segunda-feira, 21 de julho de 2008

VIDA DE QUINTINO DE LACERDA


VIDA DE QUINTINO DE LACERDA


Chefe do Quilombo do Jabaquara e primeiro líder político negro de Santos. Nascido em 08 de junho de 1839, Quintino de Lacerda, foi o mais atuante agitador da abolição no litoral Paulista, garantindo abrigo a escravos fugitivos de toda a região do planalto, que aqui buscavam defesa.

O Quilombo do Jabaquara, na descrição de Silva Jardim, era verdadeiramente inexpugnável, defendido pelas encosta do morro do Jabaquara e com um único caminho de acesso permanentemente guardados pôr sentinelas de Quintino.

Em 1850 haviam 3.189 escravos em Santos, para uma população livre de 3.956 habitantes.

Não deixa de ser surpreendente que quinze anos depois já existia uma forte resistência organizada e que três meses antes da abolição do instituto da escravidão no Brasil, em Santos já não houvesse escravos. Tanto que dia 13 de maio de 1888 seguiram-se oito dias de festa populares, comícios, passeatas músicas e dança nas ruas.

Quintino de Lacerda foi o centro das atenções e chegou a receber, em solenidade pública, um relógio de ouro, como uma homenagem popular a seu mais querido líder abolicionista.

Com a abolição, o irrequieto Quintino lança-se à luta política, incorporando, pela primeira vez, os negros ao processo político na cidade. Organiza e comanda um batalhão na defesa contra uma possível invasão de tropas rebeldes interessadas em depor o Marechal Floriano Peixoto. Recebe, em reconhecimento, o título de Major Honorário da Guarda Nacional, em 1893.

Sua eleição para a Câmara municipal, em 1895, porém, faz eclodir uma grande crise política fomentada pelos setores racista. Ela começa com a negação de sua posse como vereador.

A batalha judicial que se segue, chega aos tribunais paulistanos, e termina com a vitória de Quintino. Prevendo o desfecho em favor do líder negro, o presidente da Câmara, Manoel Maria Tourinho, renunciou ao mandato, seguido pelo vereador Alberto Veiga. O novo presidente José André do Sacramento Macuco, foi obrigado a empossar Quintino, mas renunciou também ao mandato, em seguida, declarando-se "enojado com o que via", segundo Francisco Martins dos Santos("Histórias de Santos").

Registra o mesmo Historiador que apenas um dos inimigos de Quintino permaneceu na Câmara, embora passasse a não mais comparecer às sessões, Olímpio Lima, diretor do jornal "A Tribuna do Povo".

As atividades da Câmara foram suspensas até 1º de junho, quando voltou a funcionar, sob a presidência interina do próprio Quintino.

No dia 9, os cargos vagos são preenchidos e, a 16, com base na Lei Eleitoral e devido às ausências em plenário, Quintino propõe e obtém, pôr unanimidade, a cassação de Olímpio Lima. O Jornalista, inconformado, voltou à Câmara a 12 de julho, tão logo foi empossado o novo presidente Antônio Vieira de Figueiredo, mas foi solicitado a retirar-se, já que seu mandato fora cassado. Lima iniciou uma série violenta de ataques contra Quintino em seu jornal, e à própria Câmara, num processo que culminaria, pôr fim, com a revogação da Constituição Municipal autônoma, que fora em 15 de novembro de 1894 e durou menos de um ano.

Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado pôr um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.



FONTE DO TEXTO

Publicação no Diário Oficial do Município de Santos em 09 de julho de 1989.

Trabalho Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História

Autora Márcia Campelo de Souza, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos da Universidade Católica de Santos 68 páginas, data 30/11/1987.

Historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade .

QUINTINO DE LACERDA O HOMEM PUBLICO


QUINTINO DE LACERDA O HOMEM PÚBLICO

Logo após a proclamação da Republica, o Marechal Deodoro renuncia e assume a Presidência o Vice Marechal Floriano Peixoto.

Como este não convocou eleições para escolher um novo presidente da Republica, ocorreram várias revoltas contra Floriano Peixoto.

Quintino de Lacerda, como a maioria dos Santistas, deu seu apoio ao vice-presidente em exercício. Durante uma revolta da Marinha, Santos foi bombardeada e entre os batalhões formados pelo povo, um era liderado pôr Quintino de Lacerda.

Como recompensa, recebeu do Governo Federal o título de Major da Guarda nacional.

em 1895, Quintino de Lacerda foi eleito vereador, exercendo seu mandato, sem faltar à nenhuma sessão, sendo nomeado intendente de obras públicas.

morreu em 1898, sendo enterrado no cemitério do Paquetá, onde mais de 800 pessoas prestaram homenagem a este estimado personagem.

Raça Reação e Ação

Autor: Luiz Edson da Luz (João de Belo)

Vamos raça
Mostremos união
ou será que ainda
não aprendemos a lição


Nos espelhamos em Quintino
que sozinho teve força, brio e tino
um Baluarte da Abolição

Aguerrido, politizado
Líder, nato, destacado
jamais titubeou

Não ficou indiferente
agregou a sua gente
sua lida eternizou


Vamos raça
mostremos união
no final celebraremos
a luta jamais será em vão

QUINTINO DE LACERDA - HEROI NEGRO DE ITABAIANA



QUINTINO DE LACERDA - HEROI NEGRO DE ITABAIANA


Quintino de Lacerda - Itabaianense Heroi Negro
Chefe do Quilombo do Jabaquara e primeiro líder político negro de Santos. Nascido em 08 de junho de 1839, Quintino de Lacerda, foi o mais atuante agitador da abolição no litoral Paulista, garantindo abrigo a escravos fugitivos de toda a região do planalto, que aqui buscavam defesa.

O Quilombo do Jabaquara, na descrição de Silva Jardim, era verdadeiramente inexpugnável, defendido pelas encosta do morro do Jabaquara e com um único caminho de acesso permanentemente guardados pôr sentinelas de Quintino.

Em 1850 haviam 3.189 escravos em Santos, para uma população livre de 3.956 habitantes.

Não deixa de ser surpreendente que quinze anos depois já existia uma forte resistência organizada e que três meses antes da abolição do instituto da escravidão no Brasil, em Santos já não houvesse escravos. Tanto que dia 13 de maio de 1888 seguiram-se oito dias de festa populares, comícios, passeatas músicas e dança nas ruas.

Quintino de Lacerda, foi o centro das atenções e chegou a receber, em solenidade pública, um relógio de ouro, como um homenagem popular a seu mais querido líder abolicionista.

Com a abolição, o irrequieto Quintino lança-se à luta política, incorporando, pela primeira vez, os negros ao processo político na cidade. Organiza e comanda um batalhão na defesa contra uma possível invasão de tropas rebeldes interessadas em depor o Marechal Floriano Peixoto. Recebe, em reconhecimento, o título de Major Honorário da Guarda Nacional, em 1893.

Sua eleição para a Câmara municipal, em 1895, porém, faz eclodir uma grande crise política fomentada pêlos setores racista. Ela começa com a negação de sua posse como vereador.

QUINTINO DE LACERDA O PRIMEIRO VEREADOR NEGRO DO BRASIL


QUINTINO DE LACERDA O PRIMEIRO VEREADOR NEGRO DO BRASIL


A batalha judicial que se segue, chega aos tribunais paulistanos, e termina com a vitória de Quintino. Prevendo o desfecho em favor do líder negro, o presidente da Câmara, Manoel Maria Tourinho, renunciou ao mandato, seguido pelo vereador Alberto Veiga. O novo presidente José André do Sacramento Macuco, foi obrigado a empossar Quintino, mas renunciou também ao mandato, em seguida, declarando-se "enojado com o que via", segundo Francisco Martins dos Santos("Histórias de Santos").

Registra o mesmo Historiador que apenas um dos inimigos de Quintino permaneceu na Câmara, embora passasse a não mais comparecer às sessões, Olímpio Lima, diretor do jornal "A Tribuna do Povo".

As atividades da Câmara foram suspensas até 1º de junho, quando voltou a funcionar, sob a presidência interina do próprio Quintino.

No dia 9, os cargos vagos são preenchidos e, a 16, com base na Lei Eleitoral e devido às ausências em plenário, Quintino propõe e obtém, pôr unanimidade, a cassação de Olímpio Lima. O Jornalista, inconformado, voltou à Câmara a 12 de julho, tão logo foi empossado o novo presidente, Antônio Vieira de Figueiredo, mas foi solicitado a retirar-se, já que seu mandato fora cassado. Lima iniciou uma série violenta de ataques contra Quintino em seu jornal, e à própria Câmara, num processo que culminaria, pôr fim, com a revogação da Constituição Municipal autônoma , que fora em 15 de novembro de 1894 e durou menos de um ano.

Quintino de Lacerda morreu em 10 de agosto de 1898, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado pôr um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.

Fonte: Historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade


Este resumo é parte do Trabalho Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos da Universidade Católica de Santos.
Autora: Márcia Campelo.

Publicado no Diário Oficial do Municío

QUINTINO DE LACERDA O ABOLICIONISTA



QUINTINO DE LACERDA O ABOLICIONISTA

O Fruto de Palmares vingou.
O sonho de liberdade cresceu cada vez mais.
A última grande luta, foi a campanha pela Abolição. Nela participaram muitos brasileiros, alguns contados pela História, outros injustamente esquecidos.
Aqui em Santos, tivemos uma grande figura Abolicionista esquecida pela História: Quintino de Lacerda.

Quem foi este homem ?

Nascido em Sergipe em 8 de junho de 1839, trabalhou como escravo na cozinha da família de Antônio Lacerda Franco, que o tratava como amigo.
Foi libertado pôr seu dono e escolhido pêlos Negros Abolicionistas como chefe do Quilombo do Jabaquara, para onde vinham os Negros fugidos de São Paulo.
Ali lutou pôr seu ideal, amparando os fugitivos com sua coragem.
Com a Lei Áurea, seu trabalho como Abolicionista terminou. Sua obra em prol da liberdade, foi reconhecida e alguns homens ilustres de Santos lhe ofertaram um relógio de ouro como homenagem do povo Santista.
13 de Maio

Autora: Regina Lacerda

No dia 13 de maio
Data da Abolição
Data esta marcada
Dentro de meu coração

Os Negros todos fugiam
No quilombo se escondiam
Quintino de Lacerda
Lá bem os recebiam
Dava-lhes casa e comida
Dava carinho também
até a data de hoje
oa Negros lhe querem bem

QUINTINO DE LACERDA


PROJETO QUINTINO DE LACERDA, preservação da memória sobre a contribuição do NEGRO E SAMBISTA DE SANTOS, visando resgatar a verdadeira história, inclui a participação de diferentes autores cujas contribuições se fundem como Produção de Cultura Negra de Santos.

Direitos assegurados no artigo 5º da Lei Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 a qual trata dos Direitos Autorais no Brasil, publicação realizada pela Câmara Municipal de Santos, conforme Oficio Nº 2934/91-SR data 28 de junho de 1991.

Consta a participação da Divisão Regional do Ensino, Secretaria Municipal de Educação e diversos Segmentos Organizados e Representativos da Comunidade Negra de Santos, Sindicatos, Clubes, Escolas de Samba e segmentos interessados total de 32.

A criação foi sugestão da historiadora de Santos Wilma Therezinha Fernandes de Andrade, para tal nos outorgou a integra do trabalho que orientou sobre a Vida de Quintino de Lacerda, monografia conclusão do Curso de Licenciatura Plena em História na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade Católica de Santos, autora Márcia Campelo.

A institucionalização das leis integradas aconteceu entre 1983 a 1988 pelo desempenho no desenvolvido no Projeto Quintino de Lacerda.

CONTRIBUIÇÃO VOLTADA PARA A IDENTIDADE, FATOR ECONÔMICO E REALIZAÇÃO DA CIDADANIA !!!

O maior prêmio é merecer a vida e, pela cultura, aprender a compartilhar para que esta vida seja melhor para todos.

Essa vida vivida com deveres e responsabilidades, mas também plena de direitos, beleza, criação e o poder de ser o que realmente somos: donos dos nossos próprios destinos.

Projeto Quintino de Lacerda Institucionalização da Produção de Cultura Negra na Baixada Santista Resumo e Texto Completo parte do Seminário Nacional de História e Cultura Afrobrasileira realizado de 19 a 22 de novembro de 2007, na cidade de Campina Grande – PB, sob responsabilidade do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e dos Povos Indígenas (Nea-í), da Universidade Federal da Paraiba