estado oficial, é racista. Porque isso mostra o lado obscuro, para cristalizar que o negro é burro, porque nós sabemos que o negro não é burro e que não tem capacidade de entrar na universidade por mérito, e aí, vamos abrir uma janelinha, uma cota para a negrada. Isso é uma esculhambação. Eu e a Casa de Cultua não concordamos, por isso somos exilados, execrados pelo movimento negro petista. Por isso, estamos entrando com um processo contra a Universidade Federal de Sergipe, para que ela coloque na grade do vestibular dela 20% da cultura indígena, 25% da cultura negra em todas as matérias das humanas. No Brasil oficial, só se fala da cultura do branco, o negro não tem consciência negra, o negro nasce com consciência branca desde quando é batizado. Quando você vai registrar seu filho com nome africano, eles dizem que com esse nome não pode ser registrado, porque a criança quando crescer, vai ficar com vergonha, tem que ser um nome cristão. Se for homem, é José, Severino, Maria... Os japoneses podem colocar nomes étnicos nos seus filhos, mas os brasileiros não podem, por isso o Brasil é um país de ideologia fascista e racista, cristalizando essa cultura européia. <br /><br />O CIDADÃO<br /><br />O cidadão severo, como ele olha pro mundo?<br /><br />Eu olho pro mundo com muito respeito, e vou tirando lições do que vejo. <br />Severo, com relação a sergipanidade, a questão do sergipano não ter vergonha de assumir seus valores culturais, a questão de que tem que vir de fora pra ser bom, a questão dos nossos políticos não terem um olhar sergipano pras coisas de Sergipe, pra cultura sergipana, você tem essa mesma impressão?<br /><br />É uma questão de identidade. Jackson da Silva Lima, inclusive eu tenho o maior respeito a ele, a história da literatura sergipana tá na cabeça de Jackson da Silva Lima, dentre outros. Em um dos trabalhos de Jackson da Silva Lima, ele escreve lá, e diz o seguinte: "sergipano não é somente aquele que nasceu em Sergipe, mas aquele que vive Sergipe". Por isso, muitos desses políticos e muitos desses que não se reconhecem como sergipanos, é porque não vivem Sergipe. A sergipanidade que foi fundamentada por Silvio Romero e que a trancos e barrancos está sendo carregada por Luís Antônio Barreto.<br /><br />Silvio Romero foi contemporâneo de Nina Rodrigues...<br />Sim! Mas ele não aderiu a Nina Rodrigues, ele foi crítico de Nina Rodrigues em muitas coisas, e que também fez besteiras por ter introduzido o arianismo mesmo que não tenha prosperado, mas não é por isso que vou desrespeitar Silvio Romero e Nina Rodrigues.<br /><br />Claro! Até porque a contribuição de Nina Rodrigues na catalogação dos povos africanos no Brasil foi fantástica.<br />E também desrespeitar Gilberto Freire com “Casa Grande e Senzala” porque ideologicamente os negros do PT são contra.<br /><br />Severo, desde 1976 quando eu lhe conheci, e que também foi o ano que vim morar em Aracaju vindo lá da beira do rio, de Neópolis, e de lá pra cá eu venho, desde então, acompanhando sua luta, e uma coisa sempre me chamou a atenção, que é o fato de você está sempre construindo, é o espírito joão de barro construindo seu patrimônio cultural?<br /><br />(sorrir) Meus ancestrais foram escravizados aqui no Vale do Cotinguiba e a cultura que foi trazida há mais de quinhentos anos, né? porque eu sou uma pessoa que tem mais de quinhentos anos de cultura, né? e que vem de uma família tradicional; mas existe essa coisa de estar fazendo sempre algo. Qual foi o governo? e qual será o governo? com exceção da Bahia, de Recife, de São Luís do Maranhão, que transformaram antigas cadeias públicas em espaço cultural para os negros? de antigos locais de venda de escravos, em lugares pra negro? Em São Luís do Maranhão, o mercado antigo é espaço cultural para a comunidade negra. Em Sergipe, qual o governo? Qual o prefeito que vai se atrever a fazer alguma coisa pra negro? Se o negro tiver correndo na rua fazendo exercício pra baixar o colesterol, é preso, porque negro correndo na rua é ladrão. O governo aqui, não tem a menor capacidade e sensibilidade para fazer cultura porque eles não mantém sequer o patrimônio da cultura do Estado, a cultura oficial. Eles preferem contratar o que vem de fora pagando uma fortuna, ao invés de promover essa construção aqui, tá entendendo? Se a própria Secretaria de Cultura é um lixo, desprezada por todos os governadores que se sucederam. Desde Augusto Franco que a Secretaria de Cultura não é nada, porque eles pensam que cultura é agricultura, se não der dinheiro e voto, não tem valor. Por quê eles não se atrevem a colocar 5% dos recursos do Estado pra cultura? <br />Eu acho que os empresários precisam ter essa visão moderna, que é investir na cultura para conceituar o seu produto.<br />Eles têm. Só que eles só são estimulados pelo governo, pra dar dinheiro pra político fazer campanha eleitoral. <br /><br />ÍDOLOS<br /><br />E Chico Rei?<br /><br />Chico rei, é uma referência do socialismo no Brasil. Esses partidos ditos de esquerda, deveriam se espelhar no trabalho de Chico Rei.<br /><br />E o filme?<br /><br />O filme foi um filme fantástico, e continua sendo. Me levou as paradas nos Estados Unidos onde a revista Variaty me considerou, dentre os negros atuantes no mundo, como o terceiro ator mais importante daquela fase, só que eu não me considero ator, porque como poeta, eu sou intuitivo, eu atuo por emoção, se a cena for pífia, ou eu não faço ou mando cortar, porque quando eu faço, eu boto pra quebrar. Os diretores que eu tenho trabalhado sabem que eu não sou um ator técnico, eu sou um ator de intuição, eu boto minha emoção no personagem. Eu fiz Chico Rei, fiz Candelário e fiz outro que não tô me lembrando que foi aquele que fez o guarda-costas de Getúlio Vargas... esqueci. Em Tereza Batista, eu me inspirei naquele negro que fez o guarda-costas de Getúlio Vargas, em Espelho D'água, me inspirei em Ciro Gomes, estudei as macacaquiações de Bezerra e de João Alves, juntei com as expressões de Seu Antônio, que é o verdadeiro defensor do São Francisco, e mandei brasa.<br /><br />Zumbi?<br /><br />Não tem palavras! O herói das três Américas, o camarada veio da África pra mostrar o estrago que veio fazer aqui. Implantou o socialismo com Chico Rei, Luísa Marrim... e vou dizer uma coisa: Zumbi peitou Gangazumba e mostrou que Palmares não podia parar, e aquele desgraçado de Antônio Soares que vendeu Zumbi por trinta moedas, porque os traidores estão no nosso próprio grupo, porque quem trai são os amigos. Então, Antônio Soares acabou com o sonho de liberdade do negro, que arrombou com Zumbi. A polícia chegou lá e meteu bala em zumbi e depois espetou a cabeça dele, e o resto do corpo espalhou por aí, como era praxe da época. E assim fez também com Tiradentes e com tantos outros.<br /><br />CASA DE CULTURA<br /><br />E antes da gente encerrar, eu gostaria de saber quantos anos você tem?<br />Eu vou fazer sessenta anos precisamente no dia 03 de outubro, que era um grandioso dia que o Brasil tinha, quando se elegia o presidente, hoje não, são acordozinhos.<br />O cidadão severo mora só já faz algum tempo, como é esse mundo aqui dentro? Você se trancou pra transformar a casa de cultura em um lugar onde as pessoas possam vir aqui pra beber o que você tem pra dar? como é esse mundo solitário de Severo?<br />Veja bem, eu sou uma pessoa muito emotiva, uma pessoa muito carente, muito, muito, muito necessitada e essa minha introspecção, essa volta ao casulo, é o retorno ao ventre da minha mãe, porque a gente se sente mais seguro no ventre materno, então, é o casulo, é o retorno ao útero materno e sai mais revigorado. Existe o orixá Obaluaê que vive encapuzado e nem todas as pessoas vêem o rosto do velho, a não ser quando Iansã sopra uma ventania e tira o capuz dele, né? Tem esse arquétipo, mas também tem a frustração.<br /><br />Você é uma pessoa solitária?<br /><br />Não. Eu sou uma pessoa solitária porque sinto necessidade da solidão. A solidão é uma forma de me ver, a solidão é um sinônimo de loucura, quando eu começo a falar com a televisão, é porque Severo não tá bem, aí eu saio, leio um livro...<br />E o que Severo tem a dizer pro mundo? <br />Olha, é complicado. Eu quero dizer ao mundo que Sergipe tem a maior população negra proporcional do Brasil, com um percentual de 87% de negros, e que venha a Sergipe, porque Sergipe é bom demais. É difícil ser negro no Brasil, mas ser negro é bom demais. Sergipe é o núcleo da inteligência Brasileira. Um abraço. <br />________________________________________Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-78944605434213142622009-10-21T20:37:00.002-03:002009-10-21T20:43:27.552-03:00HUMANIZAÇÃO DAS DELEGACIAS - RESPEITO E FIM DAS DISCRIMINAÇÕES E AUTORISMO<a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/St-cjR4NbfI/AAAAAAAAB9A/KsXNyzWU9x0/s1600-h/blaue_rose.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 239px; height: 350px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/St-cjR4NbfI/AAAAAAAAB9A/KsXNyzWU9x0/s400/blaue_rose.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395203008521661938" /></a><br />Humanização das Delegacias<br /><br />A valorização do pessoal alocados nas Delegacias e que compõem seus quadros funcionais e operacionais é o primeiro passo a Valorização e Respeito aos que ali procuram os serviços oferecidos. É extremamente constrangedor o modo como somos tratados por alguns agentes de segurança em Delegacias e, acreditamos que a falta de controle emocional e ou psicológico, somos muitas das vezes tratados como perversidade, onde somos desrespeitados, nossa presença omitidas, selecionados para atendimentos, nossas inteligências insultadas, onde não é permitida a nossa expressão de indignação porque podemos ser presos, vilipendiados, os constrangimentos e as brutalidades são ali, recorrentes com as arrogâncias, desprezos e autoritarismo dos seus agentes que ante suas má vontades inibe a nossa voz e viola nossos direitos, com o péssimo atendimento o que piora a situação a nossa situação pois, mesmo como vítimas somos tratado como culpados, na medida do tratamento maniqueísta o que nos deixa deprimidos, nervosos e com medo de todos, a beira de uma crise nervosa e de surto pela tensão nervosa, causada pelo ambiente gerada por seus agentes. É uma tortura ir a determinadas Delegacias onde todos são autoritários, onde todos são Delegados.<br />Uma Delegacia onde somos colocados á disposição, bem tratados, estimulados a verbalização , informações, relaxamento e orientações, certamente seus agentes podem não ser os melhores, mas nos provocará reações positivas para que possamos expressar nossas dúvidas e expor nossos problemas para soluções sem medo de constrangimento, repreensões, esporros.<br />O que precisa é uma seria ação de valorização e capacitação destes recursos humanos alocados nas Delegacias, ampliação do seu quadro e inclusão de psicólogos e pedagogos para dar respaldo aos usuários e apoio ao Delegado. Seria excelente que as Delegacias fossem indicadas como área de estágios para estudantes de diversas especialidades e que as Relações Interpessoais, fosse um curso constante para esses servidores pois com isso a Diversidade seria respeitada e as violências substituída pela gentileza. Com a palavra o Secretário de Segurança. Delegacia é um órgão público e todo órgão publico deve se espelhar nos privados, pois ali se os empregados tratam mau os cliente, certamente estarão desempregados.<br />Aplausos para os agentes que ajudam e respeitam os que recorrem aos serviços prestados em suas Delegacias. Eles fazem as diferencias e não se aproveitam de suas funções para descarregar suas frustrações nas pessoas que procuram os órgãos de segurança. Estes sim, são autoridades e não “pequenas artoridades” que discriminam as pessoas conforme suas aparências, condições e ou companhias.<br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-35003678928020693942009-09-27T17:59:00.002-03:002009-09-27T18:12:55.527-03:00APARTHEID CULTURAL DE SERGIPESergipe é um Estado que busca o brilho das luzes artificiais dos focos direcionados. A cultura é um instrumento politico e partidário do governador, o Estado não tem projeto cultural, o governador tem uma agencia que promove as ações culturais com mega evento e disponibiliza por estes atos, verbas que não libera a cultura em tres gestões e, essas manifestações reluzentes com direito a divulgações em mídias nacionais, não conta com o artista e arte da terra. São nomes de peso nacional, pagos em peso de ouro.<br />Uma cultura do apartheid que separa através da discriminação oficial, os artistas e a arte e cultura local, por relampagos nacionais, ligados ao partido do trabalhador. É tambem a partidarização da industria cultural do governo petista e aqui os artistas e agentes culturais não tem vergonha e continuam girando em torno da " jornalista mercena, pseudo secretária de cultura do estado a serviço do governador e do pt."<br />É um Estado paralelo que o oficial não conhece o marginal, um Estado escrisofrenico e maniqueista, de um governador consumista, pois não se produz nada no governo petista de Sergipe é o governo prol sal.<strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-81696284589267780822009-09-19T22:41:00.001-03:002009-09-19T22:43:58.462-03:00PARTIDARIZAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO SERGIPANOCENARAB é Governo. PARTIDARIZAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO.<br /><br />Convidado para uma reunião, pela CENARAB, aqui representado por Angelica Oliveira, mesmo sem condições de segurança, tomei um taxi e fui atender o convite e, após a abertura e colocação do problema, ( O pronunciamento de um delegado do município de Tobias Barreto a cerca do crime de pedofilia ali praticado por um suposto Pai de Santo, onde o delegado afirmou que o crime foi executado por motivação de Magia Negra e entre outros pronunciamento atingiu o povo de candomblé como agentes do mal. Seu pronunciamento causou constrangimento na comunidade religiosa e tipificou a Intolerância Institucional), usei da palavra, critiquei a ausência do Estado e do Governo, fiz uma abordagem da questão e da condição a que os negros estão submetidos antes o sistema Institucional do Racismo. Concluir sugerindo que fosse formulada uma representação a ouvidoria contra o delegado.<br />Tempo depois recebemos outro convite para o mesmo local: Auditório Lourival Batista, fomos nas mesmas condições e na pauta era colocada entre outras questões a presença da representação do secretario de segurança e a realização de um seminário. Após a abertura e, liberada a palavra, solicitei o uso da palavra e, para minha surpresa, a presidente chamou minha atenção para moderar as palavras e ver se oferecia contribuição positiva para o manifesto. Estranhei mas não fiquei intimidado apesar da surpresa. Falei a respeito da representação do secretário e suas limitações para determinar os ajustes que fossem tirados da reunião, fiz criticas ao governo, abordagens da repressão do Estado contra a religião africana, a repressão policial e a Intolerância Institucional vivente no Estado privilegiando os evangélicos e católicos. Concluir denunciando a ausência da secretaria de cultura e o Decreto Presidencial aprovado beneficiando a Igreja Católica e nos reconduzindo ao séc. 17 e a um Estado Teocrático. A representação do secretário de segurança se pronunciou e daí pude perceber que a SENARABE estava governo e o ato era tão somente para brindar o governo. Não era uma ação do movimento social mas do governador. O seminário é um instrumento do governo, promovido , coordenado e financiado pelo governo. Levantei, apresentei cumprimentos gestuais a todos e retirei do recinto. Não participarei do evento. Antes a presidente e a CENARABE era persona non gractia do governador, agora, estão juntos e, como luto contra a partidarização e uso político do Movimento Negro, afasto para não causar constrangimentos nos agentes e nas ações equivocadas. Infelizmente o signo de luta em Sergipe, não há mais, só existe a luta por privilégios pessoais.<br />As lideranças, militantes e Ativistas precisam ler, ouvir e aprender para poder participar.<br /><br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-34695502619381643692009-09-19T22:39:00.001-03:002009-09-19T22:41:07.055-03:00DISRIMINAÇÃO NA IMPRENSA SERGIPANAMais uma vez, tivemos negado espaço no jornal da cidade, para denunciar os arrombamentos e vandalismos praticados por traficantes , ladrões e viciados<br />Na nossa Entidade. A Casa de Cultura Afro Sergipana e seu Coordenador Severo D’Acelino vem sistematicamente sofrendo discriminação da imprensa e mídia sergipana.<br />A expressão de liberdade e o direito a expressão não se aplica a nossa Entidade e seu Coordenador, principalmente nos órgãos do domínio dos Francos. Infelizmente o governo compactua com isso a ponto de financiar essas empresas e excluir também, a Entidade dos seus domínios. A rede pública de comunicação: TV e Rádio da Fundação Aperipê<br />Buscamos a imprensa, para denunciar a nossa situação e condição de refém dos Olheiros e Ladrões e a quadrilha que se reúne todos os dias com a liderança de um menor de nome Felipe, morador da vizinhança, um dos Olheiros mais perigoso que junto a Flavio, Bagre e Jorginho, articulam os crimes, roubos e delitos . <br />Denunciar a tentativa de roubo a mão armada de Bagre, contra a acompanhante de minhas irmãs e mesmo em fugas, tem estado constantemente na área.<br />Isso é Sergipe dos Racistas e do PT.<br /><br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-22199735829637562642009-09-18T20:26:00.001-03:002009-09-18T20:29:20.563-03:00SERGIPE RACISTA - UM ESTADO DO APARTHEIDSERGIPE UM ESTADO DE APARTHEID<br />A situação do negro em Sergipe se cristaliza na expressão do século 17.<br />Educação sem nenhum parâmetro racial (etnocêntrica) só os valores<br />Cultura sem referencia ou representação no governo.<br />Saúde sem referencia a nosologia da população. Não há projeto a prevenção das patologias .<br />Segurança, neste item o negro é criminalizado.<br />Direitos Humanos – O negro é diuturnamente discriminalizado<br />-na Escolas – Postos médicos – Delegacias – em todos os órgãos do governo é o Racismo Institucional. Direitos e garantias Constitucionais não há, principalmente a chamada Liberdade de Expressão.<br />O movimento Social é partidarizado e controlado pelo governo.<br />A intolerância é cultural e conta com o apoio do governo e estado, o item religião é o ponto de referencia da Intolerância Institucional, com destaques para as igrejas pentecostais e católicas. Sergipe é de fato, um estado racista e teocrático, a religião católica é referencia em todas as manifestações da vida do sergipano e um curral eleitoral do governo.<br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-84597875327206813102009-09-18T12:42:00.000-03:002009-09-18T12:43:53.618-03:0018 de OUTUBRO - RESISTÊNCIA NEGRA SEVERIANA18 DE OUTUBRO 1968<br />41 aniversário da<br />RESISTENCIA NEGRA SEVERIANA<br />HÁ 41 ANOS- Era fundado o Movimento Negro Contemporâneo de Sergipe, com o signo da mística do Teatro e da Tradição Popular, assinalando o Canto do Povo Populorum Cantun . O Mundo festejava a mudança de Opiniões a Atitudes com diversas ações contestadoras em todos os Continentes.Era a era de sorrir lutando contra as desigualdades por uma ação direta de liberação, a luta por Direitos contra os privilégios.<br />Luta essa que continua a despeito das ações inovadoras e revolucionárias. O Brasil cristalizava opressões numa ditadura equivocada, repressora e reducionista num centralismo perverso onde as liberdades foram ofuscadas pela violência do poder ditatorial.<br />No dizer de Mário Maestri in Brasil, 1968 – Assalto ao Céu, a descida ao inferno, salientando O Poder Negro(http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=957)<br />A situação internacional era tensa e dinâmica. Após o fiasco dos regimes árabes conservadores, com destaque para o Egito, a Síria e a Jordânia, na Guerra dos Seis Dias, contra Israel, de inícios de junho 1967, a guerrilha palestina assumia a luta anti-sionista em lugar das direções conservadoras desmoralizadas. Com a crise econômica chegando aos USA, em boa parte devido aos gastos de guerra, que antes haviam apenas garantido lucros ao grande capital, o movimento pacifista estadunidense questionava duramente a intervenção no Vietnã e os valores do american way of life. O imperialismo yankee era golpeado no próprio ventre. Malcolm X fora assassinado em fevereiro de 1965, em Nova York, mas o black power fortalecia-se e os bairros negros ardiam sob o fogo do ódio da população humilhada. Os hispano-estadunidenses e as próprias populações ameríndias levantavam também a cabeça. No Vietnã, em 30 de janeiro 1968, morreriam os sonhos de vitória militar, com a ofensiva do Ano Ted, durante a qual os vietcongs atacaram mais de trinta cidades sul-vietnamitas e a própria embaixada USA, em Saigon. Entretanto, a classe operária estadunidense mantinha-se imóvel sob a hegemonia do grande capital. <br />Com o advento da Nova República as ações em torno da Ancestralidade e das Questões e condições do Negro Sergipano, explicitou as manifestações em torno da luta racial num intenso combate ao Racismo e a busca de visibilidade do Coletivo Negro Sergipano, com ações inovadoras.<br />O Governo das Mudanças, representado pelo PT através da sagração de Luiz Ignácio Lula da Silva a presidência da Republica, desestruturou o signo de luta e cristalizou-se os privilégios em torno do Partido dos trabalhadores através das perseguições as Entidades não alinhadas, trazendo os manifestos da Ditadura Militar e, a militância em torno das questões coletivas foram desviadas para as individuais privilegiando os amigos e lideranças do partido. A transformação do Movimento Negro desestruturou o Coletivo e engessou as ações, criando um universo distante ao combate transformando lideranças em personalidades opressoras da Comunidade Negra em defesa do governo.<br />Sergipe que detinha um segmento de Entidades Negras forte e combativa, de repente se transformou em canteiro de mendicantes e de milicianos partidários, predadores da comunidade, o Coletivo Negro ficou a deriva sem representação, pois os antigos militantes e lideranças se aliaram ao governo, deixando o Estado sem ações em torno da resistência negra, atendendo a política do partido e do governador, passou de um movimento de mudanças, para movimento partidário.<br />A Intolerância e o Racismo Institucional cristalizaram pela ausência de Políticas Públicas, governo e Estado, as perseguições se tornaram mais forte que o regime militar, diversas lideranças tiveram cabeças decepadas, alijadas das ações, vilipendiadas e Entidades destruídas e enfraquecidas. Negro contra negros em defesa do governo e do partido com prejuízos para a comunidade, sem Cultura, Educação, Saúde, Segurança, Emprego, criminalizada, discriminada e vilipendiada.<br />Hoje a trajetória do Fundador do Movimento Negro Contemporâneo de Sergipe é omitida e silenciada pelos próprios negros militantes da milícia partidária. Sem respeito a sua história, sem direitos a expressão e constantemente vilipendiado, assinala os 41 anos de atividades ininterruptas e de luta contra toda forma de discriminação, hoje discriminado e mesmo assim, assinala sempre que pode, o racismo institucional do Estado e do governo, a descaracterização e etnocentrismo da educação, saúde, a violência da segurança e que Sergipe ainda é o Estado mais Racista da Federação.<br />Sem espaço nas mídia , rádios, jornais e TVs – busca na internet o instrumento de expressar o pensamento do negro revoltado, mesmo tendo paginas de relacionamentos fechadas por ter publicado denuncias raciais contra o governo e contra o PT. Neste sentido a mídia protege ladrões, traficantes e viciados, mas não abre espaço para Severo D’Acelino, para não perderem os privilégios que o governador oferece aos jornais, rádios e televisões, alem dos CCs aos jornalistas.<br />Hoje o governador tem o controle total do negro. Estamos vivendo o séc 17 em pleno séc 21, quem manda é o governador. Dizer quer os poderes são autônomos é querer demais, só no papel, no mais quem manda e desmanda é o governador deste estado teocrático e racista.<br />A nossa História é até hoje omitida e vilipendiada, a nossa Cultura, folclorizada e reduzida pelo governo através de suas ações na secretaria de educação , na de cultura e conselho estadual de cultura. Só as ações dos brancos são levadas em conta pelo governador, cultura negra é coisa de preto, de policia e tem de ser aturada como folclore.<br />Negros no staff do governador são brancos, em pensamento, atitudes e comportamentos. Nunca o governador estimulou ou atendeu manifestos de negros. O “Projeto Cultural de Educação” João Mulungu vai ás Escolas” um projeto afirmativo e vitorioso que era desenvolvido por uma Entidade Negra, no âmbito da Educação e que foi suspenso antes denuncia que o Projeto estava fazendo política para o DEDA, a Entidade Casa de Cultura Afro Sergipana e seu Coordenador José Severo dos Santos, após a vitoria do DEDA, foi excluída das ações do Estado e do projeto do governador, considerada inapta pela secretaria de educação de DEDA, sob o comando da racista do DED e do Secretário Branco que se dizia negro e respeitava Severo quando era reitor da universidade, a racista do DED, Ladeira,professora de historia da universidade desde lá ,já praticava racismo contra Severo.<br />A nossa cultura considerada baixa e inferior pelo governador e seus seguidores, carece de referencial e a sua produção inexiste, principalmente a literatura. Exemplifica que o Marco de Resistência Negra do Sertão Sergipano, a nossa Constituição consagrou a Lampião. Pois a Área Remanescente de Antigos Quilombos, marco do Patrimônio Afro Sergipano é consagrada a Lampião e o negro ficou de mãos abanando. A mesma coisa se aplica a nossa literatura, pois os negros intelectuais aqui são brancos, daí a literatura não existe.<br />Considerando a situação encaminhamos solicitação ao governador de um apoio cultural para edição de dois títulos da nossa lavra sobre a literatura Afro Sergipana. VISÕES DO OLHAR EM TRANSE e QUELÓIDE, poemas transculturais do negro sergipano. O processo encaminhado a secretaria de cultura e vetado pelo seu secretário que se mostrou invadido e disse como resposta que” quem manda na secretaria sou eu. Eu sou o secretário, portanto o pedido deveria ter sido dirigido a mim e não ao governador”. Moral da história, os títulos não foram editados e na época era eu, conselheiro estadual de cultura.<br />Por isso: Sergipe é um Estado tão racista que o negro tem vergonha de ser negro, sobretudo os intelectuais que pensam branco e só produzem textos universais, fugindo do regionalismo, do racial das tradições, usos e costumes do negro. Não retratam as condições e as questões negras, fugindo do reverencial inferior, para situar no grupo dominador negando a Sergipe o manifesto e pujança de sua cultura matriz.<br />A literatura sergipana é uma literatura branca, eurocêntrica feita por negros estereotipados, sem referencia ou identidade natural. Aqui não há uma literatura negra de eventos, episódios, pensamento, cores e culturas, só se assinala o potencial branco, dominador, etnocêntrica onde o negro quando aparece é cristalizado como coisa, e essa coisificação do negro, exemplifica a filosofia racista e reducionistas dos negros das casas grandes, que almejam a continuidade histórico e cultural do domínio dos senhorial.<br />O Estado e o governo se omitem , para não investir ou reconhecer a realidade cultural do segmento que eles baniram e que sistematicamente estão cooptando nomes destacados, como personalidades brancas, estes branqueamentos se tornaram tradicional, quando o negro se destaca, automaticamente vira branco, reconhecido pelo Estado e pelos governos, os demais ficam alijados até que o ato se consagre. É o DNA do Poder. O estado e o governo não investem em negros, para eles o negro não tem potencialidade , pensamento ou criatividades só impulsos e criminalidade, cuja cultura é baixa e inferior, tem que ser tratado com rédeas curtas. Com a palavra o governador do PT, o descendente de vaqueiro( talvés ele desconheça que vaqueiro é referencia de negro, pois uma das primeiras ocupação do negro escravisado em Sergipe do Rey, foi de vaqueiro) o Arianista Marcelo Chagas Deda.<br />VISÕES DO OLHAR EM TRANSE e QUELÓIDE – Poemas tranculturais do negro sergipano, marcos de minha produção literária, indicativo da literatura afro sergipana, anteriormente autorizada a edição pelo governo, mas desautorizada pelo seu secretário de cultura num equivoco histórico, busco agora numa campanha junto a Vereadores da Capital, Deputados Estaduais , Federais e Senadores condições para a edição dos títulos, importantes para o coletivo negro sergipano e o próprio estado que oportuniza a leitura de conteúdo étnico distinto. Na área de educação, tive meu trabalho roubado pelo diretor da SEPIR, trata-se do Livro de Testes, com mais de 600 páginas . A SEPIR disse que publicaria para repassar as escolas de Sergipe, e eu fiquei no prejuízo Carlos Trindade é o responsável por esta tragédia, felizmente meu editor tem a memória. Agora não entrego mais o material sem antes distribuir para evitar esses equívocos . Dirigimos as autoridades nestes termos:<br />“Cumprimentando Vossa Excelência, vimos postular vosso apoio pessoal, a edição de nossa produção, depositada na SEGRASE a espera de uma ação afirmativa para a impressão.Trata-se de memorial da Literatura Afro Sergipana, representada pelos títulos “QUELOIDE” e “VISÕES DO OLHAR EM TRANSE”<br />Sabemos não ter credenciais,mérito ou credibilidade para postular tal empresa ,junto Vossa Excelência esse tipo de propositura, mas a importância do manifesto nos anima a pedir Apoio Cultural para a Edições dos títulos.<br />Nosso manifesto se justifica por causas justas, de eventos que fugiram ao nosso alcance e nos deixaram com sérias dificuldades para gerenciar as conseqüências. Fomos vítimas de diversos eventos, que nos impossibilitaram a realização da produção e nos deixaram extremamente endividados, (nossa sede foi invadida e perdemos tudo, estamos envidando esforços para recuperar o prédio e retornar as ações) há muito desejada e esperada pela comunidade sergipana, uma contribuição ímpar a literatura sergipana em seu signo e conteúdo de inspiração afro, trazendo o pensamento e diversidade do negro em toda a sua expressão política e tradicional.<br />As cobranças são constantes, principalmente dos grupos ligados as personalidades que contribuíram com suas análises, enriquecendo o conteúdo contextual, dentre elas, Bispos, juristas, psicólogos, historiadores, jornalistas que contribuíram com seus estudos a expressão da obra.<br />A vossa contribuição, deverá ser encaminhada diretamente a SEGRASE ( Serviços gráficos de Sergipe), em favor das Edições MemoriAfro, e,(estaremos reservando a contra capa, para o Memorial de Apoio Cultural, onde gravaremos para a comunidade a vossa participação na produção da obra.) Não se preocupe a quantidade,contribua de acordo a disposição, esperamos tão somente vossa contribuição para que possamos em tempo, repassar as comunidades as nossas produções literária.<br />A literatura sergipana é tradicionalmente expressiva e festejada, no entanto, carece da temática negra da produção e presença do negro, como autor e personagem contando e vivendo seus episódios sociais, culturais, políticos , religiosos e tradicionais, expressando sua linguagem e psicologia. Essa literatura é agora, tardiamente, inaugurada pelas edições MemoriAfro que vem sofrendo problemas de continuidades.<br />A Casa de Cultura Afro Sergipana, fundada em1968, expressa seu manifesto em favor da Literatura Afro Sergipana e das Edições MemoriAfro.<br />Os títulos , após a edição, serão repassados a comunidade a cinco reais, em favor da Área de Vivencia Social (http://severod.blogspot.com/) , oportunizando a difusão em todo Estado.<br />Certo de vossa expressão a cultura sergipana. <br /> Respeitosamente,<br /> José Severo dos Santos<br />Coordenador Geral<br /> CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA ANO DO QUADRAGÉSSIMO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO <br />OUTUBRO 1968. OUTUBRO 2009”<br />Por entender que: se cada um contribuísse com o mínimo de 200 reais, teríamos a publicação da edição comemorativa e, a trilogia.... estaria composta com o Panáfrica Africa Iya N’La, patrocinada pelo Deputado Jorge Araujo no governo de Albano, quando Secretário da Casa Civil. Mas como se diz lá na Roça: “ Kosi ewe Kosi Orixa”. Pedi não arranca pedaços e não tira a dignidade de ninguém<br />EU Severo D’Acelino, Militante e Fundador do Movimento Negro em Sergipe, Bahia e Alagoas, Ativista dos Direitos Civis,com um vasto currículo e serviços prestado ao Estado e ao País conhecido, condecorado,respeitado nacional e internacionalmente, desrespeitado, vilipendiado e segregado em minha própria terra, numa perversa inversão de valores, posso dizer sem nenhuma restrição: Tenho Orgulho de ser Negro Brasileiro e, Vergonha de ser Sergipano.<br /><strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-9200963285916512452009-09-17T01:27:00.001-03:002009-09-17T01:39:57.318-03:00FATOS & FOTOS<a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG9i32nXjI/AAAAAAAAB3o/iiC3pAtbuH8/s1600-h/PICT0519.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG9i32nXjI/AAAAAAAAB3o/iiC3pAtbuH8/s400/PICT0519.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382291436490677810" /></a><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG9iu9TPKI/AAAAAAAAB3g/RJT4_bNbwEY/s1600-h/PICT0522.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG9iu9TPKI/AAAAAAAAB3g/RJT4_bNbwEY/s400/PICT0522.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382291434102799522" /></a><br />A Policia não faz o policiamento na área<br />e esta se torna o reduto do crime, onde as casas de Ceça e Dita<br />são os refugios dos marginais. <br /><br />Felipe e Flávio, são os olheiros, para Jorginho, Bagre roubarem com eles.<br />Jorginho mais Flávio e Buiú roubam e eles dão coberturaSevero D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-56698871332669565072009-09-17T01:17:00.001-03:002009-09-17T01:25:08.187-03:00ESTRATÉGIA DO CRIME<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG6C3MEIpI/AAAAAAAAB3Y/MZZpyuJnsmQ/s1600-h/PICT0519.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG6C3MEIpI/AAAAAAAAB3Y/MZZpyuJnsmQ/s400/PICT0519.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382287588021510802" /></a><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG6Ci9ftoI/AAAAAAAAB3Q/VOWTfzG99Ts/s1600-h/PICT0156.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG6Ci9ftoI/AAAAAAAAB3Q/VOWTfzG99Ts/s400/PICT0156.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382287582591694466" /></a><br />Aqui no Santos Dumont(Prainha), se rouba por encomenda.<br />O vizinho encomenda aos ladrões, o que querem que roubem<br />da casa do outro. O pagamento é a vista.<br />Foi assim que os portões, grades, basculhantes e caixa dágua<br />de nossa Entidade foi roubada. Encomenda de traficantes e vizinhos desonestos,<br />atravessadores. Ninguem merece essa vinzinhança, que vê os ladrões invadir<br />as casas e não dizem nada, e, ainda ajudam.<br />Aqui só não invadem as casas dos traficantes, suas familias e membros da quadrilha.As drogas são vendidas ora numa casa ora em outra, geralmente há criança envolvida, para dar o ar de familia honesta e assim a rotatividade continua a serviço do traficante chefe.<br />O movimento de Motos, Carros, Biclicletas, na Jane Bomfim aumenta assustadoramente apartir das 20 horas e só diminue ás 6h. É um movimento sistermático e não tem quem durma com a zuada. Vai para a Travessa Jane Bomfim. Se o Detran fiscalizasse ou cobrasse pedágio, aumentaria a folha de pagamento. Por que esse movimento se nenhum morador tem Motos ? Porque tanto Taxi por essas bandas? <br /> <strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-89111282595062778242009-09-17T00:45:00.003-03:002009-09-17T01:14:42.152-03:00PRESSÃO & VILIPENDIO<a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3ovlai4I/AAAAAAAAB3I/HvHnXQp1Amw/s1600-h/PICT0266.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3ovlai4I/AAAAAAAAB3I/HvHnXQp1Amw/s400/PICT0266.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382284940280499074" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3oJHgxFI/AAAAAAAAB3A/OW0ufRAGgEk/s1600-h/PICT0292.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3oJHgxFI/AAAAAAAAB3A/OW0ufRAGgEk/s400/PICT0292.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382284929954530386" /></a><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3nj7gTOI/AAAAAAAAB24/7rD2J8-7fZg/s1600-h/PICT0268.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrG3nj7gTOI/AAAAAAAAB24/7rD2J8-7fZg/s400/PICT0268.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382284919972056290" /></a><br />A empresa são matheus, pega pesado<br />seus carros pesados de mais de 20 metros<br />num beco de pouco mais de três metros.<br />A estrutura do nosso prédio está abalado<br />com diversas trincas.<br />Dizem eles que tem convênio com a prefeitura.<br />E o nosso prejuizo, quem paga.?Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-64484934325798908022009-09-17T00:40:00.001-03:002009-09-17T00:45:48.057-03:00RACISMO EM DOSE DUPLA<a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGw3Xjks9I/AAAAAAAAB2w/E7d2Me1UY6U/s1600-h/bbbn.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGw3Xjks9I/AAAAAAAAB2w/E7d2Me1UY6U/s400/bbbn.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382277494946968530" /></a><br />Para atender a emergencia da séde do Santos Dumant<br />a Casa de Cultura, parou e suspendeu todas as suas <br />atividades, prejudicando o lançamento de Mariow, as<br />edições de Visões e Queleoid - as palestras e os pagamentos<br />das obrigações, concentrando todos os recursos pessoais do<br />Coordenador Geral, na recuperação do prédio e ainda não atingiu<br />10% do serviço.<br />Se a entidade merecesse as atenções do Estado, o assunto ja teria<br />sido cooncluyido, mas, até a prestação de serviços ao Estado, foi<br />excluida pelo governador.<br />Mas a dor passa, como tudo passa e a Banda vai passarSevero D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-10991330716739452342009-09-17T00:38:00.002-03:002009-09-17T00:40:49.655-03:00PARTIDARIZAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO<a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGvuIns70I/AAAAAAAAB2o/cURGP0QGhoU/s1600-h/2KOU5GCAHYBBNRCA87GXGCCA2WX0A3CAVQSFJHCARKRXDSCAHVNHERCAHWNAN7CAAOYZFDCAEKC0ZECAQ864FWCA975ZUPCALLINA1CATMFGYQCAE0AQA6CA8885TICAEC75JFCAHXXYIS.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 93px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGvuIns70I/AAAAAAAAB2o/cURGP0QGhoU/s400/2KOU5GCAHYBBNRCA87GXGCCA2WX0A3CAVQSFJHCARKRXDSCAHVNHERCAHWNAN7CAAOYZFDCAEKC0ZECAQ864FWCA975ZUPCALLINA1CATMFGYQCAE0AQA6CA8885TICAEC75JFCAHXXYIS.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382276236807302978" /></a><br />O Movimento Negro Sergipano está a deriva.<br />Partidarizado, a comunidade cristaliza sua identidade<br />e esquerce a luta por seus Direitos Constitucionais<br />conduzida e estimulada a passividade da Politica<br />Assistencialista do Governador Marcelo Deda e seu MandarinatoSevero D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-46521523777341448422009-09-17T00:33:00.002-03:002009-09-17T00:37:44.279-03:00DENUNCIA<a href="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGu1yEM9HI/AAAAAAAAB2g/KExg1o_Rn6k/s1600-h/PICT0016.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGu1yEM9HI/AAAAAAAAB2g/KExg1o_Rn6k/s400/PICT0016.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382275268680152178" /></a><br />Séde do Santos Dumont - Área de Vivencia Social, invadida e depredada<br />pelos traficantes, ladrões e viciados, sob a passividade dos vizinhos que,<br />se utilizaram dos serviços dos marginais, para promover as ações.<br />Encomendavam o que queriam comprar. E eles roubavam para lhes vender.<br />é assim que os ropubos e as invasões se proliiveram na comunidade, os <br />marginais roubam para atender os pedidos dos vizinhos e manter seus vicios.<br />Roubam por encomenda<strong></strong>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3007339021162076259.post-20972720019714157122009-09-17T00:20:00.001-03:002009-09-17T00:27:26.697-03:00GOVERNADOR JOÃO ALVES FILHO<a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsiGPhU2I/AAAAAAAAB2Y/2MOLCkVQvfs/s1600-h/FGTY.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 83px; height: 116px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsiGPhU2I/AAAAAAAAB2Y/2MOLCkVQvfs/s400/FGTY.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382272731475694434" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsh--J86I/AAAAAAAAB2Q/ZijXNRB7s9g/s1600-h/FFFFF.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 124px; height: 88px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsh--J86I/AAAAAAAAB2Q/ZijXNRB7s9g/s400/FFFFF.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382272729523811234" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGshXTXeKI/AAAAAAAAB2I/1xMKFU6032Y/s1600-h/95PDYCCA3DFGXRCAO863CRCA473M62CANY9LO5CAESII3HCAL40X1ACAF3LOIBCAV01ZBLCA226NPCCAL642LMCAC2MUNJCALG503HCAAEJDVOCA80E435CA1W1MXWCAWUFCY0CAWAGWAY.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 131px; height: 97px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGshXTXeKI/AAAAAAAAB2I/1xMKFU6032Y/s400/95PDYCCA3DFGXRCAO863CRCA473M62CANY9LO5CAESII3HCAL40X1ACAF3LOIBCAV01ZBLCA226NPCCAL642LMCAC2MUNJCALG503HCAAEJDVOCA80E435CA1W1MXWCAWUFCY0CAWAGWAY.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382272718875359394" /></a><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGshONwZSI/AAAAAAAAB2A/3bt4vaCRGS8/s1600-h/F17I4ICA8UF8CRCA7X3YMGCAWV8R8WCA80ULRRCA8DA7TRCA5JVI08CAW1RYP6CA9G02GXCA287GX2CA64X4AXCADPQGYWCAAUXCAGCA4WG3MFCA3RYDPCCACAYNJMCA0NC7U4CA3YNEUN.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 130px; height: 98px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGshONwZSI/AAAAAAAAB2A/3bt4vaCRGS8/s400/F17I4ICA8UF8CRCA7X3YMGCAWV8R8WCA80ULRRCA8DA7TRCA5JVI08CAW1RYP6CA9G02GXCA287GX2CA64X4AXCADPQGYWCAAUXCAGCA4WG3MFCA3RYDPCCACAYNJMCA0NC7U4CA3YNEUN.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382272716435907874" /></a><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsg1xeNSI/AAAAAAAAB14/JRHFAsF0O-U/s1600-h/imagesBHYUI.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 103px; height: 104px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_SD5Mc5cFGus/SrGsg1xeNSI/AAAAAAAAB14/JRHFAsF0O-U/s400/imagesBHYUI.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382272709874824482" /></a>Severo D'Acelinohttp://www.blogger.com/profile/05359687031518340769noreply@blogger.com0